PROMOTOR
“Eu sou de Paulo”, “Eu sou de Apolo”, “Eu sou de Cefas”, “Eu sou de Cristo.” (1 Co 1.12)
Após a sua conversão o apóstolo Paulo escreveu trezes cartas à diferentes destinatários. Não existem nenhumas dúvidas que depois de Cristo ele foi o maior doutrinador do cristianismo, orientando, ensinando e advertindo os cristãos sobre diferentes temas, sempre guiado pelo poder do Espírito Santo. Aos irmãos da comunidade cristã que estavam na cidade de Corinto, ele escreveu duas cartas em um curto intervalo de tempo.
Contextualizando o versículo acima, tem-se que na recém estabelecida igreja de Corinto, havia sido detectado uma divisão entre os seus membros, onde opiniões distintas e citações preferenciais de líderes pelos integrantes estavam causando problemas de relacionamentos, o que deu ocasião a Paulo para dirimir a questão (1 Co 1.10-17).
Em todos os contextos de agrupamento de pessoas é comum que uns e outros se sobressaem, seja na firme posição de seus argumentos, seja na facilidade de interagir com os demais e seja, logicamente na forte influência exercida. Em grupos de pessoas é difícil que isso não ocorra, até porque o homem sempre nutriu o desejo de influenciar outros homens com a força física e com seus conhecimentos.
Não se sabe exatamente o número de pessoas que integravam a comunidade cristã em Corinto, mas inobstante a sua quantidade, era visível que eles estavam divididos. Veja que aquela comunidade tinha problemas com divisões (1 Co 1.10), enfrentava problemas morais (1 Co 5.1) e apresentava grandes dificuldades com as doutrinas essenciais da fé cristã como a ressurreição (1 Co 15.12). Era nítido que uns tinham preferências por Apolo, outros por Pedro, uns pelo próprio apóstolo Paulo e havia uma parte da igreja que sabiamente decidiu por Jesus. Naquela ocasião, ao optarem por nominar suas preferências pessoais, na verdade eles estavam simplesmente dando vazão ás paixões humanas, afirmando com convicção que se sentiam melhores e superiores aos que não comungavam com suas escolhas e/ou opções. Resumindo: o maldito orgulho havia entrado naqueles corações e ali abriu uma filial. Pense!
Perceba que para uma igreja relativamente nova, era mesmo um problema desafiador que houvesse divisão que causasse a separação e rompimento de seus integrantes e era justamente nisso que estava a preocupação de Paulo, pois quando as divisões se acentuassem e criassem raízes, era bem provável que aquela comunidade implodiria e isso não bom para ninguém, aliás, era ótimo somente para o diabo.
Atente que em todos os agrupamentos, desde os grupos de animais, passando por equipes esportivas, por grupos de trabalho, por grupos escolares e departamentos internos de igreja, a divisão nunca foi sinônimo de sucesso e tampouco de vitória. O trabalho em equipe, com uma liderança única e voltada a atingir os objetivos tem sido tema de sucesso em todos os tempos, portando, séculos atrás, Paulo já vislumbrava o perigo quando aqueles irmãos adotaram escolhas e decidiriam por suas preferências sem se importar com os impactos coletivos que ela causaria.
Em tempos onde a própria sociedade impõe um sistema de extrema competição em todos os ambientes, o que se percebe é que muita gente gosta de se associar á determinada marca, á determinada pessoa e assim, fortalecer sua identidade, menosprezando os que pensam diferente. Isso é temerário, pois é assim que surgem as desavenças, as confusões, os desencontros e tantas outras situações desagradáveis, uma vez que os que desalinhados ao pensamento dominante são vistos como inferiores. Noutras palavras, sem se darem conta do estrago, muitos estão afastando pessoas de Cristo quando promovem e alardeiam suas opções, quando na verdade, deveriam ser promotores da mensagem do mesmo Jesus que deixou claro que a todos os que cressem em seu nome, deu-lhes o direito de serem filhos de Deus (Jo 1.12). Ou seja, irmãos uns dos outros. Reflita nisso!
Em tempos de extrema competição, considere sempre a importância de ser um facilitador, de ser um promotor da paz e da unidade, que seja na família, na empresa e principalmente na igreja, zelando pela mesma unidade que Cristo tanto anunciou e que Paulo também não deixou de mencionar, afinal somos todos parte de um grande corpo cujo cabeça é o próprio Cristo (Jo 17.20-21: 1 Co 12.27). Certamente que o desafio atual tem sido enfrentar posicionamentos divergentes, todavia, sabiamente Paulo não citou a doença dos que levantavam a bandeira da divisão, mas ergueu a bandeira da paz de Cristo, afirmando que quem morreu por todos, foi Jesus e não os nomes que eles haviam escolhidos (1 Co 1.13). Lembre-se disso!
Compreenda bem que a cruz de Jesus nivelou todos os homens, sem partidarismo, ou seja, na cruz Jesus rompeu com todo e qualquer sentimento de separação entre os homens e trouxe a unidade. Guarde isso: na cruz somos todos pecadores, mas unidos, justificados, remidos e salvos pelo mesmo sangue, o sangue de Cristo, amém? Grande abraço.
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr