FRAUDE
"Tens nome de que vives, e estás morto". (Ap 3.1)
João, discípulo de Jesus, foi o autor do livro de Apocalipse, do quarto evangelho e mais três cartas. Dos doze discípulos, foi quem mais deixou registrado o que de Deus recebeu. Apocalipse é uma narrativa escatológica, onde o autor conta o que Deus permitiu que ele visualizasse (Ap 1.11). Apocalipse retrata as coisas que estão para acontecer, ou seja, num tempo que se aproxima (Ap 1.3).
Ambientando a passagem, tem-se as mensagens de Deus endereçadas as sete igrejas e a primeira igreja receber foi a igreja de Sardes (Ap 3.1-6).
Viver de aparências, de máscaras, enganando as pessoas é a rotina de muita gente. No mundo das tecnologias e das fraudes, o comum é o enganador se passar por uma pessoa que ele não é, assim, sem meias palavras, ele promove a ilusão e engana. As vítimas demoram descobrir a verdade, aliás, só descobrem a verdade depois de enganadas, quando o prejuízo e a vergonha batem à porta. Mas aí, infelizmente, é tarde demais e a desilusão já tomou conta do coração. A fraude já foi executada!
Jesus Cristo veio ao mundo com uma missão específica. Se sacrificar pelos pecados da humanidade e promover a reconciliação do homem com Deus, restaurando a comunhão que foi perdida. Em seu curto ministério, Jesus anunciou o amor e a graça de Deus as pessoas, curou os doentes, libertou os endemoniados, limpou os leprosos, deu direcionamento de vida, perdoou pecadores e ainda promoveu o ensino de sua doutrina, mostrando às pessoas que elas poderiam ter uma existência em paz com seus semelhantes. De forma resumida, Jesus ao reunir seus discípulos, tinha o objetivo de formar um povo de seguidores que fossem diferentes dos demais. Esses seguidores, mais tarde identificados como cristãos, deveriam seguir normas e doutrinas da vida cristã e jamais seguir os padrões mundanos (At 11.26).
A revelação que João recebeu sobre a igreja de Sardes era um negócio cruel. A igreja tinha aparência de que estava viva, nesse sentido considere que ela praticava as suas atividades religiosas, fazia suas reuniões, promovia as leituras das Sagradas Escrituras, tinha orações, cânticos e louvores. Tudo mostrava que a igreja de Sardes vivia intensamente o seu chamado, mas a palavra de Deus sobre ela é taxativa: “tens nome de que vives, e estás morto”. Ou seja, aos olhos humanos, aquela igreja deixava transparecer estar muito bem, mas era um negócio de fachada, ela se mostrava viva no exterior, mas interiormente estava morta. Tinha o nome de uma igreja operante, mas isso não era a realidade, era a mais pura fraude. Reflita!
Atente bem que Jesus demonstrou que a mudança nos corações de quem desejasse entrar no reino de Deus, era, espiritualmente falando, o nascer de novo (Jo 3.1-11). O novo nascimento, de ordem espiritual indicava que os verdadeiros seguidores deveriam ter comportamentos e atitudes totalmente diferentes. O seguidor de Jesus não deveria copiar o padrão comportamental da sociedade onde ele estava inserido, mas ter o padrão celestial como norma e assim, mostrar ao mundo que ele, enquanto cristão, não comungava a mesma cultura do povo. Ou seja, o cristão, deve viver na contra mão da cultura social. Reflita!
Mas nos dias atuais, isso não tem se traduzido como uma verdade a ser seguida. Cristãos reunidos como igreja, tem agido conforme as influências mundanas, promovendo eventos típicos da cultura social, indo frontalmente contra os padrões de Deus. “Pois tu és um povo consagrado a Yahweh, teu Deus; foi a ti que o SENHOR, teu Deus, escolheu dentre todos os povos sobre a face da terra para seres seu povo querido, seu tesouro pessoal.” (Dt 7.6) Todo o contexto bíblico mostra que Deus chamou um povo para si mesmo e chamou para ser um povo santo, ou seja, um povo separado das práticas mundanas, um povo que tivesse posturas e comportamentos diferentes, calcados na santidade (1 Co 1.1-2). Noutras palavras, se fosse para ter um povo que pensasse e agisse como todo mundo, não haveria necessidade de Deus fazer nenhuma exigência, simples assim. Pense!
"Não vos assemelheis, pois, a eles." (Mt 6.8). Essas foram as palavras de Jesus aos seus discípulos e ouvintes no Sermão do Monte. Hoje, muitas igrejas podem estar parecidas com a igreja de Sardes. Estão com aparências de vivas, mas é uma fraude. Uma verdadeira tragédia operando com realizações de eventos tipicamente mundanos, acrescentando a palavra gospel para dar um sentido religioso e iludindo os incautos. Suas lamparinas estão se apagando, iluminando cada vez menos e não atentaram para isso. E breve podem apagar por completo porque suas obras não foram achadas perfeitas diante de um Deus santo e justo. Noutras palavras, o convite para ser diferente continua valendo. Abraços!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe.
Milton Marques de Oliveira - Pr