Sábado, 05 Outubro 2024 11:06

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“Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos outros.” (Mt 6.5)

Levi, também chamado Mateus, foi discípulo de Jesus e recebeu o convite do discipulado e não fez nenhum questionamento. Apenas deixou o trabalho de cobrador de impostos, que aliás, não era mesmo bem aceito pelos seus compatriotas, deixou o salário e o poder que o cargo lhe proporcionava e seguiu o Cristo. Segundo estudiosos, o evangelho segundo Mateus foi escrito aos Judeus nos idos de 90 a 95 DC. Alguns estudiosos creem que Mateus foi escrito em grego por uma pessoa desconhecida, usando como fonte o Evangelho segundo Marcos, enquanto outros acreditam que foi Mateus quem realmente o escreveu. Mas isso é irrelevante aos dias atuais pelo primoroso conteúdo das narrativas.

O contexto da passagem está na continuação do discurso de Jesus conhecido por Sermão da Montanha. Jesus falou aos seus discípulos, ensinando-os sua doutrina e mostrando a eles sobre como se comportarem diante de diversas situações da vida em si (Mt 6).

Veja bem que está implícito na vida de muita gente o desejo de ser aplaudido, de ser reconhecido, o desejo de receber honras e o desejo de ser centro das atenções. Na vida secular isso pode ser entendido e até compreendido, considerando que existem pessoas que pelas suas realizações no esporte, na medicina, nas pesquisas e em outros campos do conhecimento realmente fazem jus a essas honras. São atos meritórios e justos, e pode-se dizer que é a aplicação da meritocracia em pleno vapor.

Saiba que Jesus fazia questão de ensinar os seus ouvintes, trazendo a todos uma nova compreensão da vida. Ensinava nas ruas, nas praias, nos campos e fazia isso com perfeição, dando aos ouvintes ilustrações de seus ensinamentos de forma que eles não aprendiam somente pela voz. Jesus usava as famosas parábolas que sustentavam sua metodologia, ilustrando a aprendizado.

Veja que o Sermão da Montanha aborda vários temas e certamente que uma das preocupações de Jesus quanto aos seus seguidores, fosse que eles não buscassem competir com ninguém, mas levassem suas vidas em harmonia e humildade. Infelizmente, a busca pelos holofotes e pelos aplausos conseguiu migrar da vida secular e atingir frontalmente o seio da igreja. Basta ver o quanto homens e mulheres correm atrás de reconhecimento e atenção, aliás, as redes sociais é apenas a ponta do problema. A busca por evidência em detrimento da fé cristã, em detrimento de amigos, colegas e irmãos tem raízes ou causas mais profundas. Reflita!

Dentre as práticas espirituais, tem-se que a oração é aquela que conecta o homem a Deus e aqui, Jesus fez um alerta que se na época era relevante, hoje também o é. Os fariseus era um grupo que observava o fiel cumprimento da lei mosaica e para isso, era importante que demonstrassem sua religiosidade perante os demais, mas Jesus os confrontou, dizendo que eles faziam isso de maneira errada. “Não faça como fazem os hipócritas … eles já receberam a sua recompensa.” (Mt 6.5-6). Noutras palavras, não sejam iguais a eles, façam suas orações de maneira correta. Nas orações não é necessário gritar, nem mudar o timbre da voz e muito menos elevar a voz ás alturas, não precisa dar murros nas paredes, porque nada disso muda o coração. O que muda o coração de Deus é arrependimento, confissão e coração quebrantado. Guarde isso!

Uma situação idêntica foi descrita pelo evangelista Lucas mostrando dois homens que oravam juntos. Um queria ser visto e buscava atenção do público, menosprezando os demais homens da cidade, que na sua boca eram ladrões e adúlteros e ainda diminuía moralmente o seu colega de oração, enquanto o outro apenas clamava por misericórdia (Lc 18.10-13). Aqueles homens que Jesus mostrou como exemplo negativo, queriam apenas e tão somente serem vistos e aplaudidos pelos demais. Usando um termo atual, eles queriam dar show. Era um ritual para ganhar visibilidade e o próprio Jesus afirmou que eles já tinham ganhado essa visibilidade quando seus gritos e gestos eram enxergados por quem estava perto. Mas o coração deles estava longe, distante, o foco das suas orações eram a busca pelos holofotes, nada mais que isso. Reflita!

Nesse sentido, traga isso para nossos dias e veja que pouca coisa mudou. Ainda existem milhares de pessoas carregadas de hipocrisia, desejosas que são pela busca incessante de aplausos, atropelando colegas e atravessando tudo aquilo que Jesus ensinou sobre humildade, aliás, não aprenderam nada. Pessoas assim, gostam de dar espetáculo, mas no reino de Deus ninguém precisa aparecer mais que Jesus (Jo 3.30). Ele é o centro de todas as coisas. Perfeito? Abraço grande.

Jesus Cristo Filho de Deus continue abençoando sua vida e seus projetos,

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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