MULTIDÕES
“11; Pouco depois seguiu ele viagem para uma cidade chamada Naim; e iam com ele seus discípulos e uma grande multidão. 12; Quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam para fora um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. “ (Lc 7.11-12)
Coube ao Evangelista Lucas registrar a ressureição do filho de uma mulher viúva, cujos nomes não são mencionados, informando apenas que a mãe era residente na cidade de Naim e que o defunto era o seu único filho. O discípulo Mateus, o evangelista Marcos e o discípulo João nada registraram sobre este milagre operado por Jesus. Antes de chegar a cidade de Naim, Jesus curou a enfermidade do servo de um centurião romano. Reconheça que no século I aquela mulher viúva e sem filhos para lhe ajudar no sustento, iria passar por muitas dificuldades, mas ela não esperava que algo sobrenatural fosse acontecer e mudar sua vida.
Perceba nos versículos acima a citação de duas multidões em pleno contraste. Uma entrando na cidade e outra saindo. A que entrava na cidade era composta pelos discípulos e aquelas pessoas que seguiam Cristo, acompanhando seus passos por onde quer que ele fosse. A outra multidão, saía da cidade e acompanhava a viúva, levando o defunto para o cemitério.
Frequentemente a mídia mostra confrontos de multidões, desde as grandes massas de torcedores de times de futebol, passando por protestos, manifestações políticas e outras reivindicações até multidões de estudantes ocupando escolas públicas. Essas multidões aqui citadas possuem em comum o objetivo de confrontar. E do outro lado, sempre há uma outra multidão, apta para o confronto físico.
Quando Jesus se aproxima da cidade de Naim, as multidões se encontram e não houve registro de nenhuma briga e nenhum tumulto, muito embora essas multidões tinham posições distintas e antagônicas. A multidão que acompanhava Jesus caminhava com alegria, era composta por pessoas felizes da vida e com razão, pois tinham presenciado milagres, curas e libertações, inclusive momentos antes Jesus havia curado o servo do centurião romano e essas pessoas tinham estado presente. Á cada parada do Mestre, essa multidão era alimentada com palavras espirituais que os fortalecia e sustentava na lida diária.
Noutro giro, a multidão que acompanhava o cortejo do defunto ia triste, desconsolada, caminhava sem esperanças. Ela levava para o cemitério não só o sonho daquele garoto, mas também os projetos e as expectativas daquela mãe. Pode-se conjeturar que no imaginário materno, ela enxergava o filho construindo uma família, sendo pai e ela abraçando os netos. Eram sonhos bons, maternos como sonhos de toda mãe.
Perceba que uma multidão seguia a vida e a outra multidão transportava a morte. Uma procurava pela vida, seguia Jesus, aspirava o começo em muitos aspectos. Outra seguia a morte e apresentava o fim. Uma aplaudia as curas, transformações e maravilhas e a outra caminhava de cabeça baixa, triste e chorosa, ou seja, era somente dor e lamento. Pense nisso!
Até aqui, entenda a existência de somente dois lados entre essas multidões. Não há uma multidão intermediária. Nas arquibancadas de futebol o confronto é de uma torcida contra outra, desejando a vitória de sua equipe. Essas duas multidões que se encontraram na entrada da cidade de Naim, não tiveram um confronto físico, mas travaram uma grande batalha de natureza espiritual. Uma caminhava para a morte, para o fim, mas a que seguia Cristo anunciava a liberdade, proclamava a vida, anunciava a esperança (Jo 14.6). Reflita!
Compreenda nos dias atuais a existência de dois sistemas de vida, distintos e separados por um abismo em seus conceitos. Um sistema moralmente bom, sob a autoridade de Deus e um sistema mal e perverso, conduzido e dirigido por Satanás. Um sistema divino que conduz para vida eterna no céu e o outro sistema que aprisiona, mata, destrói e leva para uma vida também eterna, mas no inferno. Creia nisso!
“Nele estava a Vida, e a Vida era a Luz dos homens” (Jo 1.4). Lembre-se que aquela multidão que conduzia o defunto caminhava para enterrar, destruir os sonhos da viúva e de seu filho, entretanto, aquilo que seria o ponto final e ato derradeiro, Jesus colocou uma vírgula e uma ali nasceu uma nova história. Entenda que os planos de Deus são singulares, únicos para cada pessoa. Antes mesmo que o filho daquela viúva nascesse, Deus já havia escolhido aquela situação para glorificar o Seu nome (Ef 1.4). A morte do garoto não foi o fim, mas o começo de uma nova história marcada justamente para aquele dia e àquela hora. No tempo de Deus!
Você sabe, mas não custa lembrar, há uma multidão que caminha diariamente para a morte, anunciando o fim, carregando choro, dores e lamentações. Mas Cristo é o único que tem o poder de dar alegrias, trazer vida e esperança. Creia nisso, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr