Segunda, 20 Abril 2020 14:24

TARDE DEMAIS

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TARDE DEMAIS

“Quando o centurião que estava em frente de Jesus ouviu o seu brado e viu como ele morreu, disse: Realmente este homem era o Filho de Deus! " (Mc 15.39)

Marcos não foi discípulo de Jesus, todavia, esteve na companhia de Paulo e Barnabé nas viagens missionárias levando com eles a mensagem de salvação para Chipre e demais regiões (At 15.39). Sobre a vida de Marcos, pouco se sabe, mas conforme os historiadores, seu nome completo era João Marcos, filho de Maria, uma das mulheres que apoiou o ministério de Jesus, inclusive é bem provável que o homem que fugiu sem roupas no Jardim do Getsêmani, quando ocorreu a prisão de Jesus, tenha sido o próprio João Marcos, segundo relato dele próprio (Mc 14.51-52).

O versículo acima está contextualizado dentro dos momentos finais da crucificação e morte de Jesus, após o Sinédrio Judaico entregar Cristo a Pôncio Pilatos. Após todos os procedimentos do julgamento a que Jesus foi submetido, Cristo deu o brado e morreu. Imediatamente o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo e o autor deste evangelho fez questão de deixar registrado que um oficial da guarda romana reconheceu, tardiamente, que Jesus era mesmo o filho de Deus (Mc 15.39).

Por vezes as pessoas possuem a oportunidade de reconhecer alguma situação importante em suas vidas, mas por motivos diversos, elas não o fazem dentro do tempo oportuno. Veja o caso do aluno da faculdade que não reconheceu a importância de estudar para as provas e quando chegou o dia do exame, não houve tempo suficiente para estudar. Noutro giro, alguém deixou de aproveitar uma promoção de determinado produto no mercado, quando quis fazer a compra, o produto já havia voltado ao preço normal. Exemplos não faltam para a velha e atualíssima frase: é tarde demais! Ou seja, perdeu-se a oportunidade.

Compreenda que no curto ministério de Cristo, ele realizou muitas obras. Ele veio para curar (Lc 4.18), ele libertou pessoas de possessões demoníacas (Mc 5.1-20), ele curou cegos (Jo 9.1-10), restaurou a vida de aleijados (Jo 5.1-11) e fez tantos milagres que o discípulo João disse que se todos os milagres fossem contados, eles não caberiam nos livros que se escrevessem (Jo 21.25). Por onde caminhava, Jesus concedia vida, dava esperança, ofertava ânimo e transmitia coragem e mais que isso, ele ainda ensinava no templo em Jerusalém e nas sinagogas de toda Judeia (Mt 4.23).

Nesta visão de trabalho incessante, Jesus confrontava os religiosos de sua época mostrando a eles o quanto estavam errados na interpretação e aplicação da lei mosaica, portanto, neste contexto era humanamente impossível que Jesus não fosse conhecido e visto por onde andasse. Aliás, por todos os lados que ele fosse, era comum estar rodeado de multidões alvoroçadas. Pense!

Atente que uma das variáveis que mais traz incômodo ao homem é a variável tempo. O tempo não espera por ninguém. Ele trata todos com a mesma igualdade. Ricos e pobres, altos e baixos, masculino e feminino, nativo e estrangeiro, perceba que ninguém recebe tratamento diferenciado. Pode-se afirmar sem margem de erro que o tempo é implacável, rigoroso e inflexível. Isso fica evidente quando o aluno que deixou de estudar viu sua nota não ser aquela que imaginava. Fica claro ao consumidor que não comprou a mercadoria no período da promoção e depois lamentou por gastar um pouco mais de dinheiro. O tempo tratou ambos os casos com a mesma severidade. 

A narrativa de Marcos deixa nítido que o centurião romano ficou espantado e somente foi reconhecer a divindade de Jesus quando este morreu. É bem certo que este centurião participou da prisão de Jesus, certamente que os soldados que fizeram a escolta de Jesus estavam sob o seu comando e certamente também que ele ouviu falar sobre os milagres de Jesus e pode-se ainda conjecturar que ele tenha participado das reuniões onde foi tramada a prisão de Cristo. Noutras palavras, o centurião teve informações mais que suficientes para crer em Jesus, teve muitas ocasiões em que ele ouviu relatos de curas e milagres atribuídos a Cristo, mas, infelizmente ele não acreditou em nenhuma delas. Deixou para acreditar quando o grito de Jesus ecoou no calvário. Pode-se deixar aqui a frase do começo deste texto: era tarde demais. Ele não decidiu no tempo certo. Reflita!

Compreenda, portanto, sobre a importância que deve ser dada a muita gente quando se fala em conhecer Jesus. Muitos possuem a oportunidade e ótimas ocasiões para o conhecerem, todavia, não o fazem no momento oportuno e ficam aguardando o local certo, a hora certa ou o ambiente certo. Ficam aguardando indefinidamente e pode ser que não haja mais tempo. Lembre-se: assim como aconteceu com o centurião, o tempo é implacável e pode acontecer de quando abrir os olhos para tomar essa decisão, for tarde demais, infelizmente. Resumindo, procure conhecer Jesus ainda hoje, atente nisso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 938 vezes Última modificação em Terça, 21 Abril 2020 17:45
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