Segunda, 26 Outubro 2020 10:19

TERAPIA

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TERAPIA

“Assim, meus queridos irmãos, tende estes princípios em mente: Toda pessoa deve estar pronta para ouvir, mas tardio para falar...” (Tg 1.19)

 

Essa carta de Tiago, escrita pelo autor de mesmo nome, faz parte do grupo de cartas denominadas Cartas Pastorais e estão neste grupo as duas cartas de Timóteo, duas cartas de Pedro, as três cartas de João e as cartas de Judas, Tiago e Hebreus. Com exceção das cartas aos Hebreus, as demais são cartas curtas, de pouco conteúdo quando comparadas com os evangelhos ou com o livro de Atos dos Apóstolos e chamadas pastorais em razão de serem abrangentes e não terem um destinatário específico. Sabe-se que Tiago era filho de José e Maria, portanto, irmão de Jesus e foi um dos líderes da igreja em Jerusalém (Mt 13.55; Mc 6.3; At 12.17; Gl1.19). Sua narrativa aborda o cotidiano da vida humana, o cristianismo prático e demonstra que a fonte da tentação está dentro do homem. Pense!

O versículo acima está inserido no bloco de ideias que abarca a vida do cristão em sua rotina diária, no relacionamento com pessoas dentro e fora de seu círculo de amizades. Em seis versículos Tiago traz um conjunto de palavras apontando o perigo da negligência no trato com outras pessoas (Tg 1.19-25).

Com raras exceções ninguém vive só, isolado do resto do mundo como se fosse um ermitão. Querendo ou não, de um jeito ou de outro, o homem vive em companhia de muita gente. Desde os primórdios da humanidade, a convivência do homem com seus semelhantes se tornou necessária. Essa convivência era imprescindível para manter a segurança coletiva, para realizarem tarefas comuns e logicamente para perpetuação da espécie (Gn 2.18; Ec 4.9).

Entenda bem que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, todavia, os indivíduos são diferentes entre si e cada um possui um tipo de temperamento. Desta forma as pessoas apresentam reações distintas mesmo que as ações contrárias tenham sido iguais, e isso apenas retrata a força da individualidade presente em cada um. É neste ponto que se conhece quem são os calmos, os agitados, os ativos e os tranquilos e por aí afora. Pense!

A narrativa de Tiago apresenta um ensino que atravessa os séculos justamente por retratar como deve ser a postura do cristão diante de tantas situações que o homem enfrenta no dia a dia. Já naquela época, o autor vislumbrou a necessidade de orientar os novos convertidos a pautarem suas vidas num comportamento tal que trouxesse paz e ótima convivência com o mundo ao redor. A vida em sociedade exigia, como exige hoje, atitudes e posturas onde muitas das vezes é melhor escutar do que falar, pois já se sabe que a língua quando usada de forma indevida, pode trazer morte, choro e destruição.

Sem sombras de dúvidas entenda que a fala é o principal recurso de interação entre as pessoas. São por meio das conversas que o mundo se abre, são por meio das conversas que as pessoas se conhecem e, infelizmente são também por meio das conversas que tudo o que foi construído e descortinado pode desabar num piscar de olhos. Brigas, desavenças, atitudes hostis, e consequentemente separações estão no cerne das falas pronunciadas em momentos inapropriados e por vezes, sem opções de volta. Resumindo: é o poder desenfreado da língua em seu estado mais puro e devastador. Reflita!

Noutro giro, tão importante nas relações quanto o uso da fala, está o silêncio, ou seja, o dom de dominar a mente e se calar, mesmo que o desejo de gritar seja forte e queira prevalecer. Atente bem na sabedoria popular que prega sobre a importância de dialogar, de expor ideias, de mostrar diferentes pontos de vista, todavia, tão importante quanto o diálogo e as conversas, está o silêncio. Fala-se muito sobre a importância das pessoas dialogarem ignorando o fato de que o silêncio pode ajudar a resolver os problemas tanto quanto uma boa conversa que rompe as madrugadas. Noutras palavras, o silêncio é terapêutico, é curativo e funciona como remédio nas mais diversas situações que tendem caminhar para brigas e desacertos. Ou seja, silenciar é ótima terapia, guarde isso!

Evidente que existem momentos de discutir e de se pronunciar, todavia, compreenda que manter-se calado quando a situação tende a sair do controle é sinal de maturidade e inteligência. Lembre-se que Jesus fez silêncio quando os fariseus lhe apresentaram a mulher adúltera, optando por manifestar-se no momento certo. Jesus não discutiu e não argumentou com eles sobre a lei mosaica e muito menos perguntou onde estava o homem adúltero, mas deu o seu veredicto no exato momento para quebrar as acusações contra aquela mulher (Jo 8.1-11).

Portanto, mais importante que falar ou discutir, aprenda que o silêncio pode ser a solução para muitas situações, notadamente num mundo barulhento e onde todos querem sobressair no grito. Fazer silêncio, se calar é terapêutico, pratique isso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 761 vezes Última modificação em Quinta, 29 Outubro 2020 13:55
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