Domingo, 20 Fevereiro 2022 10:41

EXTRAVAGÂNCIA

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EXTRAVAGÂNCIA

“Com toda a certeza Eu vos asseguro: onde quer que o Evangelho for pregado, por todo o mundo, será também proclamada a obra que esta mulher realizou, e isso para que ela seja sempre lembrada(Mc 14.9 )

 

Marcos, cujo nome era João Marcos, era filho de Maria em cuja casa foi palco de intensas orações em favor de Pedro, então preso e mais tarde libertado de maneira sobrenatural. Na visão dos historiadores o evangelho de Marcos faz parte dos evangelhos sinóticos, ou seja, os evangelho de Mateus, Marcos e Lucas tratam basicamente dos mesmos aspectos do ministério de Jesus Cristo, com pequenas diferenças entre si. Marcos foi amigo de Pedro de quem recebeu muitas informações e assim escreveu o seu evangelho.

A narrativa diz que Jesus foi até a casa de um homem chamado Simão e no interior daquela moradia, Jesus foi abordado por uma mulher de nome Maria, que indiferente às críticas, derramou sobre Jesus um perfume muito caro (Mc 14.3-9). Este é o contexto.

Nos túmulos é costume escrever uma frase que o defunto, quando vivo, manifestou o desejo de como gostaria que fosse lembrado. Na verdade, tanto homens como mulheres serão lembrados por alguma coisa do seu passado, preferentemente pelas boas ações do passado. Isso é fato e não há como fugir.

Perceba que de maneira súbita Maria fez algo sem precedentes. Marcos deixou registrado que o ato dela encheu de perfume todo o ambiente. Os presentes não entenderam a atitude daquela mulher e nem os discípulos conseguiram esconder a irritação. Na visão deles, ela desperdiçou algo muito caro (Mc 14.4-5). Mas o que se percebe é que ela entrou naquela casa motivada, tinha plenas convicções do que ia fazer e o ato dela adorar e reconhecer Jesus como o salvador, causou indignação e atingiu em cheio não só as narinas, mas também o coração e a mente dos presentes. Foi um ato de adoração extravagante, fora de série.

Atente que Maria estava tranquila, pode-se dizer que ela estava dentro da mais perfeita normalidade de suas faculdades mentais. Estava em completa paz e isso fica demonstrado pelo fato dela não ter chegado ali pedindo algo a Jesus. Ela não chegou murmurando e nem reclamando da vida. Estava ali com o firme objetivo de honrar a Cristo e certamente era um sentimento que ela não podia mais controlar. Num termo moderno, “era a fome com a vontade de comer.”

Trazendo esse comportamento de Maria para os dias de hoje, compreenda que com raras exceções, as pessoas procuram Cristo somente quando grandes tragédias alcançam sua pessoa ou sua família. Procuram Cristo quando são vítimas da injustiça, quando precisam de um milagre ou quando nada mais dá certo em sua vida. Uma frase que resume bem essa procura nos dias atuais é que benditas sejam as aflições, afinal elas fazem as pessoas buscarem pelo socorro de Jesus.

Considere que muitos chegam aos pés de Cristo não pelo que ELE é, mas se aproximam numa busca desenfreada por uma benção ou por um milagre, basta ver as reuniões onde se promete curas e milagres caso o pretendente cumpra os critérios de frequência das reuniões. São pessoas que chegam às pressas com um pensamento consumista para uma benção imediata e até mesmo pré-datada. Perceba que os discípulos e demais pessoas que estavam naquele recinto teceram críticas, foram maldosos, provavelmente falaram em alta voz para todos escutarem suas opiniões, entretanto, considere que todos eles perderam ótima chance de ficarem quietos (Mc 14.4-5)

"Que darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo?" (Sl 116.12). Frase anunciada centenas de anos atrás que ainda soa muito atual. Poucos conseguem se lembrar de todas as bênçãos que Deus realizou a seu favor e nesse sentido, lembre-se que o nardo, era o top dos perfumes e Maria ofereceu o melhor que ela tinha. Não deu qualquer coisa e nem deu só umas gotinhas - se desse uma borrifada, seria acusada de  pão dura -, entretanto, ela ofertou todo o perfume que estava no recipiente. Ou seja, fica evidente que Maria demonstrou seu amor a Cristo de maneira sincera, extravagante e não se deixou levar diante das críticas, ela não deu créditos à opinião das pessoas que estavam naquele espaço, mas sabiamente se fez de surda e ofertou a Jesus o que tinha de mais valioso. Reflita nisso!

Em contrapartida, Jesus deixou registrado aquele momento e aquela adoração, determinando que aonde o evangelho da graça e do amor de Deus fosse anunciado, este fato perpetrado por Maria deveria ser lembrado (Mc 14.9). O testemunho dela seria proclamado no mundo inteiro e de maneira igual, a crítica de quem discordou da atitude dela também seria, até porque são fatos conexos entre si. Hoje, pode-se não achar o mesmo tipo de perfume, todavia, o homem veio a conhecer Jesus e pode adorar Cristo com a mesma devoção e extravagância daquela mulher. Entenda: Jesus não desprezou aquela adoração e a deixou marcada para as novas gerações. Uma dito popular diz que a flecha que sai do arco, a palavra dita, as águas que passam sob a ponte e a oportunidade perdida não voltam atrás. Em todos os tempos Maria será lembrada pela adoração extravagante, enquanto os discípulos serão lembrados pela estupidez da atitude. Responda aí para você mesmo: amanhã, como você deseja ser lembrado? Um grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus continue abençoando sua vida!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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