Segunda, 07 Março 2022 10:39

FRACASSO

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FRACASSO

“Desde a época de vossos antepassados vos desviastes das minhas leis e não as obedecestes. Agora, pois, voltai para mim, e Eu me tornarei para vós outros!” ..” (Mq 3.7)

 

Malaquias foi o último profeta a se manifestar da parte de Deus ao povo israelita e depois disso, segue-se um longo período de mais de quatrocentos anos onde não se tem registros da manifestação de Deus aos homens. De Malaquias aos evangelhos não se tem nenhum livro reconhecido pelo cânon judaico, assim, a primeira vez que Deus volta novamente a falar com seu povo está registrado no evangelho de Lucas, no nascimento de João, filho de Zacarias (Lc 1.1-11).

O contexto da narrativa de Malaquias evidencia a distância que o povo insistia em se manter de Deus. Tanto naquela época como se observa nos dias atuais, existe a forte impressão que cumprir os mandamentos de Deus, se afastar da desobediência e da idolatria, reconhecer e prestar um culto verdadeiro a Deus, são situações recorrentes. Só mudou a geografia, mas o coração errante do homem continua o mesmo!

Considere que o profeta Malaquias foi um instrumento nas mãos de Deus no sentido de alertar seus compatriotas quanto às posturas e atitudes que eles tinham em relação  a  Deus. Aquele povo tinha em mente que Deus era opressor, era um Deus que os mantinha presos e/ou era um Deus que não dava nenhuma liberdade, assim, na visão equivocada deles, Deus era extremamente carrasco e eles, vítimas dessa situação. Malaquias tinha a missão de chamá-los de volta aos caminhos da obediência e para isso era urgente e necessário mostrar duas situações distintas: primeiro que o pecado deveria ser reconhecido e segundo, ser abandonado. Reflita!

Compreenda que arrependimento é mudar de rota, é mudar de caminho e reconhecer que o caminho anterior estava errado. Arrepender-se e continuar na mesma toada de antes não gera mudanças e não possui nenhum valor. Arrependimento é mudança de espírito, é mudança de governo e literalmente significa uma transformação mental revolucionária e, tanto naqueles dias como hoje, nada pode ser mais urgente que enfrentar essa realidade.

E foi com essa visão que Malaquias falava á nação israelita condenando os comportamentos e as atitudes que eles tinham, mas diante da admoestação do profeta e entendendo eles que nada faziam de errado que pudesse comprometer a relação com Deus, eles respondiam cinicamente, na ponta da língua: “de que devemos nos arrepender?” (Mq 3.7). Passado muitos anos, compreenda que não é mesmo muito difícil que pensamento semelhante e distorcido brote nos  corações de muita gente, porque assim como naquela época, ainda hoje a dificuldade das pessoas está em reconhecer que todos pecaram e todos, sem exceção, estão destituídos da glória da Deus (Rm 3.23).

Algo natural e implícito à centena de milhares de pessoas é a facilidade em  tentar se defender e justificar seus erros quando confrontados em suas realidades. Tem sido assim nas relações dos cônjuges que não aceitam rever que determinados comportamentos podem ser a causa de tantos atritos, tem sido assim nas relações pessoais entre amigos e até mesmo entre familiares, quando atitudes e posturas individuais podem estar causando o rompimento de amizades sólidas e antigas. Enfim, compreenda que é muito mais fácil sentir o cheiro do mau hálito alheio do que sentir o próprio bafo, ou seja, quando confrontados, o mais comum é apontar o outro como a causa do fracasso. Era esse o problema do povo de Israel (se viam perfeitos diante de Deus) e esse tem sido o problema de muita gente nos dias de hoje que não enxergam suas fraquezas, mesmo estando essas fraquezas escancaradas diante de si. Pense nisso!

Infelizmente o desafio de arrependimento e do reconhecimento do erro ainda se encontra presente em muitos corações e em muitos discursos proferidos por ai afora. Nas reuniões ainda se optam por mensagens de otimismo que até geram aplausos, todavia, são mensagens que não desmascaram a mentira, não confrontam os erros e nem se propõem a mudar comportamentos.

Entenda que Deus sempre se dispôs a reconciliar-se com o homem, tanto que o sacrifício da cruz não foi um evento qualquer, mas foi por meio deste sacrifício que  Deus buscou romper com o fracasso da humanidade e dar um novo rumo e uma nova história ao homem que se enxergava autossuficiente. Lembre-se que a caminhada cristã passa necessariamente pela autopercepção dos erros. Resumindo: Deus nos chama a uma mudança de caminho, amém? Forte abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

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