Segunda, 21 Março 2022 15:02

MISTURA

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MISTURA

“E o populacho que estava no meio deles, veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios, pelo que, os filhos de Israel tornaram a chorar e também disseram: Quem nos dará carne a comer?” (Nm 11.4)

 

Na ordem bíblica o livro de Números se encontra no conjunto de cinco livros  chamados de Pentateuco (Gêneses, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), cuja autoria é atribuída a Moisés. O nome Números vem pelo fato de terem sido realizados dois censos do povo de Israel em duas ocasiões distintas (Nm 1.2 e Nm 26.2). Grandes trechos da narrativa são repetições extraídas dos livros de Êxodo, Levítico e Deuteronômio e um detalhe do livro de Números é o registro da nuvem durante o dia e da coluna de fogo durante a noite, como símbolos da presença de Deus guiando o povo que peregrinava em pleno deserto com destino às terras de Canaã.

Ambientando a passagem acima, tem-se que durante a caminhada pelo deserto integrantes do povo passaram a reclamar contra Moises por não terem carne para comer. Eles recebiam o maná e estavam sendo alimentados por Deus de maneira sobrenatural, mas não se sentiam satisfeitos e de maneira comparativa faziam menção dos alimentos que comiam quando eram escravos no Egito (Nm 11.4-19).

Atente que sem exceção, em todo conjunto de pessoas, seja ele pequeno ou grande, sempre existe a possibilidade de no meio deste grupo, existirem pessoas que não comungam com o mesmo objetivo das demais. Isso fica visível nas famílias, nas empresas, no comércio, nas equipes esportivas e, inclusive nos ambientes religiosos. É a chamada mistura. Pasmem!

Considere que devido a um grande período de escassez de alimentos, os descendentes de Jacó foram para o Egito e lá eles se multiplicaram e cresceram em número de pessoas, entretanto, passado algum tempo, com a morte de José e com a ascensão de uma nova dinastia egípcia, os descendentes de Jacó foram escravizados, até que Deus levantou Moisés para libertá-los e reconduzi-los às terras de Canaã (Ex 1.8-14; 2.23-25; 3.13-22).

Entenda bem que todos os israelitas saíram das terras egípcias debaixo de uma promessa, debaixo de uma palavra do próprio Deus, palavra essa que os levaria para um lugar de liberdade e assim, eles caminhavam firmes e convictos de que para onde iriam, teriam melhores condições de vida, poderiam ter suas casas, suas lavouras e obviamente, estariam livres da opressão. Mas é importante saber que junto com o povo de Israel, muita gente que não era descendente de Jacó aproveitou a situação e saíram juntos. Estes eram os estrangeiros que acompanharam o povo de Israel, ou na versão de muitos historiadores, eram denominados de gentalhas ou o populacho (Ex 12.38).

Compreenda que o povo hebreu era conhecedor do Deus que dera livramento e por ELE era direcionado na peregrinação, entretanto, como dito acima, havia no meio deles um grupo que não foi contabilizado como israelita e que não comungava a mesma fé em Deus. Esse grupo  provavelmente não acreditava nas promessas de Deus, estavam ali aproveitando a ocasião e, infelizmente passou a influenciar negativamente o povo, provocando uma grande crise. Noutras palavras, entenda que a reclamação gera um efeito dominó, contagiando, contaminando e o resultado disso foi uma rebeldia coletiva.  O texto mais a frente diz que Moisés foi orientado por Deus e equacionou a situação.

Mas de maneira idêntica, nos dias atuais no meio dos que acreditam em Cristo e em sua obra redentora na cruz do Calvário, saiba que também existe um povo sem essa mesma crença. Ou seja, dentro do povo de Deus, tem também um povo sem Deus que vive influenciando negativamente, ora murmurando, ora agitando e ora provocando rebeliões. Reflita nisso!

Para estas pessoas sem Deus, atente que no coração e na mente deles ainda persistem os mesmos desejos carnais, as mesmas vontades que governam seus corações e que são direcionadas para às práticas mundanas. Essa pessoas se acham convertidas, quando na verdade são apenas simpatizantes e quando muito, apreciam o ambiente eclesiástico, mas não possuem o mesmo objetivo e nem a mesma esperança e logicamente, não alimentam as mesmas expectativas por não estarem convictas. Creia nisso!

De forma resumida, essas pessoas retratam fielmente um grupo sem Deus que está inserido no meio de uma coletividade que professa a fé em Deus. Por motivos circunstanciais elas estão no seio da igreja, todavia, não foram transformadas espiritualmente em novas criaturas e não nasceram de novo e, logicamente, ainda estão com o pensamento no mundo com suas velhas práticas e hábitos. Essas pessoas até entoam louvores, participam das celebrações, recebem as ministrações e realizam outras atividades no ambiente da igreja, mas não se converteram verdadeiramente e, infelizmente, vez por outra, provocam atos de rebeldia, contaminando o povo de Deus. Perceba que isso ficou evidente na peregrinação quando um grupo de pessoas não hebreias, não descendentes de Jacó levantou questões alvoroçando o povo e isso se tornou um grande problema para Moisés (Nm 11.4-10).

“Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33). Ou seja, influências perversas quando bem direcionadas são como flechas que acertam o coração do crente. Se cuide, abra os olhos e firme seu compromisso com Cristo, afinal de contas o dito popular diz que as aparências enganam, mas tenha olhos para quem conduz a sua vida: Jesus Cristo, amém? Grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus continue sustentando sua vida!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Ler 440 vezes Última modificação em Sábado, 26 Março 2022 11:14
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