Segunda, 04 Abril 2022 09:42

MARCAS

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MARCAS

“…Estas pedras serão, para sempre, um memorial para os filhos de Israel” (Js 4.7)

 

Josué foi o autor deste livro que leva o seu próprio nome e sua narrativa está inserida no encerramento da peregrinação do povo de Israel, que tinha saído do Egito e rumava em possessão definitiva para as terras de Canaã. Josué foi um assessor de Moisés e mais tarde Deus o indicou para sucedê-lo (Nm 27.15-23). Coube a Josué fazer a divisão das terras e sob sua liderança o povo de Israel vivenciou milagres e bênçãos enxergando as mãos de Deus conduzindo e guardando os seus escolhidos.

A passagem acima está ambientada dentro do período da peregrinação. O povo de Israel havia terminado de passar a seco pelo rio Jordão e Deus se manifestou a Josué, determinando que fosse feito um altar, de forma que aquele evento ficasse registrado como uma marca não só na memória do povo, mas quando fixassem os olhos no altar de pedras eles iriam se lembrar das obras que Deus tinha realizado no meio deles (Js 4).

Perceba que ninguém vive sem ter algo de sua vida passada para contar. Uns possuem coisas boas para serem lembradas e é assim que os museus guardam a história de um povo. Móveis, máquinas, fotografias e mais recentemente vídeos, utensílios e tantos outros objetos quando vistos e observados resgatam a memória das pessoas e isso é bom para os mais novos sentirem as transformações na história. São as marcas de um cultura, as marcas de um povo. Álbuns de casamento ou de formatura, documentos, imagens de construções e tantas outras coisas são formas de preservar e manter a tradição, a cultura e a história. Devem mesmo ser cultivados por todos.

A narrativa diz que quando os sacerdotes tocaram com seus pés as águas do Rio Jordão, elas se separaram e todo o povo de Israel passou a seco de uma margem a outra e logo depois Deus instruiu Josué a construir um memorial, para que este milagre ficasse marcado e não desaparecesse da memória do povo (Js 3.12-17; Js 4.21).

Didaticamente o intuito de Deus era que o milagre ficasse registrado, ou seja, Deus não queria que eles apenas contassem a história de como passaram o rio Jordão, eles iriam contar a história para as próximas gerações e mostrar as pedras do memorial. Era uma forma pedagógica para lembrar às gerações futuras tudo aquilo que Deus tinha realizado.

Considere que o homem por vezes é ruim para se lembrar de eventos do passado, aliás, com tantas atividades para fazer diariamente e com a memória cada vez mais curta, muitos eventos quando não são registrados caem no esquecimento e depois disso ninguém mais se lembra. E trazendo isso para os milagres e bênçãos que Deus tem realizado na vida de muita gente, nada mais natural que todos esses milagres sejam registrados, fotografados e que sirvam para demonstrar a grandeza de um Deus que zela pelos seus (Sl 121). Entenda que a saúde espiritual do crente é alimentada pela lembrança dos milagres e bênçãos que Deus realizou. Ou seja, memoriais das obras de Deus ajudam a realinhar a visão do homem para com os céus. Pense nisso!

Aquelas 12 pedras coletadas no Rio Jordão que formaram o altar iriam atiçar as curiosidades das crianças e dos jovens, de maneira que nunca mais eles iriam esquecer o que Deus fez pelos seus antepassados (Js 4.20-21). Infelizmente, conscientes ou não somos parte de uma geração descompromissada e pouco afeta ao sentimento da gratidão, aliás, quando as pessoas são menos agradecidas é bem provável que elas também pouco se lembram das obra de Deus em suas vidas. Observe que hoje muitos pais fazem questão de lembrar a data que seu time foi campeão, mas são incapazes de lembrar o dia que Deus os abençoou ou que os curou de alguma enfermidade ou nem se lembram da data que receberam um livramento e, pior que isso, é não se lembrar de retransmitir essas informações aos filhos, perdendo a chance de mostrar a eles o Deus que os criou. Reflita!

Cuidar de mostrar quem é Deus na vida do cristão e ensinar essa verdade já era abordado por Moisés, que não só demonstrou isso ao povo como fez questão de deixar escrito essa ordenança (Dt 6.7-9). Anos mais tarde, Salomão não deixou por menos e assim se expressou: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6). Ou seja, conhecer a Deus e mostrar isso ás gerações vindouras deve ser vista como uma ordenança e necessidade sempre atual.  Pense sobre isso!

Portanto, saiba que as experiências, bênçãos e milagres do passado precisam repercutir nas próximas gerações, daí a  relevância de falar e transmitir para as gerações futuras o que Deus tem feito, transformando tudo isso em marcas ou memorial, afinal de contas ter viva recordação das obras de Deus é fundamental para o fortalecimento da fé dos mais novos. Viva e pratique isso, invista na saúde espiritual dos mais novos! Forte abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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