Segunda, 08 Agosto 2022 15:34

AFETOS

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AFETOS

“Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela.” (Ef 5.25)

 

A cidade de Éfeso recebeu o apóstolo Paulo que por lá ficou um longo período, ensinando e anunciando Jesus Cristo (At 19.1-9). Éfeso ficava na Ásia e era muito conhecida no mundo de então por ser uma cidade portuária, com uma economia forte sustentada pela indústria e pelo comércio em torno da vida religiosa envolvendo o templo da deusa Diana (At 19.21-41). Paulo escreveu a carta aos Efésios retratando de forma objetiva que os integrantes daquela comunidade tinham dois compromissos: primeiro com Cristo e, segundo com a comunidade em si e nesse sentido a epístola descreve sobre a importância da unidade com Cristo e da unidade com a  igreja.

No capítulo cinco da carta, o apóstolo apresenta Deus como um pai cheio de amor e bondade, abordando temas como a renúncia das práticas mundanas, a insensatez dos homens diante das questões do cotidiano e instrui o cristão a buscar pela santidade, fugindo do pecado e praticando o verdadeiro evangelho no mais íntimo dos relacionamentos: o casamento no contexto familiar (Ef 5. 22-33).

A vida nos quartéis é fundamentada em dois pilares: hierarquia e disciplina. São dois princípios constitucionais que as organizações militares  estão ancoradas e não há meio termo. Para os militares que já estão acostumados com estes princípios, a rotina dos quartéis caminha sem problemas. Os problemas surgem quando um destes dois princípios é ignorado.  E trazendo essa ilustração a para a jornada cristã, considere que ela se fundamenta em conduzir a vida dentro dos padrões cristãos. Foi nessa visão que Paulo instruiu os homens da igreja em Éfeso a se dedicarem amorosamente à suas mulheres, afinal de contas, o casamento era e continua sendo a mais perfeita ilustração do plano da salvação. Marido e mulher são figuras que representam, respectivamente, Cristo e a igreja. Assim, nada mais natural que os cônjuges assumam suas responsabilidades visando a constituição de um só corpo.

Informações das mídias tem mostrado com estardalhaço o aumento do número de divórcios e separações no período pós pandemia. Segundo a matéria, num piscar de olhos os maridos se viram frente a frente com esposa e filhos, e noutro lado, a esposa e os filhos depararam com o marido e pai que até então desconheciam seus hábitos e costumes. Antes da pandemia, os cônjuges trabalhavam e somente se encontravam a noite e os filhos tinham sua educação e cuidados, em grande parte, terceirizados nas creches. Quando a pandemia chegou, veio o home office e a família teve que conhecer quem era quem. Filhos e pais passaram a se conhecer mais proximidade e isso foi a fagulha que gerou as separações. Noutras palavras faltou o nobre sentimento que o apóstolo Paulo descreve como aquele que nunca falha: o amor (1 Co 13.8).

Na mesma proporção, se notou o aumento dos números das agressões entre os casais, inclusive no meio cristão, numa clara evidência de que o tão sonhado pedacinho do céu que era a proposta inicial da união, se transformou numa filial do inferno, com trocas de acusações, violência física, moral, psicológica, sexual e financeira, com aumento dos abusos, alguns com resultado morte. Pasmem!

Veja bem que se as orientações cristãs não funcionam adequadamente no seio familiar, é de se supor que os ensinos e estudos bíblicos não passam de meras formalidades religiosas que não provocam nenhuma mudança e/ou transformação. A falta de afetos tem encerrado relacionamentos que até então eram longevos, enfraquecendo os laços e impactando os demais membros familiares. Hoje a realidade é de casamentos destruídos, filhos afastados do convívio familiar, números crescentes de alienações parenterais e considerável aumento das enfermidades da alma, como a depressão, síndromes do pânico e uma infinidade de patologias na área da psiquiatria e/ou psicologia.

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (Jo  13.35). Ou seja, o discípulo de Jesus tem necessariamente que amar e quem ama,  tem cuidado, dá proteção, motiva e encoraja. Entenda que nenhuma união, nenhum casamento sobrevive debaixo de uma relação sem demonstrações de afetos, num campo cheio de neuroses, de culpas, violências e acusações. Resumindo, se a ordem é amar o próximo que muitas das vezes nem é parente, creia que mais ainda é amar aquela pessoa que é parceira e sócia na construção da sua família. E para ter valor, nada de ficar no campo das intenções, o amor deve ser praticado, executado (Tg 1.22). Combinado assim? Grande abraço

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

 

Ler 406 vezes Última modificação em Quarta, 10 Agosto 2022 13:44
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