Domingo, 23 Outubro 2022 10:41

ENGANO

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ENGANO

“Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.”  (Mt 6.20)

 

Mateus era um judeu que trabalhava para o império romano cobrando impostos e tributos de seus compatriotas, até que teve um encontro com Jesus. Deixou o emprego e a vida boa e dali em diante passou a seguir Cristo. Seu evangelho faz parte do grupo denominado evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) pela similaridade em suas narrativas do ministério de Jesus. Mateus escreveu aos judeus deixando evidente que Jesus era o Filho de Davi e Filho de Deus (Mt 1.1).

Ambientando o versículo acima, tem-se que Jesus usou de sua fala para ensinar sobre a importância da vida eterna, sobre a relevância de colocar o coração em Deus e não nas coisas materiais, passageiras e ilusórias. É nítido que em seu discurso, o mestre aborda seus ouvintes sobre as prioridades da vida instigando seus ouvintes a analisarem o valor das coisas espirituais em relação ás coisas terrenas, ás coisas da vida (Mt 6.19-23).

Considere que muitas das vezes, homens e mulheres desviam seus olhares e suas mentes para lugares muito distantes daqueles que são o objetivo que lhe foram propostos. Assim, o fracasso de muitos projetos em sua fase executória acontece porque o homem desviou o olhar do projeto original e direcionou seus olhos e sua força para lugares errados. Ou seja, numa frase típica do futebol: “a pessoa está correndo errado”!

A ansiedade sobre o que acontecerá no dia de amanhã tem levado homens e mulheres a acumularem riquezas e bens como forma de se prevenirem contra situações contingenciais. Isso é bom e natural e desde os primórdios da humanidade, se precaver e ter meios de amenizar infortúnios é uma prática que tem sido realizada por todos. Afinal, ninguém aprecia ser surpreendido numa condição que não possa dar uma resposta adequada, por isso, todos planejamentos consideram situações contingenciais.

E no século I, em pleno período do ministério de Jesus, essa ansiedade quanto ao dia de amanhã já era algo que ocupava a mente das pessoas, a ponto de Jesus fazer diversas advertências, ensinando seus ouvintes que eles deveriam ser vistos e avaliados pelo que eles eram em termos de bondade e compaixão pelo próximo e, logicamente, não por aquilo que possuíam. Nessa mesma abordagem, de maneira figurada, Jesus instruía sobre não ajuntar riquezas e bens na terra, pois elas seriam consumidas pela traça e/ou pela ferrugem e isso sem contar que ladrões também poderiam roubar (Mt 6.19). Ensinava Jesus que a maior riqueza seria aquela acumulada nos céus, procedendo conforme os mandamentos de Deus. Reflita sobre isso!

Mas considere que essa vontade em acumular bens tem estreita relação com o sistema econômico, que preza o acúmulo de riqueza a qualquer custo em detrimento dos afetos e relacionamentos, inclusive do relacionamento com Deus, e aí tem-se o conflito, uma vez que as riquezas se tornam os ‘ídolos do coração’ e passam a ocupar um espaço no coração do homem e Deus não teria mais espaço, sendo relegado a uma posição inferior (Pv 23.26).

No Antigo Testamento, há informações sobre o perigo que a riqueza pode trazer impactando individual e coletivamente muita gente. A narrativa de Josué diz que após a derrubada dos muros de Jericó, um homem chamado Acã ignorou a ordem de não se apropriar de nenhum objeto de valor dos despojos da guerra (Js 7). Todavia, seu coração foi desviado para valores dos vencidos na guerra, e Acã perdeu a vida e a nação israelita perdeu uma batalha. Salomão, rei de Israel se afastou de Deus por outras situações (idolatria a outros deuses), mas tem-se que sua riqueza e seus bens contribuíram sobremaneira para sua derrocada (1 Rs 10-14;29). Lucas deixou registrado que o casal Ananias e Safira morreram prematuramente por causa de suas mentiras sobre um dinheiro que possuíam e depois negaram sua posse (At 5.1-10). Noutras palavras, para muita gente, o foco na riqueza e no dinheiro além de desviarem seus corações se tornou em perdição, afastamento de Deus e consequentemente, trouxe a morte. Pense nisso!

Traga essa história para nossos dias e perceba que a maior riqueza está nas bênçãos de Deus sobre as vidas daqueles que andam em seus caminhos. Qualquer outro entendimento é enganoso e falho, pois ajuntar tesouros no céu é sem sombra de dúvidas o melhor investimento que se pode fazer no tempo presente. Nenhum ouro, nenhuma prata e nenhuma aplicação financeira pode se equiparar á maior de todas as bênçãos que pode existir: a benção espiritual. E Deus, por amor ao homem, porquanto pecador e falho concedeu Jesus em quem estão todos os tesouros e riquezas celestiais (Cl 2.3).

Portanto, não se deixe levar pelo engano. Fazer a opção de ajuntar tesouros no céu é indicativo de inteligência e maturidade, afinal aplicar no que é eterno é o melhor investimento que homens e mulheres podem realizar, enquanto vivos. Depois da morte nada mais se pode fazer, acredite nisso! Um forte abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus continue abençoando sua vida e seus projetos.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 4501 vezes Última modificação em Domingo, 23 Outubro 2022 16:08
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