DESCONFIANÇA
“não andeis inquietos por coisa alguma” (Fp 4.6)
Não restam dúvidas que foi mesmo o apóstolo Paulo quem escreveu a carta para a comunidade cristã que estava na cidade de Filipos. A bem da verdade, essa epístola foi redigida com a finalidade de agradecer pela ajuda financeira que aquela igreja havia feito ao apóstolo Paulo. Quando escreveu aos Filipenses, Paulo estava preso em Roma e mesmo assim, declarou que sua vida estava nas mãos de Deus, a ponto de instruir a comunidade cristã em Filipos que eles não deveriam viver ansiosos quanto ao dia de amanhã, mas que confiassem em Deus. Este era e continua sendo o segredo de uma vida de paz e serenidade. Reflita nisso!
Um mundo extremamente hostil, cheio de pessoas competitivas, cada um buscando o seu espaço, inclusive em ambientes religiosos, se traduz num lugar onde reina as inquietações, as decepções, as frustrações e logicamente, as desavenças e as desconfianças. Afinal de contas, cada indivíduo alimenta seus interesses em busca de melhores posições e para isso, a ansiedade na busca por resultados ganha cada vez mais espaços.
Em sua narrativa Paulo orienta a igreja em Filipos a se manterem confiantes em Deus, ainda mais quando as perseguições vindas dos Romanos e dos judeus infringiam terror e medo a todos que confessassem Jesus. A instrução era que o clamor e as orações a Deus já fossem antecedidas com ações de graças, pois Deus cuidaria da vida de cada um. Ou seja, Deus deveria ser visto como aquele que entra com a provisão a favor de quem nele coloca sua esperança. Era como se Paulo os lembrasse que Deus é Jeová-Jiré, o Deus da provisão (Gn 22.14).
Durante a peregrinação do povo Hebreu pelo deserto em direção a Canaã, Deus se manifestou em muitas ocasiões entrando com a solução em diversas ocasiões. Deus operou um milagre abrindo o Mar Vermelho, ofertou alimentos por muitos anos, noutra ocasião transformou água ruins em águas potáveis, certa feita abriu o Rio Jordão e todos atravessaram o rio sem molhar os pés, deu vitórias na lutas e fez muitas coisas ao povo que ELE mesmo tinha escolhido (Dt 7.6). Noutras palavras, em todo o tempo da caminhada, o povo de Israel sentiu e enxergou o cuidado e o zelo de um Deus que não os desamparou em nenhum momento da peregrinação: isso é provisão!
Considere que muitas pessoas tem dificuldade para crer no cuidado de Deus, mas a verdade é que ELE sempre se revela cuidando dos seus. Nesse sentido atente que a ansiedade e as inquietações, são nada mais e nada menos que uma grande desconfiança contra Deus. Alimentar dúvidas sobre realizações futuras nada mais é que desacreditar num Deus que já fez no passado e que fará no amanhã, isso é fé! Entenda ainda que presumir a ausência da provisão divina em eventos futuros não pode fazer parte da vida cristã, afinal, a esperança em Deus é firmada pelo que ELE é: bom, misericordioso, gracioso e generoso. Reflita!
Perceba que gente ansiosa sofre e sofre muito, pois ela imagina e cria situações em sua mente e as torna reais. O ansioso vive antecipamente um resultado que, se ainda não chegou, pode nem chegar. Muita gente ainda conduz sua vida com foco em coisas materiais e nisso as inquietações geram o receio da perda, o medo da escassez, das privações e/ou do que pode faltar no dia seguinte. Veja que não é nenhum pecado que homens e mulheres invistam seus recursos em automóveis, nas compras de sítios, chácaras, invistam em sociedades empresariais ou que tenham ações nos banco. O problema é quando estes bens materiais se tornam ídolos do coração, criando uma relação obsessiva e idolátrica. Lembre-se que muitas pessoas amam as coisas, adoram as pessoas e querem usar a Deus, quando na verdade o correto é adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas. Pense nisso!
Nas palavras de Jesus: "Está escrito: 'Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus'" (Mt 4.4). Tanto no século I, como nos dias atuais, o pão feito de farinha de trigo como alimento físico era um dos itens fundamentais da alimentação das famílias. Hoje não é deferente, todavia, ao fazer esse comparativo Jesus ensinou que a palavra de Deus era o alimento espiritual, era o ‘pão’ que desceu do céu para dar vida!
Cristo é o ‘pão’ que veio do céu, que gera confiança, que dá esperança, que dá vida ao mundo e sacia toda fome espiritual. Entenda, portanto, que Cristo é imprescindível para que homens e mulheres vençam suas inquietações, abandonem definitivamente a desconfiança contra Deus e tenham uma vida confiante no amanhã, certo que Deus cuidará de prover todas as suas necessidades. Creia nisso e viva! Um forte abraço
Jesus Cristo te abençoe, hoje e sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr