Domingo, 02 Abril 2023 09:59

RAIVA

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RAIVA

 "Ah filha da Babilônia que vai ser assolada, Feliz aquele que te retribuir o pago que tu nos  pagaste a nós.” (Sl 137.8)

 

Num espaço aproximado de mil anos, cerca de cento e cinquenta poemas ou salmos foram reunidos para dar vida ao livro que conhecemos por Salmos. Desses, cerca de setenta deles são atribuídos á autoria do rei Davi, expressando sentimentos como angústia, alegrias, confiança, exaltação e glorificação a Deus. Há salmos que expressam a esperança em Deus, outros fazem a comparação dos homens e assim, em todas as épocas eles enriquecem o conhecimento humano sobre um Deus que não falha.

O salmo de número 137 retrata a situação dos judeus que viviam na condição de exilados na Pérsia, notadamente na cidade da Babilônia. Mostra o sentimento deles em relação á vida longe de suas terras (Sl 137).

“No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo..” (Jo 16.33). Nessa profecia de Jesus, ele deixou claro uma situação que atinge muita gente, e atinge sem preconceito de raça, cor, status social, etc. Essas aflições são as dificuldades do cotidiano, todavia, o mesmo Jesus orientou a ter bom ânimo, pois ou as pessoas lidam de forma madura com as dificuldades ou serão todas engolidas pelas decepções e frustrações e viverão  eternamente angustiadas.

A história espiritual do povo judeu diz que eles não tinham uma constância diante de Deus. Na verdade viviam um ciclo de pecado, confissão, arrependimento e mudança de vida para depois retornarem ao pecado e nessa toada, foram sucessivos ciclos completos. Em todos eles, Deus se fez presente como um pai amoroso, um pai que cuida e que deseja o melhor para seu filho, mas houve um tempo de grande afastamento do povo diante de Deus e esse afastamento gerou graves consequências físicas. Mesmo advertidos por homens sinceros diante de Deus (Jeremias, Isaías, Habacuque) os líderes judaicos não levaram as exortações a sério. O resultado foi a invasão de Judá pelos caldeus com a consequente destruição da cidade de  Jerusalém, e logicamente, com a derrubada do templo.

Levados como escravos para uma terra estranha, de língua e cultura estranha, os judeus passaram por maus pedaços, entretanto, o mesmo Deus que os desterrou para longe, disse que iria trazê-los de volta após setenta anos (Jr 25.1-12). Ou seja, a correção divina tinha data e hora para terminar, mas era preciso ter paciência.

Saiba que em muitos momentos a Bíblia ensina o que se deve fazer e tem hora que ela ensina o que não se deve fazer. Com as experiências de Abraão se aprende a depender de Deus, a ter fé e a ser obediente. Com Abraão se aprende a  acreditar mesmo não enxergando o que só Deus enxerga. Também se aprende a não mentir, a não buscar atalhos e nem mesmo querer dar uma ajudinha a Deus. Pense!

O povo judeu estava vivendo as consequências físicas das transgressões contra Deus e, sem sabedoria e com o coração transbordando amargura, eles desejaram o mal aos caldeus, como se os caldeus fossem os responsáveis por tudo aquilo que eles estavam passando. É nítido que o povo judeu não estava fazendo uma leitura correta dos fatos, eles nutriam um forte desejo de vingança, coisa típica de quem tropeça, cai e fica na torcida para que o outro venha a tropeçar e cair também, quando na verdade ninguém  tem nada a ver com a queda.

Fica claro na narrativa que mesmo pagando pelos seus pecados o povo judeu não conseguia enxergar o seu próprio pecado, eles estavam vivendo o que mereciam pelo passado ruim e ainda assim desejavam o mal aos caldeus, ou seja, revoltados e amargurados eles faziam uma cortina de fumaça das suas próprias transgressões.

Há muita semelhança com o que acontece nos dias atuais. Muita gente foi advertida, orientada e instruída quanto a seus comportamentos errados diante de Deus e mesmo assim, continuam na vida loka. Nada os convence de que estão caminhando na direção errada e na estrada errada. Mas quando passam a sofrer as consequências de seus atos, em vez de arrependimento e mudança de postura, fazem como os judeus na Babilônia, passam a desejar o mal às pessoas, como se isso fosse a solução, quando na verdade apenas mostra o quão cheio de rancor estão seus corações (Sl 137.9). Reflita!

Quando nas lutas ou nas tempestades da vida, entenda que nenhuma amargura, nenhuma raiva e/ou nenhum rancor possui capacidade para solucionar os problemas. Entenda que enquanto a raiva dominar o coração, nenhum cristão está apto ou  qualificado a viver o amor de Deus. Resumindo, nas aflições e nos enfrentamentos da vida não deixe que o rancor e a amargura tome conta de seu coração, mas aproveite esse tempo para glorificar e exaltar o nome de Deus, aliás, o mesmo no olho do furacão, tenha certeza que Deus continua sustentando a sua vida, amém? Abraço grande!

Jesus Cristo os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

Ler 516 vezes Última modificação em Domingo, 02 Abril 2023 17:01
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