Sábado, 06 Maio 2023 23:39

EMPATIA

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EMPATIA

“Depo­is os três se assentaram no chão com ele, durante sete dias e sete noites. Ninguém lhe disse uma pala­vra, pois viam como era grande o seu sofrimen­to.” (Jó 2.13)

Segundo os historiadores, cronologicamente, o livro de Jó é o mais antigo da bíblia. Não se sabe com certeza a data de sua criação, quem é o autor e praticamente existem poucas informações a respeito do livro, todavia, diferente dos demais livros e cartas da Bíblia, a narrativa de Jó desafia o pensamento humano quanto ao entendimento do mistério do sofrimento, das angústias, das perdas e logicamente, da dor. Noutro giro, abre-se caminho para compreensão da soberania de Deus.

Após perder seus filhos e seus bens e ainda ser instigado por sua esposa, Jó se viu atacado por inúmeras feridas em seu corpo. Sabendo da triste situação que ele estava enfrentando, três amigos resolvem visitá-lo. Este é o contexto (Jó 2.11-13).

A palavra empatia pode ser definida como o ato ou capacidade de alguém se colocar no lugar de outro, compreendendo a situação que esse outro está vivenciando. Luto pela perda de entes queridos, tristeza por acontecimentos ruins e alegrias por eventos bons são exemplos de situações que podem ser identificadas e compartilhadas por pessoas próximas. Um típico exemplo que pode retratar a empatia são pessoas que cortam seus cabelos em solidariedade com parentes e/ou amigos que estão em tratamento oncológico e perderam seus cabelos.

Considere que a sociedade moderna é por demais competitiva e extremamente interesseira. Raridade encontrar pessoas que se disponibilizam a gastar recursos e tempo para demonstrar solidariedade com outras pessoas, principalmente se não são parentes. Há inúmeros exemplos de pessoas interesseiras, mas a classe de gente que mais se enquadra nesse tipo são os gestores públicos. Antes do pleito eleitoral, abraçam e agradam o povo fazendo de tudo para conquistá-lo e após a eleição, simplesmente somem e não o reconhecem mais. Evidente que existem as exceções, mas infelizmente a grande maioria age assim.

“Sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande” (Jó 2.13).  Diante da notícia de que seu amigo de Jó estava passando por uma situação terrível, com perda de filhos e a totalidade de seus bens, os três amigos vieram e se tornaram empáticos. Sem conhecer os bastidores que conduziram o caso de Jó, estes homens se identificaram com ele e quando o encontraram ficaram em silêncio, não disseram nada e permaneceram ao lado do moribundo amigo. É bem provável que dialogaram por meio dos olhares que se cruzaram, entendendo os três que o melhor a fazer naquele momento era o silêncio.

Traga essa narrativa para os dias atuais e perceba a diferença de muita gente, que diante de eventos da vida alheia, simplesmente se posicionam com falatórios e sugestões, deixando evidente que a tragédia de um pode não significar nada para o outro. Isso ganha nitidez com os comentários nas redes sociais, quando os ataques diretos e/ou indiretos e a imposição de responsabilidades se tornam em maior número do que palavras e frases de apoio. Ou seja, poucos olham a vida sob a perspectiva do outro. Reflita!

Considere que desde a transgressão de Adão, o homem de afastou de seu Criador e para que a reconciliação se realizasse, veio Jesus que em seu ministério demonstrou a tão necessária empatia com o povo que sofria nas mãos de seus líderes. Jesus, ao curar, libertar, ressuscitar os mortos, ao dar vistas aos cegos, limpar os leprosos e transformar vidas, demonstrava o seu amor e interesse às pessoas e humanamente, se colocava no lugar delas.  Perceba que nos evangelhos Jesus é visto se relacionando com pessoas de todas as classes sociais daquela época, ou seja, Jesus interagiu com prostitutas, com comerciantes ricos, com os religiosos, com os marginalizados da sociedade e com cobradores de impostos. A todos ele valorizava como pessoa e dava atenção individual. Guarde isso!

Entretanto, nos dias atuais atente que as pessoas são tratadas como números, foram coisificadas e nesse sentido, pouco ou quase nenhum valor elas possuem. Jesus cuidou, se aproximou, se identificou com quem sofria e mais que tudo isso, Jesus se mostrou presente nas horas difíceis. "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o vós também a eles, pois esta é a lei e os profetas." (Mt 7.12).Foram  palavras do próprio Jesus evidenciando que a empatia e a solidariedade é uma estrada de mão dupla, hoje demonstra-se empatia e solidariedade com a dor alheia, e amanhã, pode acontecer a reciprocidade. Afinal de contas, a empatia é uma semente que produz  justiça, não a justiça humana, mas a justiça de Deus, amém? Abraço grande.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

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