Sábado, 10 Junho 2023 23:05

OMISSÃO

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OMISSÃO

 

levantou-se outra geração que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel." (Jz 2.10).

 

Cronologicamente o livro de Juízes retrata a vida do povo de Israel logo após a morte de Josué, quando eles já estavam inseridos nas terras de Canaã e todos já tinham recebido suas possessões. O agravante era que sem a figura de Josué e diante de povos que já habitavam aquele território, a vida se complicou pela ausência de uma liderança que conduzisse as ações do povo. “Naqueles dias não havia rei em Israel, cada um fazia o que queria” (Jz 21.25). Essa é a  frase que resume a situação do povo que tivera Moisés e Josué como líderes e agora se enxergavam sem ninguém a se espelhar.

Na vida cotidiana algumas pessoas estabelecem horários para suas tarefas e ao findar do dia, afirmam que o tempo não foi o suficiente para cuidar das atividades que ela mesma se propusera a realizar. O resultado é que algumas coisas foram feitas e outras ficaram para trás, assim é fácil perceber que as pessoas executam muitas atividades e nem sempre essas pessoas são eficazes e/ou eficientes nas tarefas diárias. Isso acontece porque certas atividades são priorizadas pelo grau de importância em detrimento de outras e nesse sentido, algumas tarefas ficam para depois ou para nunca mais.

A narrativa mostra que o povo Israelita já estava consolidado em Canaã, mas na hora de desfrutar das terras da promessa em toda sua plenitude, plantando e colhendo, surgiu um problema: aquela geração desconhecia o Deus de seus antepassados e diante desse desconhecimento, reinava a instabilidade espiritual. Eles viviam um ciclo espiritual muito bem definido e marcado pela desobediência a Deus, seguido de crise espiritual, consequências físicas e espirituais do pecado, confissão e arrependimento das ações e fechava o ciclo com a restauração da vida religiosa, mas logo a seguir eles retornavam novamente à prática dos pecados da desobediência, da idolatria e o consequente afastamento de Deus. Era nítido a diferença entre a geração antiga, dos pais e a geração atual, dos filhos e netos, a primeira caracterizada por servir ao Senhor todos os dias de Josué e a outra por fazerem o que era mau aos olhos do Senhor. Ou seja, Deus era o mesmo, mas o comportamento das gerações eram antagônicos (Jz 2.7-11). Era evidente que a geração mais velha nada transmitiu à geração mais nova sobre os feitos e as obras de Deus. A geração antiga foi omissa, não conseguiu fazer uma transição espiritual e o resultado ficou evidenciado pela bagunça espiritual e por cada um fazer o que lhe dava na cabeça. Pasmem!

“Remir o tempo, pois os dias são maus” (Ef 5.16) Nas palavras de Paulo, o versículo diz para usar o tempo presente com sabedoria e discernimento em atos realmente importantes e na vida cristã a variável “tempo” tem que ser vista como oportunidade de fazer algo de útil no e para o reino de Deus. A bem da verdade, hoje as pessoas se ocupam com múltiplas tarefas no mundo secular, enquanto as atividades do reino de Deus ficam para trás. Disso pode-se entender sobre a importância de não deixar passar em branco as inúmeras oportunidades de homens e mulheres serem ferramentas eficazes e eficientes no reino de Deus. Lembre-se que ficou evidenciado que a geração antiga do povo israelita não se preocupou em transmitir e dar conhecimento aos mais novos sobre quem foi o Deus que os levou até aquelas terras. Ou seja, eles não vislumbraram a oportunidade de ensinar aos mais novos sobre o Deus a quem eles serviram.

Fala-se muito nos dias atuais sobre missões e ela é importante sim. Existem por aí inúmeras instituições formando jovens e adultos para essa nobre e importante tarefa de levar o evangelho da salvação, do amor de Deus e da libertação às pessoas em seus mais diferentes ambientes. Hoje, quando se fala em missão, os lugares mais cogitados são os países africanos, os lugares inóspitos e distantes, como se eles fossem a mais clara definição objetiva da missão cristã e isso pode não ser uma premissa, para arrepio de muitos. Nada contra, até por que os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas deixaram claro as palavras de Jesus para que o evangelho fosse levado ao mundo todo e isso deve ser feito (Mt 28.19-20: Mc 16.15; Lc 24.47-48).

Jesus disse que voltará e isso é tema central das escrituras (Jo 14.1-6). Mas enquanto isso não se realiza, o evangelho que se vive hoje vai chegar aos filhos e netos, vai chegar à próxima geração ou vai acabar por aqui mesmo? E caso chegue, será um evangelho puro, verdadeiro, sem mistura ou será um evangelho relativizado? Reflita!

A narrativa de Juízes mostra que aquela geração antiga do povo israelita morreu e não comunicou aos mais novos o Deus em quem eles acreditavam e o resultado foi pavoroso, senão assustador (Jz 2.19). Hoje, mais que nunca, a missão continua em transmitir e fazer Jesus ser conhecido a todos, inclusive no meio familiar. Filhos e os filhos deles precisam ser ensinados a conhecerem as verdades eternas e isso é responsabilidade familiar, é missão familiar (Sl 78.3-4). Afinal se isso não for feito, amanhã acontecerá de existir uma geração filhos de cristãos que não conhecerão o Deus de seus pais. Lembre-se que nada gera mais dúvidas no coração dos mais novos do que a incoerência dos que conhecendo Deus, não assumem posição de crentes em Jesus. A missão é universal, mas acima de tudo é familiar, senão vira omissão, entendeu? Um forte abraço

Jesus Cristo Filho de Deus continue abençoando sua vida.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 481 vezes Última modificação em Terça, 13 Junho 2023 14:02
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