Sábado, 23 Setembro 2023 22:12

MEDO

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MEDO

“Guarda-te, não esqueças do Senhor  que te tirou da terra do Egito, da casa de servidão” (Dt 6.12)

O livro de Deuteronômio faz parte de um conjunto de livros denominado Pentateuco e foi escrito pelo profeta Moisés. A narrativa do livro é uma revisão dos escritos anteriores e nele Moisés apresenta reiteradas repetições de seus discursos. Deuteronômio é citado em mais de quarenta oportunidades no Novo Testamento e Jesus fez diversas menções em suas falas, mostrando o quão importante são os registros desse livro.

Contextualizando a passagem, tem-se que Moisés fez um discurso ao povo de Israel, advertindo-os para não adotarem as práticas culturais da sociedade cananeia quando lá estivessem instalados, sob pena de assim fazendo, eles acenderem a ira de Deus (Dt 6).

Somos parte de uma geração que recebe muitas informações. A todo momento somos informados sobre as novidades que estão chegando e muitas dessas novidades vem para o conforto, para o bem estar e satisfação das pessoas. O mundo evolui em todos os setores e isso fica evidenciado pelas novas tecnologias, pela modernização da indústria, pelos novos medicamentos, etc. Todavia, veja que se o mundo muda rapidamente, saiba que a visão cristã permanece inalterada. A Palavra de Deus continua atual e confrontante com tudo aquilo que vai de encontro com os mandamentos divinos.

O povo Hebreu caminhava pelo deserto em direção as terras de Canaã e a narrativa de Moisés mostra o medo que ele nutria quando os israelitas estivessem dentro das terras cananeias. Livres da escravidão no Egito, o povo de Israel estava prestes a se tornar uma nação e precisava criar sua identidade. Inspirado por Deus, Moisés elaborou a lei mosaica dividida em lei cerimonial (adoração), lei civil (vida em sociedade) e lei moral (santidade de Deus). A lei moral era um padrão a ser seguido e Moisés tinha muito receio que eles perdessem esse padrão moral, caso se aculturassem com os nativos de Canaã.

Entenda bem que a preocupação de Moisés é a mesma nos dias de hoje, quando se analisa sobre a perda da identidade cristã. Nesses dias atuais, com tantas possibilidades dos cristãos se aculturarem e familiarizarem com as práticas mundanas, a perda da identidade cristã é uma triste realidade. Hoje, o desafio não é o crente resistir as influências mundanas, mas ser um influenciador das boas práticas no campo da moralidade, da ética e dos bons costumes. Reflita!

Na cabeça de Moisés, ele tinha a preocupação do povo se encantar com o conforto de Canaã e rapidamente se esquecer do Deus que os libertou do Egito. Veja que Canaã era muito melhor que o Egito, começando pela liberdade que agora o povo de Israel iria usufruir. As terras cananeias eram melhores, o clima era bom para o plantio, já haviam poços que jorravam água, já tinham lavouras e tudo isso estava a disposição deles, bastava tão somente desfrutar dessas bênçãos. O medo do grande líder estava justamente nisso, de posse das benções, o povo poderia simplesmente esquecer de Deus, aliás, trazendo isso para os dias atuais, entenda que em dias de bonança, existe mesmo o risco das pessoas se afastarem de Deus, em dias de festa e alegrias, existe o risco das pessoas desprezarem o devocional, em dias de abundância, existe  o risco das pessoas não meditarem na bíblia e nem mesmo orar. Ou seja, quando as bênçãos materiais chegam na vida do crente, o perigo de se afastar de Deus se torna uma realidade. Nesse sentido vale lembrar que nenhuma benção material pode servir como barreira á uma vida de intimidade e relacionamento com Deus. Reflita nisso!

Considere que os dias de hoje são muito melhores que trinta ou quarenta anos atrás,  aliás o mundo mudou mais nos últimos cinquenta  anos do que nos trezentos anos anteriores. Veja que hoje a comunicação é por meio digital e on line, outrora era manual, hoje a medicina é melhor, os empregos são melhores, os carros são mais seguros e isso sem falar numa infinidade de outros itens que dão mais conforto ás pessoas. Hoje a vida é muito melhor que a vida do passado. Mas nada disso pode servir como justificativa para deixar de reconhecer Deus na vida das pessoas. Ainda hoje essas mordomias não podem encantar o homem a ponto de fazê-lo esquecer de Jesus.

“Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.(Fp 3.14). Perceba que a grande conquista que o homem deve almejar é a salvação, mas o grande prêmio que é dado ao homem é a vida eterna com Cristo. Nesse sentido é primordial colocar os olhos nesse prêmio, lutar por ele e se esforçar para ganhá-lo. Nada deve ser mais precioso que viver com Cristo eternamente, afinal de contas, sem objetivos espirituais, as distrações da vida podem levar muita gente para caminhos errados e, pior que isso, caminhos sem volta. Moisés se preocupou e teve medo e hoje por meio da história do povo de Israel, o livro de Juízes confirma que Moisés tinha razão. Guardar o coração das influências culturais continua um negócio bem atual! Abraço grande

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1098 vezes Última modificação em Domingo, 24 Setembro 2023 08:16
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