Segunda, 04 Dezembro 2023 13:06

DESÂNIMO

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DESÂNIMO

Pelo que, tendo este ministério, segundo a  misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;” (2 Co 4.1)

 

Paulo escreveu duas cartas a uma mesma igreja, igreja essa que estava localizada na cidade grega de Corinto. A primeira carta, ele respondeu algumas questões sobre casamento, comidas e relacionamentos, inclusive advertiu a igreja sobre divisões que estavam em andamento no meio deles. Na segunda carta, Paulo faz a defesa de seu apostolado diante de algumas acusações dos mesmos irmãos  (2 Co 11.5-6). Segundo os estudiosos entre a primeira e a segunda carta, se passaram pouco mais de um ano.

A passagem acima está ambientada no bloco comparativo entre a antiga e a  nova aliança, chamando a atenção dos novos convertidos para não desanimarem da caminhada que eles haviam iniciado quando acreditaram nas boas novas do evangelho (2 Co 4.1-6).

Compreenda que a humanidade não era e nem é merecedora, mas a nova aliança foi dada pela misericórdia de Deus, concedida por meio do sacrifício de Jesus na cruz do calvário. Enquanto a velha aliança estava focada no que o homem era capaz de realizar, a nova coloca o foco e o mérito da justificação na cruz de Jesus. Essa é a grande diferença entre as duas alianças. Uma instituída pela lei de Moisés, outra pelo sublime sacrifício de Jesus. Na antiga o homem era o centro e tudo tinha a ver com sua capacidade e inteligência, todavia a nova deixa claro que nada vem do próprio homem, mas de Deus que se compadece. Resumindo: o homem é justificado pela justiça de Deus.

Perceba que nos dias atuais é muito fácil a pessoas vivenciarem o esgotamento emocional. Quanto ao físico nem se fala diante de tantas pessoas cansadas, prostradas frente as grandes lutas do dia a dia. Todavia, grande parte dos esgotamentos emocionais possuem origem em amizades possessivas, relacionamentos tóxicos onde o outro faz exigências de sempre querer mais. Profissionais da saúde já deram um nome a essa patologia de extrema exaustão: síndrome de Burnout. Perceba que nos dias atuais existem metas para tudo e as pessoas precisam produzir. Nesse sentido é fácil se frustrar com as injustiças e mais fácil ainda é ficar decepcionado com a empresa onde trabalha, decepcionar com amigos, com a  igreja e até mesmo se decepcionar com Deus. Nesse embaralhado, as pessoas desacreditam em tudo e surge a pergunta de onde está a solução para esses desencontros? A resposta está em Jesus, força capacitadora que mantém homens e mulheres firmes e inabaláveis nos momentos cruciais da existência humana. Reflita!

Saiba que o apóstolo Paulo era fariseu e membro atuante da religião judaica. Era um religioso que tinha zelo e compromisso com os rituais judaicos. Sua firmeza e comprometimento com a fé judaica fez dele um líder respeitado, nas reuniões do Sinédrio ele era ouvido e consultado (At 9.1-2). Entretanto, depois de sua conversão ele sofreu intensa perseguição dos seus amigos ‘judeus’. Ou seja, num instante ele passou de algoz à vítima, de opressor a oprimido e como num passe de mágica, Paulo virou um traidor do judaísmo. Foi perseguido pelos romanos, pelos irmãos judeus e por toda sorte de gente que agora o enxergava como inimigo do povo (2 Co 11.25-28).

É bem provável que situação semelhante com a que aconteceu com Paulo, tenha também acontecido com muitos homens e mulheres depois que se converteram ao Evangelho de Jesus Cristo e que entenderam o valor do sacrifício de Jesus. Veja que para essas pessoas, os amigos sumiram e se tornaram inimigos, a solidão e o desânimo bateu na porta e diante dessa intensa pressão social para voltar ao mundo das antigas práticas pecaminosas, muita gente se angustia com as críticas, afinal “virar crente se tornou um tsunami na sua vida”. Entenda bem que assumir compromisso com a verdade do evangelho, enaltecer e praticar a moralidade, elogiar e levar a vida com honestidade são coisas que vão trazer mesmo a rejeição de muita gente. Afinal de contas, o crente verdadeiro não tem compromisso com os vícios do álcool, do tabaco, não participa mais das festinhas e longe de tudo isso, ele vai conduzir sua vida de maneira íntegra e harmoniosa. Mas essa rejeição não pode e nem deve ser motivo para desanimar da fé cristã. Pense!

Infelizmente o desânimo chega para muitas pessoas quando elas se encontram diante dessa ilusória pressão social, e nesse momento elas perdem a esperança e se afastam do convívio entre os irmãos, porque simplesmente  deixam de olhar pra Jesus e colocam seus olhos nas críticas e nas rejeições. Mas é importante entender que o que mantém o crente firme na vida cristã é a certeza para onde ele que está caminhando: a vida eterna com Cristo. Reflita!

O texto deixa evidenciado que Paulo nutria forte preocupação com os irmãos da cidade de Corinto e escreveu que eles não deveriam desanimar diante das dificuldades e das provações que chegavam a todo instante. Paulo afirmava em bom tom que eles deveriam ser firmes e constantes na caminhada cristã, pois o trabalho deles em perseverar diante de Cristo não seria em vão no Senhor (1 Co 15.58). Resumindo: dificuldades, lutas, privações, desencontros e até mesmo perseguições fora e dentro dos ambientes religiosos podem sim acontecer, mas diante de tudo isso, não desanimar faz parte da vida cristã. Portanto, continue firme, marchando corajosamente para a frente, pois o reino de Deus é eterno e imutável. Aliás, nos desencontros da vida, não é sobre quem te sustenta nos momentos mais difíceis, mas é sobre quem não nunca te abandonou: Jesus!  Um forte abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe,

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 857 vezes Última modificação em Segunda, 04 Dezembro 2023 18:01
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