Quarta, 10 Dezembro 2014 12:12

INTEGRIDADE NA CRISE

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INTEGRIDADE NA CRISE

“Então, aqueles homens foram juntos, e, tendo achado a Daniel a orar e a suplicar, diante do seu Deus; Dn 6.11”.

 

Daniel (também descrito como o profeta do cativeiro) é o autor deste livro, escrito quando o povo judeu ainda se encontrava cativo na Babilônia. Daniel fazia parte de uma linhagem nobre dos judeus, foi levado cativo e ao chegar ao palácio do rei Nabucodonosor, devido sua boa aparência, sem defeitos físicos e instruído em toda a sabedoria, foi escolhido para assistir ao rei no palácio real (Dn 1.4). Temos que era um estranho fora de seu ambiente, considerando que os babilônios adoravam outros deuses.

A primeira parte do livro, cap. 1 ao 6, narra os eventos históricos e os de 7 a 12, a parte escatológica. Daniel esteve no palácio real durante todo o tempo em que o reinado esteve nas mãos de Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro, o que nos leva a crer que conhecia bem os meandros da política local.

O versículo em destaque mostra que alguns homens encontraram Daniel a orar e suplicar, entretanto, este versículo foi extraído de um grande bloco de versículos, que abarca praticamente todo o capítulo seis. No contexto, temos o relato que uma norma do rei, determinava que sem exceção, todos os homens do reino, por um período de trinta dias, deveriam fazer sua petição somente ao rei e não aos seus deuses. A pena para quem descumprisse o decreto real era ser jogado aos leões.

Chamamos de crise qualquer evento que foge a normalidade e tem sua temporalidade definida. É um conceito muito utilizado na economia, na psicologia, na política e na sociologia. Para as pessoas comuns uma crise pode aparecer em qualquer área, pode acontecer nos relacionamentos entre familiares e/ou vizinhos, pode aflorar na área financeira, numa doença, num acidente de trânsito e até mesmo quando a pessoa perde o emprego.

Com Daniel, a crise se instalou quando ele se viu, mediante uma ordem do rei, a fazer sua petição ao homem, uma coisa inadmissível, pois conhecedor da Palavra, Daniel sabia que somente a Deus adorarás e prestará culto (Ex 34.14). E na crise, Daniel se pôs a orar. Muitos podem até imaginar que Daniel somente orou quando a crise se instalou, mas uma leitura mais atenta é perceptível ver que Daniel orou “como também antes costumava fazer, Dn 6.10”.

As pessoas enfrentam suas crises de diversas maneiras. Uns se calam, outros choram, outros começam a murmurar, há aqueles que procuram assessoria especializada e outros, que infelizmente deixam de lado sua integridade e se corrompem. Daniel se mostrou impassível, era como se a crise não fosse com ele. Não se corrompeu e buscou a Deus em oração.

Naquela turbulência, manteve sua integridade inabalável, sabia que o Deus a quem servia não iria abandoná-lo (Dt 7.9). Se já orava a Deus, continuou a fazê-lo. Por não aceitar a lei do rei, foi sentenciado a morrer trucidado pelos leões. O final dessa história todos conhecem (Dn 6.16-24).

Muitas das vezes, as crises superam a capacidade de raciocínio das pessoas, levando-as se corromperem, aceitando condições que lhe serão amplamente desfavoráveis, tanto no aspecto físico como no espiritual. Manter uma postura íntegra, digna de um verdadeiro cristão, mesmo nos momentos mais difíceis de nossa existência, é sinal de maturidade espiritual, pois sabemos que o nosso Deus não nos abandona. “Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena; Pv 24.10). Com Jesus somos mais fortes!

Em nenhum momento Jesus disse que teríamos uma vida sem crise, por demais sossegada e tranquila. Disse claramente que no mundo teríamos aflições. O Salmista diz que muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra (Sl 34.19). A honestidade, a integridade e a perseverança em Jesus é a solução para superar qualquer crise. Creia que o zelo de Deus, sua proteção e sua misericórdia são infinitos. Nas crises, permaneçamos íntegros, em oração!

 

Deus os abençoe.

 

Milton Marques de Oliveira

Ler 1466 vezes Última modificação em Quarta, 10 Dezembro 2014 15:44

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