Quinta, 17 Dezembro 2015 21:13

12 ANOS.

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12 anos

“E estava por ali certa mulher que, havia doze anos, vinha padecendo de hemorragia.” (Mc 5.25)

“E no mesmo instante, a menina que tinha doze anos de idade, ergueu-se do leito e começou a andar. Diante disso, todos ficaram assombrados.” (Mc 5.42)

 

Com diferenças apenas em detalhes, os três evangelhos sinóticos mostram estes dois milagres bem distintos. O primeiro foi a cura da mulher que tinha uma hemorragia e o outro milagre foi de uma garota que já havia morrido e que pela graça de Jesus, ressuscitou. Importante perceber que ambos os eventos, totalmente distintos entre si, relatam as operações do poder de Jesus agindo de maneira singular na vida dessas duas pessoas. Num momento, a pessoa foi ao encontro do Mestre em busca de uma benção e noutro momento, Jesus é que foi ao encontro para abençoar.

A cultura judaica do século I em muito se fundamentou na lei mosaica como  fator determinante no comportamento das pessoas, estabelecendo regras que foram fielmente seguidas pelo povo judeu. Quando os filhos de Israel saíram do Egito, após permanecer mais de quatrocentos anos de escravidão, era evidente que tinham recebido e absorvido toda cultura daquela nação. Assim, Deus estabeleceu regras e normas de convivência ao seu povo por meio da lei mosaica, e neste contexto, tem-se que uma mulher em seu período menstrual era considerada impura e quem nela tocasse nela, também se tornava impuro (Lv 15.19). Os três evangelistas registraram que por doze anos, essa mulher esteve presa as regras da lei mosaica e sofreu na pele o peso da norma, até o dia em que conheceu o poder da graça por meio de Jesus.

É fato que nos dias atuais, muitas pessoas ainda se sentem presas e atadas a tantos problemas que fica mesmo difícil levar uma vida condizente e digna. Enfrentam lutas no campo financeiro, enfrentam verdadeiras batalhas no casamento, no trabalho e nas relações familiares e isso sem contar as guerras no seio familiar contra um dos maiores males do nosso século: as drogas. Na verdade existem adversidades de toda ordem, umas de menor potencial e outras que arrancam os cabelos da cabeça.

A bíblia diz pouco sobre Jairo, príncipe da sinagoga. Pode-se conjecturar que ele fosse um homem conhecido naquela comunidade e como príncipe da sinagoga, certamente fazia as preces e participava ativamente dos rituais judaicos que lá se realizavam. Era pai de uma única filha, que tinha de vida o mesmo tempo de sofrimento da mulher do fluxo de sangue. Atente que quando essa mulher começou a padecer de seu mal, a filha de Jairo nasceu. Em comum elas tinham doze anos, doze anos de padecimento de um mal e doze anos de vida!

A filha de Jairo já estava morta quando Jesus se aproximou de sua casa, tanto que os instrumentistas e tocadores de flauta já estavam prontos para o funeral (Mt 9.23). Antes de Jesus ir a casa de Jairo, veja que aquela mulher do fluxo de sangue, então impura, levando uma vida a se esconder de todos, tomou uma iniciativa radical. Criou coragem, se apertou no meio da multidão e pela fé, tocou as vestes do Mestre e imediatamente se viu livre do mal que por doze anos lhe assolava.

Entenda que há problemas que necessitam de uma decisão. Urge que as pessoas criem coragem, sejam ousadas no enfrentamento de suas adversidades e procurem por uma solução. Quando em meio as tempestades não é hora de chorar as mágoas e abaixar a cabeça. Nas crises, é momento de procurar por quem possa resolver.

Compreenda que mesmo doente, fraca e talvez até anêmica, essa mulher era considerada uma “bomba” ambulante pela lei mosaica, mas ela não se deu por vencida. Cristo era a solução e ela procurou por ELE. Teve fé, coragem e ousadia para vencer o mal que a tornava indigna e recebeu o seu milagre. Estava fraca e doente, mas fez algo por si mesma e não ficou no marasmo e no comodismo que a medicina da época lhe reservava.

Noutro giro, a filha de Jairo nada podia fazer por si mesma. Morta, apenas contava com o apelo e a fé de seu pai junto ao Mestre, mas Jesus foi ao seu encontro e ela ressuscitou. Pode-se imaginar a alegria de Jairo ao ver sua filha com vida. Como príncipe da sinagoga, certamente que Jairo conhecia bem o salmo que diz: “Deus é nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.” (Sl 46.1).

Quero que você compreenda que à cada um, Jesus abençoa de maneira distinta, conforme Sua vontade. A mulher do fluxo de sangue com toda aquela carga de sofrimento por longos doze anos foi ao encontro de Jesus. Por sua vez a filha de Jairo com doze anos de idade, recebeu Jesus em sua casa. Uns vão ao encontro de Jesus e outros, é Jesus quem vai ao encontro, todavia, todos são abençoados pelo Mestre que, além de não rejeitar ninguém, não age sempre de maneira igual, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe!

 

Milton Marques de Oliveira

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