Milton Marques de Oliveira
18/01/2022 - CULTO "FÉ E VIDA"
CERTEZA
CERTEZA
“Um dia a menina sugeriu à sua patroa: “Quem me dera o meu senhor procurasse o profeta que está em Samaria! Com certeza ele o curaria da sua lepra” ( 2 Rs 5.3)
Quando houve a tradução do Antigo Testamento da língua hebraica para o grego, a conhecida Septuaginta, os rabinos tradutores acharam por bem dividir o grande volume do livro dos Reis em duas partes, visando facilitar a compreensão dos trechos. Os dois livros narram as ações dos governos de Israel e de Judá com seus acertos e seus erros e o segundo volume de Reis, traz a queda de Jerusalém diante dos caldeus e, consequentemente a destruição do templo e a deportação do povo judeu para a Babilônia.
A narrativa compreendida em apenas dezenove versículos mostra que um homem sírio, de nome Naamã, conhecido pela sua patente militar e valentia nas guerras que enfrentou, possuía uma garota que servia em sua casa na condição de escrava. Essa garota era israelita e sabedora que seu patrão era leproso, acabou por sugerir que ele fosse á sua terra e lá, ele certamente seria curado pelo Deus de Israel (2 Rs 5.1-19).
Preste atenção e veja que nos dias atuais, as pessoas convivem com muitas dúvidas e isso em todos os cenários. É a força da dúvida e da incerteza dominando a mente humana. Grandes verdades apresentadas à centenas de milhares de pessoas ainda transitam no campo da incerteza. É nesse contexto que diante de grandes questões da existência humana como qualidade de vida, casamento, filhos, profissão, morte e espiritualidade, muita gente ainda utiliza as expressões do talvez, quem sabe, não sei bem ao certo. Ou seja, existem mais incertezas que convicções para muitas questões que são apresentadas diante das pessoas.
A narrativa de cura da lepra do sírio Naamã possui diversos personagens e cada um deles tem sua atuação e dentre essas personagens, tem-se uma garota israelita e escrava. O autor do texto não citou o seu nome e nem alguns pormenores que pudessem ao menos identificá-la, como a cor dos cabelos, idade ou mesmo os nomes de seus pais, todavia, pode-se imaginar que ela fora tirada de sua família e conduzida á força por homens estranhos á uma terra também estranha. Pode-se imaginar que ela levava uma vida extremamente difícil numa terra de hábitos e cultura totalmente diferentes à sua. Longe de sua terra, da família e longe das amigas ela não podia mais prestar culto a Deus e estava sentenciada a viver uma existência sem dignidade no meio de um povo pagão.
Considere que em inúmeras situações as pessoas são protagonistas de bons eventos, como a promoção na empresa, a compra da casa própria, a celebração do casamento com a pessoa amada e, logicamente são também agentes de eventos desagradáveis, como acidentes domésticos e/ou automobilísticos, enganos, violência, desemprego, separações, abandono e outros. Entretanto, considere que existem eventos que surgem na vida de muita gente e que ninguém sabe como ele chegou, e são aqueles que tem a cara de que não querem ir embora. Talvez fosse esse o pensamento dessa garota. Veja que num repente houve uma guerra e ela se viu carregada para uma terra distante e, pior, na condição de escrava!
Atente que a realidade dela era crítica e hoje, quando muitas pessoas passam situações difíceis, não a ponto de se verem como escravos, mas enfrentando enfermidades crônicas, perda repentina de entes queridos e infinitas outras duras realidades, pode-se questionar como ainda continuar acreditando em Deus diante do que está acontecendo! Como entender o poder de Deus se a vida está atolada no areal em pleno deserto? Ou como continuar crente em Jesus se a vida perdeu todo o sentido?
Compreenda que diante de tantas realidades mais ou menos intensas, muita gente simplesmente desiste, uns fracassam, desanimam da jornada, desviam e outros voltam seus olhos para o mundo dos vícios. Todavia, aquela menina pode ter imaginado tudo isso, mas de forma contrária, ela não perdeu o essencial: ela continuou acreditando em Deus, o Deus de seus pais, o Deus de Israel, tanto que ao sugerir a ida de seu patrão a Israel, ela não disse que talvez ele seria curado, ou quem sabe a lepra iria diminuir em seu corpo. Ela não teve nenhuma dúvida e disse simplesmente que ele seria curado. Ou seja, a fé e a certeza dessa menina não dependia do momento que ela estava vivendo. Ela simplesmente acreditava e isso foi o bastante para sugerir a ida de Naamã à terra de seus pais. Reflita!
A narrativa afirma que Naamã foi curado de sua doença. Uma simples escrava foi a ferramenta de Deus para um homem estrangeiro que ao ser limpo de sua enfermidade, posteriormente reconheceu o Deus de Israel como o Deus vivo e verdadeiro (2 Rs 5.15). Resumindo: a cura aconteceu por meio da certeza da menina escrava, que mesmo vivenciando uma dura e triste realidade não deixou de ter convicção no Deus que acreditava. Portanto, entenda que independente do que estiver vivenciando hoje, não deixe sua confiança e sua crença em Deus ser abalada. Estamos entendidos? Forte abraço.
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
16/01/2022 - CULTO DE LOUVOR A DEUS
09/01/2022 - CULTO DE ADORAÇÃO A DEUS
BLINDAGEM
BLINDAGEM
“Eles disseram: Este é o dia sobre o qual o Senhor lhe falou: “Entregarei em suas mãos o seu inimigo para que você faça com ele o que quiser”. Então Davi foi com muito cuidado e cortou uma ponta do manto de Saul, sem que este percebesse. (1 Sm 24.4)
Outrora havia um único volume do livro de Samuel, todavia quando foi realizada a tradução do Antigo Testamento da língua hebraica para a língua grega, os rabinos judeus entenderam que para uma compreensão melhor da narrativa, fosse de bom alvitre, que houvesse a divisão dos escritos em dois volumes, surgindo assim os dois livros de Samuel como hoje é apresentado.
A autoria de grande parte dos trechos é creditada ao profeta Samuel e posteriormente á sua morte, tem-se, conforme os historiadores, que os profetas Natã e Gade complementaram a narrativa. Samuel era filho de Ana e devido a esterilidade de sua mãe, seu nascimento foi um milagre de Deus e ao receber a criança, Ana o consagrou a Deus, colocando-o para servir no templo, aos cuidados do sacerdote Eli (1 Sm 1.11). Homem temente e obediente a Deus, Samuel foi juiz, profeta e sacerdote em Israel.
Veja que homens e mulheres, de todas as idades possuem em comum a pressa e o imediatismo. Raras as pessoas que possuem paciência e sabem processar o tempo de espera. Nas filas de supermercado, de bancos e nos caixas das lojas comerciais, o tempo de espera se tornou um tormento, ainda mais em período de pandemia, quando a permanência em intermináveis filas podem ser vistas como perigos de contaminação. Noutro giro a paciência não parece ser uma característica muito presente na vida de quem precisa receber algo da parte de Deus. Pense!
A narrativa de Samuel diz que Davi foi aplaudido pelas mulheres do reino, que batiam palmas e dançavam, prestigiando Davi que vencera milhares de inimigos e elas mesmas, faziam comparações com o rei Saul, dizendo que Saul havia derrotado apenas dezenas de inimigos (1 Sm 18.7-8). Essa análise comparativa gerou a inveja de Saul contra Davi e em razão disso, ele foi duramente perseguido, foi literalmente caçado por todo o reino. E numa dessas perseguições, o rei Saul entrou em uma caverna para uma necessidade fisiológica e não sabia ele que Davi e seus soldados estavam escondidos no mesmo ambiente. Naquele momento, os soldados de Davi, lhe disseram que era uma ótima oportunidade para matar Saul e acabar com a perseguição e consequentemente, assumir o trono de Israel (1 Sm 24.1-8).
Compreenda bem que Davi era um homem conhecedor do Deus a quem ele servia. Tinha temor, era obediente e vivia debaixo da direção do Senhor. Sabia Davi que Deus lhe dera a palavra que ele iria governar Israel e diante de tudo isso, bastava apenas aguardar o tempo certo para assumir o governo e ver cumprida a promessa (1 Sm 16.12).
Atente que naquele momento de vulnerabilidade do rei Saul, os soldados queriam que Davi se precipitasse, matasse o rei e se tornasse o novo monarca. Era certo que o momento era extremamente favorável e Davi poderia sim, acabar com Saul naquela caverna e dar o caso por encerrado. Mas, de maneira incrível, Davi não fez nada disso, apenas cortou um pedaço da roupa de Saul, mostrando que ele poderia ter sido atacado e sua vida terminada ali. Considere que Davi havia recebido a unção do profeta Samuel com a promessa de ser coroado rei de Israel, todavia, em nenhum momento ele quis ou criou motivos para atravessar a promessa de Deus. Em nenhum momento Davi buscou atalhos para adiantar o processo da coroação, muito embora a oportunidade para que isso acontecesse tenha sido colocada á sua frente nesse encontro inusitado com Saul.
Saiba que essa história encontra semelhança com a vida de muitas pessoas. São homens e mulheres que sem paciência e ansiosos e apressados de receberem algo da parte de Deus, buscam atalhos e fazem de tudo para antecipar a benção e aí, se tornam vulneráveis a todo tipo de influência e tomam suas decisões, fazendo escolhas precipitadas. Noutras palavras, exerça uma blindagem aos ouvidos para toda e qualquer influência externa. Pense nisso!
Caso Davi se deixasse levar pela emoção, desse crédito às vozes de seus soldados e acabasse com Saul, a história seria outra, seria a história de um homem que quis adiantar os planos de Deus e se veria na condição de desobediente, contrariando uma característica marcante de sua vida: a obediência a Deus. Saiba que mais tarde o rei Saul morreu em outro cenário e Davi foi coroado rei de Israel, cumprindo efetivamente a palavra de Deus. Neste contexto, aprenda a blindar seus ouvidos para vozes estranhas que não provém de Deus e continue acreditando que no tempo exato, Deus cumprirá com sua Palavra e te abençoará. Perfeito? Forte abraço.
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr