DÍVIDAS
“..quem toma emprestado é escravo de quem empresta.” (Pv 22.7)
O livro de Provérbios foi escrito há mais de três anos por Salomão. Segundo os estudiosos e historiadores, Salomão, filho do rei Davi foi um homem sábio que governou Israel e acumulou muitas riquezas. Provérbios ou ditados, são comuns no mundo todo e contém grandes verdades, quase sempre por meio de comparações ou contrastes. A Bíblia relata que Salomão escreveu mais de três mil provérbios e centenas de cânticos (1 Rs 4.32).
Considere que as dívidas, sejam elas de quaisquer origem tem sido uma pedra no sapato de quem as possui. Grandes ou pequenas, elas possuem o poder de causar a morte e a destruição, é capaz de trazer aborrecimentos volumosos impactando a família e alcançando gerações do devedor. Enfim, se tem algo que as pessoas devem manter distância, com certeza é a maldita dívida. Planeje sua vida financeira e fuja das contas!
Compreenda bem que o dinheiro faz parte do vida do homem. Desde o seu surgimento, ele tem funcionado como mediador das trocas e isso facilitou a vida e suas relações trazendo o progresso econômico. Nos primórdios, o dinheiro servia como mediador nas negociações e com o passar do tempo, ele avançou para outras áreas e nos dias atuais, o dinheiro físico como hoje é conhecido tende a desaparecer para dar lugar ao dinheiro digital, mas isso não o deixa de ter valor.
Historicamente, ao sair do Egito o povo Hebreu necessitava de leis que dessem noções de ordem à nação que estava sendo criada. Deus orientou o profeta Moisés e ele elaborou a lei mosaica, dividindo-a em lei cerimonial, lei sanitária e lei civil. “Ele te emprestará a ti, porém tu não lhe emprestarás a ele; ele será por cabeça e tu serás por cauda” (Dt 28.44). E foi justamente na lei civil, que Moisés instruiu o povo sobre como lidar com seus recursos, orientando-os sobre as dívidas, mostrando já naquela época que quem contraísse uma dívida, seria governado pelo credor.
Infelizmente só mudou a geografia, porque tanto naquele tempo como nos dias atuais percebe-se que o devedor continua nas mãos do credor. Basta uma simples olhada para ver como tem sido comuns as notícias de confusões entre credores e devedores, alguns até culminando em atos de violências e emprego do poder judiciário para execução da dívida. Enfim, ter dívidas e não pagá-las pode se tornar um problema muito aborrecedor e traumático.
Noutro lado, evidente que existem inúmeras razões para uma pessoa contrair uma dívida. Tem-se que são bons motivos a aquisição da casa própria, as dívidas para cuidar da saúde, aqueles investimentos em educação e profissionalização e outros, entretanto, é lastimável que grande parte das dívidas assumidas estão dentro do ambiente da desorganização doméstica e das decisões consumistas e/ou precipitadas.
“O sábio economiza e tem sempre bastante comida e dinheiro em sua casa, mas o tolo gasta todo o seu dinheiro assim que o recebe.” (Pv 21.20). Gastar menos deve ser a busca incessante de todas as pessoas, todavia, isso nem sempre é observado. Muitas das vezes as escolhas em gastar o recurso que nem está nas mãos, se dá pela maior proximidade das emoções e distancia da razão. Esses é um dos motivos de quem gasta mais do que tem e nem sempre o retorno à vida de equilíbrio financeiro é cumprida com a mesma facilidade com que entrou nas dívidas. Gastar menos deve ser o objetivo de todos. Pense nisso!
No Velho Testamento, quando um devedor não conseguia quitar sua dívida, ele e/ou sua família poderiam ser tomados como escravos pelo credor. Eles deveriam prestar serviços até que a dívida fosse totalmente paga (2 Rs 4.1). Esse procedimento de exigir o pagamento da dívida na forma de escravidão do homem e seus familiares era uma prática comum e adotada por toda nação israelita, inclusive amparada na lei de Moisés que vinculava o sétimo ano como tempo da alforria (Ex 21.1-11; Dt 15.12). Hoje não existe a figura da servidão como pagamento de dívidas, todavia, as multas e as taxas de juros compostos, consomem tudo do devedor, deixando-o literalmente na condição de escravo de suas próprias escolhas.
Trazendo essa questão da dívida financeira para o espiritual, considere que o homem era e continua devedor a Deus. E após o fracasso no jardim do Éden, Deus idealizou uma forma de cobrar essa dívida, todavia, esse pagamento aconteceu por meio do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, que deliberadamente pagou a conta e resgatou o homem, porquanto devedor a Deus, remindo os pecados da humanidade. Paulo explicou bem essa situação, afirmando que Jesus rasgou o escrito da dívida que era contra todos (Cl 2.14). Ou seja, havia uma dívida que era alta, ninguém tinha condições de pagá-la, todavia, Jesus voluntariamente fez o pagamento dessa Nota Promissória, rasgando o boleto e anulando a fatura. Veja bem: se antes éramos inimigos de Deus por causa da dívida, com ela paga por Jesus, nos tornamos amigos de Deus. Estamos entendido? Abraço grande.
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr