EXEMPLO
“Pelo que veio a ira do Senhor sobre Judá e Jerusalém, e os entregou para serem motivo de espanto, de admiração e de escárnio, como vós o estais vendo com os vossos olhos.” (2 Cr 29.8)
No passado existia um só volume do livro de Crônicas, todavia por ocasião da tradução das escrituras do Antigo Testamento do hebraico para o grego, os tradutores optaram em dividir este volume em dois, ficando como se conhece nos dias atuais: 1° e 2° livro de Crônicas. Segundo os estudiosos e historiadores, sua autoria é atribuída aos profetas Natã e Gade que compilaram os atos governamentais dos governos de Judá e Samaria.
O contexto da história mostra as ações do rei Acaz em todo o capítulo 28, encerrando com as que ações provocaram a ira de Deus, vindo, logicamente, as consequências que são apresentadas mais à frente, já no reinado de seu filho, rei Ezequias (2 Cr 29.8).
Algo muito comum nas famílias são os filhos e filhas copiarem as ações dos pais e das mães. Assim, o filho opta em seguir a mesma carreira profissional do pai, as meninas fazem as boas escolhas da mãe e assim, tem-se a perpetuação de boas escolhas e ótimas decisões. Afinal, o pensamento é que se deu certo para os pais, as chances de darem certo para os filhos devem ser consideradas.
O rei Acaz governou a nação de Judá e, infelizmente suas ações foram desastrosas. Em nenhum momento ele direcionou seus esforços para glorificar e exaltar o Deus de seus antepassados, mas de forma contrária, a história diz que ele fez exatamente o oposto. “Também em cada cidade de Judá fez altos para queimar incenso a outros deuses, assim provocando à ira o Senhor, o Deus de seus pais.” (2 Cr 28.25). O escriba deixou claro que Acaz governou e levou o povo a caminhar para longe de Deus e isso, evidentemente trouxe consequências que não foram boas para ninguém.
O texto mostra que o rei Acaz fez um péssimo governo, mandou fundir imagens dos deuses da terra para que os seus súditos adorassem, queimou incenso aos deuses estranhos e pasmem: ele matou os seus filhos queimados no fogo e para não ficar só nisso, ainda sacrificava e queimava incenso nos altos dos montes e debaixo de toda árvore frondosa, certamente um reinado que absurdamente ruim (2 Cr 28.1-4). Uma verdadeira aberração, digna das terríveis consequências que atingiram a nação judaica.
Seus atos perversos e suas maldades impactaram todo o povo que pagou caro pelas suas atrocidades e pela idolatria. Veja que o rei Acaz começou a reinar com 25 anos e por 17 anos o texto deixa entender que não houve nenhum atividade religiosa em Jerusalém. Acaz transformou o templo numa grande imundícia diante dos sacerdotes e levitas que nada puderam fazer para impedir suas loucuras (2 Cr 28.25). Certamente que ele morreu sem deixar saudades!
Todavia, em seu lugar assumiu o trono seu filho Ezequias, que das ações do seu pai, nada imitou, ou seja, ele não teve na figura de seu pai um exemplo de governo. Assim que ele assentou na cadeira do trono, a narrativa diz que ele manifestou o firme desejo de voltar com os cultos no templo que estava sujo, herança de seu finado pai. Em seu governo, Ezequias restabeleceu a adoração ao Deus de Israel e a primeira coisa que ele realizou foi convocar os sacerdotes e levitas e ordenou uma santificação para que os cultos fossem restabelecidos (2 Cr 29.3-4). Noutras palavras, em nenhum momento o rei Ezequias copiou os péssimos exemplos das ações de seu pai. Ele trilhou o caminho contrário e isso, aos olhos atuais, parece uma grande contradição: filhos que não imitam seus pais. Curiosamente, o que se viu foi o filho Ezequias julgando o comportamento errado de seu pai Acaz ao fazer um bom governo. O texto prossegue com Ezequias governando de forma totalmente diferente de seu pai e conforme a narrativa, isso atraiu a bondade de Deus que o abençoou.
Traga essa história para os dias atuais e considere que nem sempre as ações paternas devem sem imitadas pelos filhos. Logicamente que existem excelentes atos dos pais que devem sim, servir de referência e exemplo aos filhos, mas isso nem sempre é uma verdade inquestionável. Nos dias atuais, com tantas notícias de pais e mães de posturas e atitudes absurdas e inapropriadas, certamente que os filhos não devem mesmo sequer pensar em imitá-los. Reflita!
Veja bem que existem pais cujos comportamentos vão de encontro aos caminhos de Deus e eles não devem em nenhum momento serem exemplos aos filhos. Pais que abandonam a ética familiar, pais agressivos e enganadores, infiéis, idólatras, mentirosos e beberrões, que vivem uma existência baseada nas práticas do pecado não servem mesmo como modelos aos filhos. Não se trata de sugerir filhos rebeldes e contrários aos pais, mas de coerência com os impactos que podem advir de ações paternas erradas que não podem e nem devem ser compactuadas pela geração mais nova! Pais devem ser copiados tão somente pelos bons exemplos, amém? Abraços
Jesus Cristo Filho de Deus continue abençoando sua vida e seus projetos.
Milton Marques de Oliveira - Pr