Segunda, 02 Setembro 2019 18:28

UNIDADE

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“Portanto, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus;” (Ef 2.19)

 

A carta aos Efésios está dentro do conjunto das cartas de autoria do apóstolo Paulo. Éfeso era uma cidade portuária, com muita gente procedente de todos os lugares do mundo de então e justamente por esta característica, pode-se concluir que aquela sociedade era formada por pessoas de diferentes culturas. Segundo os historiadores, a cidade tinha um povo pagão e a vida econômica na indústria e no comércio era fortemente influenciada pelo culto a deusa Diana.

Perceba que frequentemente são difundidas pelos estudiosos muitas pesquisas abordando os desajustes familiares e o consequente abandono de membros do seio familiar. Destes afastamentos, muitos não se sentem parte de suas famílias alegando diversos motivos, desde as péssimas influências externas, as brigas sem motivos aparentes até aqueles que se distanciam por alimentarem o desejo de viverem a sós. É uma triste realidade nos dias atuais.

Muito provavelmente que Paulo olhando para os integrantes da comunidade em Éfeso, sentiu no coração em mostrar que embora fossem moradores daquela cidade, eles na verdade eram cidadãos dos céus e membros da grande família de Deus. E como parte dessa grande família, eles deveriam compartilhar os mesmos objetivos, os mesmos pensamentos e logicamente a mesma comunhão fundamentada pelo amor e graça de Deus. Assim, eles ficariam unidos e alinhados uns com os outros!

Compreenda bem que nas famílias tradicionais, um dos indicadores de desajustes e desacertos entre seus membros está no desprezo ou no abandono de seus integrantes, que mesmo vivendo no mesmo espaço físico, se enxergam distante dos demais. Observe que existem inúmeras situações onde a falta de cuidado e de atenção desencadeiam o processo de distanciamento e certamente aqui, estava a preocupação do, apóstolo Paulo. Era necessário incutir na mente deles o conceito de estarem unidos entre si, mas separados daquela sociedade. Saiba que logo após a ressurreição de Cristo e em decorrência da evangelização, os primeiros cristãos eram frequentemente escorraçados em suas comunidades ou rejeitados por seus familiares. Eram literalmente abandonados e sabiamente, Paulo emprega o termo “família de Cristo” que os vinculava a todos aqueles que professavam a mesma crença. Atente que o próprio Jesus já havia ensinado sobre aqueles que creram na doutrina da salvação pela graça e foram rejeitados em suas famílias, todavia, ganharam novos irmãos e irmãs dentro do reino de Deus, ou seja, foram incluídos na família de Deus (Mc 10.30).

Traga em seu coração que de certa forma as pessoas expressam o resultado daquilo que veem e ouvem, ou seja, elas influenciam e são influenciadas no meio em que vivem. Sabiamente Paulo detectou que os membros daquela comunidade cristã poderiam ser influenciados a desviarem-se do evangelho que lhes fora ensinado. Era necessário que eles se posicionassem longe dos hábitos daquela sociedade e perto o bastante dos demais que comungavam a mesma fé. A unidade era o segredo!

Traga isso para os dias atuais e veja quanta dificuldade existe para muitos se verem como parte de suas famílias. A palavra família diz sobre unidade, sobre pessoas que pensam e caminham juntas, unidas por objetivos de cuidarem um do outro (Ef 4.2-3). A respeito da constituição de família, perceba que o isolamento do homem nunca foi pensamento de Deus, aliás, a solidão em si não traz nenhum benefício, senão o de causar o sofrimento. Tenha como exemplo o pedaço de carvão, que enquanto no meio do braseiro, se vê quente e vivo, mas basta se isolar para morrer lentamente, apagado em si mesmo. Assim, entenda que a igreja de Deus é uma grande família onde todos se relacionam com todos, comungam o mesmo amor cristão, possuem o mesmo foco e principalmente a mesma esperança de vida eterna com Cristo. Portanto, em termos de família, a palavra chave é união e unidade. Reflita nisso!

Evidente que nem sempre a família de Deus possui membros com os mesmos laços sanguíneos, mas Paulo trouxe à memória daquela comunidade gentia que outrora eles eram estrangeiros e afastados de Deus, mas agora eram concidadãos dos santos, ou seja, eles tinham uma pátria, a mesma pátria celestial dos seus irmãos judeus que também aceitaram de bom grado a mesma verdade. Noutras palavras, todos faziam parte da família de Deus, inobstante de onde vieram (At 10.34). 

Compreenda, portanto, que nessa grande família de Deus, existe uma mesa de comunhão, um assento e um lugar para cada um. Todos são filhos em plenitude, sem distinção (Gl 3.28). Viva em unidade, não se esqueça disso, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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