Segunda, 06 Julho 2020 10:25

PAZ

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PAZ

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” (Hb 12.14)

A carta aos Hebreus não tem autoria definida. Apóstolo Paulo, Barnabé, Apolo, Áquila e tantos outros nomes são especulados como autores da carta, todavia, nenhum desses foi efetivamente comprovado. Perceba pelo contexto da carta que os destinatários enfrentavam grandes dificuldades, aliás, naquela época, todos aqueles que confessavam Cristo viviam tensos pelas perseguições, tanto do judaísmo como do governo romano e existia a forte possibilidade deles serem tentados a retrocederem na caminhada, desistindo de prosseguir na fé cristã (Hb 4.1-11; 10.38-39). Enfim, era este o ambiente nos dois primeiros séculos.

Resumidamente, todo o capitulo 12 da carta traz uma advertência ao homem sobre a necessidade dele permanecer firme na fé, de perseverar e de manter o foco em Cristo. Para isso o autor deu ênfase na paz e na santificação como itens importantes na nessa empreitada, afinal, “estamos rodeados por uma tão grande nuvem de testemunhas” (Hb 12.1), para arrematar que “sem a qual ninguém verá o Senhor;” (Hb 12.14).

A cada dia a vida do homem aqui na Terra vai melhorando substancialmente. Basta uma simples comparação com o modo de vida dos mais velhos e essa melhoria fica mais evidente. Veja que todos os dias são criados novos medicamentos que se não curam todas as enfermidades, eles proporcionam mais qualidade de vida; todos os dias aparecem novas tecnologias que encurtam as distâncias, que dão mais qualidade de vida e promovem o bem estar do povo. Enfim, creia que amanhã será melhor que hoje e assim, sucessivamente.

Para os cristãos citados na carta aos Hebreus, era evidente que diante de tantas perseguições, diante de tantas situações de risco de vida, os cristãos daquela época se sentiam acuados em todos os sentidos. E partir para o confronto físico além de temerário, era aumentar as chances de mais perseguições, mais tensões e logicamente, mais mortes. Isso não era interessante. E certamente que a visão do autor em advertir sobre a busca da paz e da santificação tinha como objetivo trazê-los para um ambiente de calmaria e de união, principalmente para aqueles que professavam a mesma fé.

Entenda bem que se hoje as inúmeras tecnologias favorecem uma vida bem melhor que a de outrora, é de esperar que as pessoas usem essas ferramentas para viverem em paz ou em harmonia, buscando a união em todos os sentidos, todavia isso parece não se realizar, infelizmente. Veja que no ambiente político as ideias contraditórias são rechaçadas com argumentos agressivos, nos espaços familiares cada um luta por si como se o parente fosse o inimigo e nas empresas é instituído um sistema competitivo para alcance de metas e aí, salve-se quem puder. Isso sem falar nos ambientes universitários e nas relações pessoais onde ninguém quer ficar para trás. Noutras palavras, em todos os ambientes, a impressão predominante é que todos são adversários. Pense!

Neste contexto, perceba nos dias atuais o intenso emprego das tecnologias presentes nos celulares, nos smartfones e outros meios para manifestações das conhecidas indiretas. Indiretas são aqueles ataques digitais, frases carregadas de ira e outros sentimentos ruins. E o incrível é a existência de cristãos usando destes artifícios, usando destes recursos de maneira imprópria para atacar pessoas que grande parte das vezes professa a mesma fé, usando deste artifício para atacar aquele que frequenta a mesma igreja e não raro, para atacar aquele que atua no mesmo ministério eclesiástico. Ou seja, se outrora a perseguição era conhecida e vinha de fora, agora ela vem de dentro e pior, vem de maneira indireta e oculta. Entenda: a tecnologia que tem por princípio agregar pessoas e melhorar a qualidade de vida, agora é utilizada para atacar e causar divisões. Reflita!

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5.9). Palavras de Jesus numa frase de fácil entendimento. Desta maneira é justo e correto entender que aqueles que não buscam pela paz, não são filhos de Deus, até porque, Deus não promove brigas e confusões.  Afinal de contas, a paz é sinal da presença de Deus, porque Deus é um “Deus da paz” (Jz 6.24; Rm 15.33). Portanto, qualquer movimento no sentido de promover a paz á parte de Deus, é falsa. Veja que a busca pela paz deve ser de forma prática, ou seja, fazendo esforços pessoais de forma a não permitir que uma raiz de amargura seja criada no coração do indivíduo ou no ambiente da congregação. Simples assim, todavia, esse é o grande desafio em dias de amplo emprego das redes sociais onde a inveja, a raiva e as fofocas dominam. Pense!

"Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus." (Tg 1.19-20). A promoção de guerras, a promoção de desavenças passa também pelo não cumprimento das orientações do apóstolo Tiago, notadamente quando ele ensina sobre não se deixar levar pelos nervos, justificando que a raiva não gera a justiça de Deus. Fazer esforços para promover a paz e atuar com determinação para superar conflitos, para erradicar desavenças, para promover o perdão e reconhecer que todo homem é um agente de mudança é primordial nos dias de hoje. Portanto, guarde isso: a função de pacificador não se restringe apenas ao círculo cristão, mas a todo homem. Entendes isso?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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