Segunda, 01 Março 2021 10:44

PERDAS

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PERDAS

“Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.(Mt 16.25).

 

Mateus, também chamado por Levi, escreveu seu evangelho tendo os judeus como destinatários. Ele apresenta Jesus como o filho de Davi e uma particularidade observada em sua narrativa é a ênfase dada ao reino de Deus (Mt 1.1;12.23). Segundo os estudiosos, por mais de cinquenta vezes aparece a palavra reino e a expressão “reino dos céus”, numa clara demonstração do que Jesus veio anunciar.

O contexto da passagem acima está no bloco de versículos falados por Jesus e pronunciados aos seus discípulos, abordando o custo ou o peso da livre manifestação de seguirem o Mestre. Os evangelhos de Marcos e Lucas também possuem a mesma passagem, com pequenas diferenças, sem contudo, causar discrepâncias no resultado (Mt 16.24-28; Mc 8.34-38 e Lc 9.23-26).

Independente da idade, uns para mais e outros para menos, veja que muitas pessoas estão aptas a tocarem algum projeto na vida. Seja a construção da casa própria, seja a realização de um curso, a graduação na faculdade ou até mesmo o casamento com a pessoa amada, veja que todos esses projetos requerem uma mudança de rumo, uma mudança de estilo ou de direção. Enfim, os projetos por sua própria natureza impõem uma significativa transformação.

O livro de Eclesiastes, escrito por Salomão apresenta em poucos versículos os valores do tempo, relacionando-o com a vaidade. Assim, na visão do rei Salomão, ele diz que há tempo para todas as coisas, inclusive para as perdas (Ec 3.6). É neste sentido que muitos projetos para serem exitosos, exigem a perda de alguma coisa. Assim, no casamento as perdas dos momentos típicos da vida de solteiro são observadas. Na construção de uma moradia, as perdas de alguns privilégios pessoais em prol da casa também são vistos e assim, á cada projeto que se executa, algo deve ser renunciado. O certo é que na vida do homem as perdas e ganhos são eventos que fazem parte de sua existência. Pense!

E para muita gente que aceitou por meio da fé em Jesus Cristo, seguir o reino de Deus como projeto de uma vida eterna com Cristo, também existe as perdas e/ou as renúncias. A vida cristã exige comprometimento, compromisso, exige fidelidade e exige perseverança para não haver desistência no meio da caminhada.

Falando aos seus discípulos, Jesus deixa claro que segui-lo implicaria em um custo. Sabiamente, Jesus colocou a condicionante “se”. Ou seja, fazer parte do reino de Deus, ter esperanças de uma vida de eterna não é um projeto obrigatório, mas algo opcional (Mt 16.24). Entenda que em todo o chamado da reaproximação do homem com Deus, não há o forçamento divino para o homem tomar sua decisão, ou seja, cabe ao mesmo homem avaliar os prós e contra e assim, fazer sua escolha. No ministério terreno de Jesus, muitos o abandonaram simplesmente por não concordarem com sua doutrina e não quiseram assumir um compromisso (Jo 6.66-68). Hoje muita gente entende erroneamente que seguir Jesus implica em impor suas condições para segui-lo, esquecendo que as condições são d’ELE. Noutras palavras, seguir a Cristo implica perda sim, de privilégios, status e exige compromisso. Reflita!

Mateus, quando foi chamado por Jesus, simplesmente renunciou seu trabalho, seu salário, sua autoridade como coletor de impostos e não demonstrou nenhuma hesitação, ele literalmente se jogou no projeto (Mt 9.9). Abraão outro personagem muito conhecido quando convocado por Deus, também renunciou suas terras, seus bens, seus familiares e seguiu para uma terra distante debaixo de uma promessa (Gn 12.1).

De  forma contrária a tantos que hoje são convidados a seguirem a doutrina cristã, atente que nem Mateus e nem Abraão, para ficar somente em dois exemplos, não questionaram as regras e as condições, mas evidenciaram em perder as coisas temporárias para ganhar as eternas. Guarde isso!

“Não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que nele crê” (Rm 1.16) Palavras do apóstolo Paulo mostrando uma realidade que imperava naquela época: a vergonha do evangelho! Todavia, algo ainda bem presente nos dias atuais, a vergonha de fazer parte de um projeto de vida eterna e seguir Cristo pode ser vista. Hoje se percebe muita gente indecisa, muitos seguidores ocultos e tantos outros no anonimato, quando o próprio Jesus se sacrificou na cruz publicamente. Pense!

Atente que a casa, o casamento, a faculdade e tantos outros projetos são coisas novas que implicam em perdas, entretanto, trazem ganhos futuros. Saiba que o projeto de vida eterna é um convite de Deus e só pode viver o novo de Deus quem renuncia hoje para ganhar depois. Ou seja, é por meio da renúncia que o indivíduo aprende a discernir o Deus da sua história. Mateus e Abraão viveram o novo porque renunciaram, venceram a si mesmos e não deixaram que seus interesses pessoais fossem superiores aos projetos do Reino de Deus. Portanto, a questão é do quanto cada um está disposto a renunciar do seu reino, de sua vida pessoal, para viver no Reino de Deus. Guarde essa frase: no caminho que leva á cruz não há espaço para gente indecisa. Amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Ler 559 vezes Última modificação em Sábado, 06 Março 2021 00:05
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