Segunda, 20 Dezembro 2021 13:37

RESTAURAÇÃO

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RESTAURAÇÃO

“Ora, ao saltarem em terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima delas, e pão.” (Jo 21.9)

Existem muitos relatos da prática do perdão em toda a Bíblia, aliás, para o homem falho, imperfeito e sujeito mesmo a ter comportamentos reprováveis diante de Deus, o perdão e a restauração do relacionamento é o único e eficaz remédio contra as atitudes humanas que tanto desagradam a Deus. Essa narrativa é uma dentre as mais diversas ocasiões onde o perdão de Deus está implícito e é apresentado a quem falhou.  

João seguiu e se tornou discípulo de Jesus. Consta que era irmão de Tiago e seu pai era Zebedeu (Mt 4.21-22). Segundo os estudiosos é bem provável que João fosse discípulo de João, o batista, filho de Zacarias (Jo 1.40). Era muito próximo de Jesus e foi um dos três discípulos que acompanhou Jesus quando a filha de Jairo foi ressuscitada (Mc 5.35-42). Dentre os discípulos de Jesus foi quem mais escreveu, sendo autor declarado de três cartas, do evangelho que leva seu nome e do livro de Apocalipse.

Lembre-se que as narrativas nos evangelhos mostram que no longo e penoso processo da cruz, Jesus foi literalmente abandonado pelos discípulos. Na visão deles, a cruz foi o evento que acabou com o projeto do reino de Deus, isso ficou evidente quando depois da  morte e ressureição de Jesus, liderados pelo discípulo Pedro, sete deles retornaram às atividades normais e se dirigiram para uma pescaria. Sem entrar no mérito do milagre da pescaria, Jesus apareceu na praia e preparou um desjejum para aqueles sete homens. Ali eles reconheceram e viram que se tratava de Jesus ressurreto (Jo 21.12).

De forma comparativa, saiba que nada se compara ao amor de uma mãe pelos filhos. Logicamente que existem exceções, notadamente quando se tem notícias de mães que abandonaram suas crianças, de mães que mataram seus filhos e de mães que não podem ser consideradas mães, mas a grande maioria é detentora de um amor imensurável, é possuidora do mais nobre sentimento que Deus estabeleceu na terra: o amor. Pois só este nobre sentimento justifica o abraço carinhoso de uma mãe na criança que acabou de fazer algo errado, só este amor explica as lágrimas de uma mãe quando a criança rebelde e desobediente grita pelo seu nome. Reflita!

Os evangelhos mostram que na crucificação de Jesus os seus discípulos não estavam presentes. Por questões das mais variadas, mas certamente com medo do que poderiam lhes acontecer, eles simplesmente o abandonaram. Pedro quando instado a falar que era discípulo de Jesus, o negou em três ocasiões distintas. Sabe-se que alguns poucos seguidores ficaram ali nas proximidades do calvário e dentre esses poucos estavam João e Maria, sua mãe (Jo 19.26-27).

A narrativa dos momentos da crucificação deixa transparecer que os discípulos de Jesus se mostravam meio que perdidos em relação á verdadeira missão que Cristo veio realizar. Gradativamente Jesus ia mostrando que a cruz era um caminho inevitável, que seu sacrifício pela humanidade era uma questão de tempo e que tudo isso já tinha sido relatado pelos profetas Isaías, Jeremias, Miqueias e um contemporâneo de Jesus, João, o batista. Mas os discípulos não conseguiam mentalizar tudo isso (Lc 18. 31-34). Na mente deles, o Messias viria para derrotar o império Romano e restaurar Israel e quando Jesus foi crucificado, viram que todo aquele projeto de restauração política de Israel terminava na cruz. Daí a fuga e abandono na crucificação.

De forma semelhante aos discípulos que não entenderam a mensagem de salvação e vida eterna, que não abriram suas mentes para enxergarem o reino de Deus veja que hoje muitos homens e muitas mulheres ainda não se deram conta que suas atitudes e posturas em relação a Deus tem sido de total abandono, rejeição e indiferença. Assim como as crianças que correm por caminhos não indicados por sua mãe e caem na rua, voltando em lágrimas e com joelhos esfolados e são amparados com amor, Jesus faz a mesma coisa com todos aqueles que lhe viram as costas e os perdoa. Reflita nisso!

Abandonando, dando as costas a Jesus e tomando toda atitude de afastamento, o homem merece ser castigado conforme sua postura, todavia, Deus lhe concede misericórdia e por meio de sua graça o perdoa e restaura a comunhão.  Reflita novamente!

Conforme a visão humana, todos os sete discípulos mereciam uma dura reprimenda de Jesus, afinal, o abandono tinha sido um fato consumado e contra fatos não existem argumentos. Todavia, o toque máximo do perdão restaurador foi Jesus lhes preparar um desjejum, sentar com aqueles que o abandonaram e ali, sem julgar e sem dar nenhuma palavra sobre os comportamentos deles, deixar claro que não só os perdoava como ainda se assentava com eles. Ou seja, Jesus, estava ensinando que o perdão devia ser praticado, inobstante o tipo ou o tamanho da falha cometida.

Compreenda que perdoar é sempre uma decisão muito difícil aos olhos do homem, afinal, só o ofendido pode mensurar o tamanho do estrago que o ofensor causou. Todavia, o ato de perdoar traz ao ofendido e ao ofensor a certeza de que a vida continua, sem o peso das mágoas do passado. Viva assim, perdoando e sendo perdoado! Forte abraço.

Jesus Cristo filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 398 vezes Última modificação em Terça, 21 Dezembro 2021 16:34
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