Segunda, 03 Janeiro 2022 15:02

TRAIÇÃO

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TRAIÇÃO

“..e perigos dos falsos irmãos.” (2 Co 11.26)
 

Paulo escreveu duas cartas para a comunidade cristã que estava na cidade de Corinto. Entre as cartas se passaram pouco mais de um ano e nessa segunda carta, Paulo fez a defesa de seu chamado apostólico e deu diversas orientações, inclusive mostrando como a cruz matou e ao mesmo tempo vivificou o homem, fazendo-o a exata expressão de Cristo. Noutras palavras, se aqueles irmãos de Corinto desejassem mesmo uma vida plena em Cristo, teriam que experimentar Cristo por meio da obra da cruz (2 Co 1.9; 4.10-12).

Aos novos convertidos Paulo deixava evidente que seguir a Jesus implicava passar por situações de renúncias ou de extremo perigo, inclusive ele mesmo, citou diversos eventos onde as ameaças a sua vida foram reais e foi neste contexto que ele mostrou com muitas evidências o quanto foi verdadeira a palavra de Jesus dita a Ananias (At 9.16; 2 Co 11.23-33).

Veja que a maldade faz parte da natureza humana em todos os contextos. Homens e mulheres são portadores deste sentimento e por vezes participam com prazer do sofrimento alheio. Mesmo pessoas consideradas boas, decentes  e pacatas, são donas de traços de maldade que podem em algum momento da vida se manifestar. Enfim, acreditando ou não, saiba que o mal presente no coração das pessoas pode mesmo eclodir e ser assustador, inclusive para aqueles mais próximos. Pense!

Antes de ser convertido do judaísmo ao cristianismo, Paulo se declarou um fariseu extremado e isso era de conhecimento de todos no mundo de então. Nas suas palavras, ele disse que esteve presente na morte por apedrejamento de Estevão e que saía pelas cidades procurando quem fosse cristão para prender e entregar a julgamento pelos sacerdotes judaicos em Jerusalém, ou seja, Paulo era verdadeiro inimigo da fé cristã (At 8.1). Em sua caminhada ele não somente desprezava o Cristo, como considerava os seus seguidores como elementos perigosos, tanto para a religião judaica como para o Estado de Israel. Tinha tanto ódio e rancor que ele se esforçava para promover-lhes o extermínio por meio da morte. E fazia tudo isso movido por uma intensa consciência religiosa, todavia, após sua conversão, a transformação física e espiritual foi também  intensa. Outrora era violento e agressivo e se viu um homem amoroso; outrora era religioso e patriota e passou a anunciar a graça e a misericórdia do mesmo Deus que tanto combateu; para quem era contrário a Cristo, ele se viu imitador de quem ele perseguia. Resumindo: uma mudança revolucionária e radical (At 8.1-3; At 9.1-17; At 22.3-5; 1 Co 11.1; 1 Co 13.1-8).

Compreenda bem que o apóstolo Paulo saiu anunciando Jesus por onde o Espirito Santo lhe conduzia (At 16). Caminhando longos trechos a pé, utilizando montarias ou navegando pelos mares e/ou usando de todos os meios de transporte possíveis daquela época, ele estabeleceu comunidades cristãs em diversas localidades e sem sombras de dúvidas, depois de Jesus, ele se tornou o maior doutrinador do cristianismo. Pode-se imaginar sua satisfação quando pessoas eram receptivas á palavra de Deus e aceitavam de bom grado a salvação pela graça e misericórdia de Deus.

Entretanto, nem tudo foram flores na jornada de Paulo. Logicamente que pessoas insatisfeitas pelo crescimento da fé cristã existiam sim, mas um detalhe em sua narrativa mostra que nem sempre o inimigo estava longe. “...enfrentei perigos dos falsos irmãos.” (2 Co 11.26), ou seja, o perigo de ser traído e de ser vítima de atos violentos não estava restrito ao mundo exterior ou ás situações da natureza, mas o inimigo estava literalmente ao lado. Pense!

Traga isso para os dias atuais e perceba que muitas das vezes as pessoas ignoram que a maldade pode estar muito mais perto do que se imagina. Por vezes, projetos pessoais e pensamentos são compartilhados com gente próxima e isso nem sempre é bom. Paulo passou por situações complexas, mas ele deixou claro que pessoas próximas (irmãos da igreja), haviam tentado contra ele e aqui, se trata da maldade coletiva, era um grupo de falsos irmãos que estavam dentro das igrejas, mas se viraram contra ele (At 23.12). Era o ataque do inimigo de onde não se esperava. Reflita!

É interessante perceber que mesmo dentro do reino de Deus existem homens e mulheres que se dizem cristãos e não são, e sobre isso Jesus emitiu um alerta advertindo sobre a presença dessa gente e mais tarde, uma carta inteira escrita por Judas abordou o mesmo assunto (Mt 24.3-8; Mc 13.22-23; Jd 1.4).

Considere que hoje, mudou a geografia e muitos anos se passaram, mas a perversidade humana em promover o mal continua a mesma e, detalhe: com  mais intensidade e sofisticação. Veja que este mal sentimento está entranhado no interior do homem e consegue dominar sua mente a ponto da própria pessoa proclamar ao mundo um amor que jamais existiu. Ou seja, em nome de Deus, muitas pessoas se tornam agentes ativos que machucam, cometem abusos de todo tipo, traições, ferem e chegam a matar. Todavia, nas palavras do salmista: “O SENHOR está comigo, nada temerei, o que podem me fazer os homens” (Sl 118.6). Lembre-se: Deus guardou Paulo das muitas traições e dos perigos em sua caminhada, e de forma igual haverá sim, traições e perigos na jornada dos cristãos de hoje, entretanto, a vida de todos eles está nas mãos de Deus. Creia nisso! Grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

Ler 365 vezes Última modificação em Segunda, 03 Janeiro 2022 16:36
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