Segunda, 13 Junho 2022 18:01

INTELIGÊNCIA

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INTELIGÊNCIA

“E havendo Abraão dito de Sara, sua mulher: É minha irmã; enviou Abimeleque, rei de Gerar, e tomou a Sara. (Gn 20.1)

Tradicionalmente Moisés é considerado o autor do livro de Gêneses e de mais outros quatro livros (Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Estes cinco livros formam o conjunto denominado Pentateuco. Este grupo tem em sua narrativa a origem do homem e de todas as demais coisas, contempla a auto revelação progressiva de Deus ao povo de Israele encerra com a posse definitiva deste mesmo povo nas terras de Canaã.

A passagem acima se ambienta nas terras de Gerar, para onde Abraão se deslocou logo após a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Naquelas terras Abraão apresentou sua esposa Sara como sua irmã e o rei pagão Abimeleque a tomou por mulher (Gn 20).

A Bíblia descreve a raça humana como altamente destrutiva, um povo que tem a marca de ser competitivo em todos os setores. Para fazer valer seus próprios interesses, o homem faz qualquer coisa, e aí se observa um pensamento muito comum de fazer o que lhe vem à cabeça sustentado na frase: ‘custe o que custar, eu vou fazer’. Todavia, neste contexto de fazer valer suas vontades as pessoas acabam por criar desarmonia nas relações familiares, desarmonia nos locais de trabalho e até mesmo nos ambientes das igrejas.

Perceba que Abraão ao chegar nas terras de Gerar contou uma mentira e colocou sua mulher no radar de outro homem. Um detalhe nesse fato é que essa mentira se assemelha à mesma mentira que ele contou tempos atrás, quando esteve peregrinando em terras egípcias (Gn 12.11-13). O que fica claro nessa situação é que mais uma vez, Abraão estava lidando com sua velha natureza, olhando muito mais os seus interesses sem se preocupar com a vida de sua esposa Sara. Segundo os historiadores, da primeira mentira que ele contou no Egito até essa segunda mentira, se passaram pouco mais de 20 anos e muito embora Abraão fosse amigo e íntimo de Deus, considere que ele mantinha a mesma essência de anos atrás, ou seja, uma essência perniciosa e distorcida. Mesmo com boas virtudes no relacionamento com Deus, naquele momento, sua natureza carnal falou mais alto e ele mentiu outra vez. Pense!

Mais adiante, Deus advertiu o rei Abimeleque e este não só devolveu Sara para Abraão, como ainda lhe faz uma dura advertência (Gn 20.9). Abraão foi censurado por um pagão quanto às suas atitudes em relação a Sara e isso deixa claro que Deus não se preocupou com a reputação do velho patriarca, mas usou como ferramenta de correção de sua velha natureza, um homem pagão, que não conhecia o Deus a quem o próprio Abraão depositou sua confiança quando saiu de suas terras. Noutras palavras, diante do pecado de Abraão que teimava em se repetir, Deus o corrigiu diante de um homem ímpio e, pode-se acreditar que este momento foi de extrema vergonha para Abraão. Se toda correção é ruim, imagina uma censura pública diante de outras pessoas!

Compreenda que mesmo para Abraão, homem conhecido no contexto bíblico pela dedicação e pela coragem, inclusive ele faz parte dos homens inseridos na galeria dos heróis da fé, num repente se viu dominado pela sua velha natureza (Hb 11.1-13). Mentiu no passado, causou embaraços a Sara e decorridos muitos anos à frente, ele simplesmente repetiu o mesmo erro, reincidindo no mesmo tipo de transgressão e causando novos impactos físicos e emocionais á vida de sua esposa. Definitivamente ele não raciocinou.

Considere que existem determinados hábitos ou certos costumes que precisam ser urgentemente arrancados dos cristãos. Hoje tem sido comum as práticas repetitivas dos mesmos pecados por muitas pessoas que, além de nem ficarem vermelhas quando os praticam, ainda fazem questão de perpetuar o ato com uma selfie. É como se essas pessoas industrializassem seus pecados e assim, diariamente elas vão fabricando alucinadamente suas transgressões num ritmo louco e frenético. Vícios de toda ordem, infidelidade, fraudes no comércio e/ou nos negócios e uma infinidade de ações que contrariam a vontade de Deus, tem se tornado corriqueiros e repetitivos na vida de muito homem e mulher que professam a fé cristã e, logicamente que essas práticas não fazem parte dos planos de Deus para a vida de ninguém. Para o crente em Jesus, que se enxerga como o templo do Espírito Santo, considere que é impossível, simultaneamente, ser governado pelo Espírito Santo e viver conforme os padrões deste mundo (1 Co 6.19; Gl 5.16). Reflita nisso!

“Desde então, Jesus começou a pregar, dizendo: ‘arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 4.17). Entenda que conversão é mudança de mentalidade e arrependimento é reconhecer o erro e não praticá-lo mais. Se o coração não mudar, saiba que as atitudes e posturas nunca mudarão e o homem ou a mulher continuarão reiteradamente industrializando os mesmos pecados, e mais, correndo os riscos de serem confrontados por Cristo, até porque Jesus julgará a todos a fim de que cada indivíduo receba o que merece em retribuição pelas obras praticadas por meio do corpo, quer seja o bem, quer seja o mal (2 Co 5.10). Portanto, sabedoria e inteligência é fugir da industrialização do pecado e nem repetir os erros do passado, concordas? Um forte abraço.

Jesus Cristo filho de Deus continue abençoando sua vida.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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