Segunda, 20 Junho 2022 09:22

ESCÂNDALO

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ESCÂNDALO

“irmãos e pais, ouvi a minha defesa, que agora faço perante vós.”  (At 22.1)

Os teólogos e estudiosos já bateram o martelo que o autor do livro de Atos dos Apóstolos foi Lucas, o mesmo autor do terceiro evangelho. Muito embora Lucas não tenha sido discípulo de Jesus, é certo que ele teve boas relações com alguns deles, trazendo muitas informações que embasaram sua narrativa evangelística, mas para escrever Atos, Lucas se fez presente em diversas ocasiões, acompanhando o apóstolo Paulo nas viagens missionárias e registrando com riqueza de detalhes os eventos mais importantes da expansão da fé cristã.

O contexto da passagem acima está no relato da defesa do apóstolo Paulo, quando se viu acusado como transgressor da lei mosaica e da ordem pública, além da  heresia contra o templo e contra Deus (At 22.1-20).

Compreenda que por vezes as pessoas são questionadas sobre assuntos de relevância pessoal e nesse sentido, a defesa com argumentos e provas é a maneira mais fácil para elucidar a questão. Homens e mulheres podem ser questionados sobre quando e onde concluíram o ensino superior, sobre quais cidades conhecem, sobre quais empresas já trabalharam e assim, pode-se abrir uma enormidade de situações onde existe a necessidade de dar o seu testemunho, ou seja, é a chance de mostrar algo verdadeiro para comprovar seus argumentos e elucidar a questão.

Perceba que a narrativa de Lucas diz que Paulo foi acusado de ir contra o templo e contra Deus, e diante das ameaças de seus acusadores, Paulo discorreu uma narrativa histórica, contando resumidamente sua vida, desde a escola judaica que frequentou, o nome de seu Mestre, as perseguições em desfavor dos cristãos e finalmente o encontro que ele teve com Jesus (At 22.1-10). Em nada Paulo escondeu o fato de quem ele tinha sido. Afirmou que era um judeu fervoroso, extremamente zeloso e com uma religiosidade intensa a ponto de sair fazendo cruzadas em nome do Deus de Israel, prendendo todos aqueles que por ventura encontrasse pelo caminho professando a fé em Cristo, inclusive fora das terras palestinas, já que sua conversão se deu em território estrangeiro (Damasco/Síria). Noutras palavras, o argumento de Paulo era totalmente desprovido de mentiras, ele dizia a verdade, assumia o passado e sua conversa era fundamentada com provas. Não era nenhum blábláblá, nem eram frases soltas ao vento.

Considere que num mundo com tantas informações, algumas verídicas, outras nem tanto e ainda com tantas matérias mentirosas sendo ventiladas por aí, é bem verdade que acreditar nas pessoas, naquilo que se ouve e no que se lê tem sido o grande desafio atual. Dar bom testemunho e falar a verdade deveria ser obrigação de cada indivíduo, todavia, nem sempre isso acontece. A psicologia enumera muitas vantagens de se falar a verdade, afirmando que pessoas virtuosas adotam a verdade como um hábito de vida saudável, o que proporciona leveza na mente, paz no coração e harmonia nas relações pessoais. Diferente da verdade que é dita uma só vez e surte seus efeitos, a mentira necessita de outras mentiras para dar sustentação e assim, cria-se uma confusão de tamanhos inimagináveis. A bíblia ensina que um abismo chama outro abismo (Sl 42.7). Creia nisso!

Falação, nhenhenhém, blábláblá, são palavras que possuem o mesmo significado. São relacionadas á conversas e comportamentos totalmente desprovidos de conteúdo, ou seja, é a famosa conversa fiada, falatório sem nenhum fundamento. E isso, infelizmente, tem sido amplamente utilizado, tanto pelas mídias como pelas pessoas que usando as tecnologias vivem espalhando frases e informações sem comprovações, apenas para colocar mais lenha na fogueira dos fake news, ou seja, criar confusão e promover escândalos. Fuja disso!

Considere que ser verdadeiro é significativo e ajuda outras pessoas a compreenderem de fato uma situação que estão vivendo. No meio cristão o testemunho pessoal de cada indivíduo pode motivar outras pessoas a tomarem posição em suas vidas e assim, abandonarem a caminhada errante que estão trilhando. Todavia, dar bom testemunho cristão nem sempre é prioritário na vida de muitos por aí. Confusões de toda ordem, práticas de crimes, enganos, fraudes e uma centena de outras ações perniciosas tem sido noticiadas nos jornais, algumas inclusive com sentenças judiciais. Quando deveria  prevalecer a verdade, muitos usaram da mentira e o resultado foi escandaloso, não só a nível pessoal como coletivo. Pasmem! 

Entenda bem que Paulo disse a verdade, não usou de engano e dar testemunho da verdade, não só glorifica a Deus (1 Pe 2.12), como mostra aos demais que a transformação, a conversão e a mudança de mentalidade realmente ocorreu em sua totalidade (2 Co 5.17). Resumindo: A verdade pode até doer e trazer algum incômodo nas relações, mas mesmo assim que prevaleça a sinceridade, afinal de contas de escândalos  o mundo está abarrotado e não necessita de mais mentiras (2 Co 6.3). Estamos combinados? Um forte abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

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