Sábado, 24 Setembro 2022 18:32

HOMICIDA

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HOMICIDA

“Olhou para um lado e para o outro, para se certificar que ninguém o via, matou o egípcio e enterrou o corpo na areia para o esconder.” (Ex 2.12)

O livro de Êxodo narra a libertação e a caminhada do povo de Israel, do Egito para as terras de Canaã. Escrito por Moisés, o livro apresenta as dificuldades inerentes à  peregrinação em pleno deserto, mostra como Deus agiu de maneira sobrenatural em diversas ocasiões e sintetiza que mesmo diante da promessa de uma terra que seria dada, muitos israelitas tiveram em algum momento, o forte desejo de voltar ao Egito. Noutras palavras, por vezes a liberdade tem menor valor quando comparada com a  escravidão e a opressão. Pense nisso!

Contextualizando a passagem acima, tem-se que Moisés, então morador no palácio de Faraó, vislumbrou um egípcio espancando um de seus irmãos de sangue e isso o enfureceu a ponto de matar o agressor e esconder o corpo (Ex 2.11-12).

Considere que no mundo moderno, dentro do rígido sistema competitivo que estamos inserido, selecionar pessoas para atividades na indústria, no comércio ou na prestação de serviço é uma rotina complexa. Todos os candidatos são submetidos a uma filtragem, sempre dentro dos parâmetros que as empresas idealizam. Assim, os melhores são escolhidos e aos demais é ofertada a oportunidade de melhorar suas capacidades e concorrer noutra ocasião.

Historicamente tem-se que p povo israelita foi instalado no Egito devido uma grande seca nas terras de Canaã (Gn 46). E tudo começou com uma desavença familiar e José, filho de Jacó, então personagem dessa história passou por diversas situações. Seus irmãos tentaram lhe matar, depois foi vendido como escravo, no palácio de Faraó ele sofreu falsas acusações, esteve preso e na prisão  interpretou dois sonhos de pessoas distintas e acabou sendo alçado ao pomposo cargo de governador do Egito. Era um estrangeiro liderando uma nação que mais tarde viria escravizar seus compatriotas. Veja as voltas que o mundo dá.

No Egito o povo israelita cresceu numericamente a ponto de trazer incômodos e preocupações ao governo Egípcio. A promessa dada por Deus a Jacó passou a se cumprir e Moisés, então refugiado no deserto devido ao crime de homicídio, foi escolhido por Deus para conversar com Faraó e liderar a marcha da liberdade, em direção ás terras de Canaã (Gn 46.4).

Depois das negociações na saída do povo israelita do Egito, haviam cerca de seiscentos mil homens, sem contar mulheres e crianças, totalizando uma multidão que se aproximava de dois milhões de pessoas, com seus animais e carros de transporte (Ex 12.37). Compreenda ainda que nesse universo masculino de seiscentos mil homens, havia pessoas capacitadas, fortes e plenamente habilitadas a conduzir o povo na caminhada pelo deserto, todavia, o escolhido por Deus foi Moisés. Guarde isso!

Considere que no ambiente de contratações ao emprego, a análise do currículo dos candidatos é sempre bem vista e muito considerada. Se possui cursos, especializações, títulos, experiências e outros requisitos próprios na execução da tarefas. Tudo isso são critérios para apontar o vencedor e nesse sistema competitivo não há margem para indicações que fogem aos parâmetros que foram previamente estabelecidos.

Todavia, o currículo de Moisés indicava que ele era um homicida, era fugitivo, tinha deficiência na linguagem e mais, tinha uma idade muito alta para a missão. Resumindo: para os padrões humanos, ninguém iria selecioná-lo, haja vista suas credenciais não serem boas, afinal de contas, como colocar um assassino à frente de uma equipe, e ainda atuando como juiz das causas? Como colocar um fugitivo na liderança de um povo? Como dar voz de autoridade a um homem que se comunicava com dificuldade? Humanamente, ele seria contraindicado, com certeza. Incrível, mas Deus não só selecionou Moisés, como o direcionou em toda a jornada, estando com ele diuturnamente em todos os eventos. Reflita!

“Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade.” (1 Tm 1.12,13).  Traga isso para os dias atuais e perceba quanta semelhança com muita gente que, olhando o seu passado, se acham indignas de realizarem algo no reino de Deus. Saiba que é Deus quem capacita aqueles que ele mesmo convoca. Perceba que o apóstolo Paulo era portador de um péssimo currículo, e mesmo assim vivenciou o amor e misericórdia de Deus quando foi chamado de viva voz (At 9.1-17). Logicamente que Deus também convoca pessoas com um passado correto e limpo, entretanto, dentro da soberania do Criador, ele pode perfeitamente, chamar pessoas que se acham incapazes de exercer a tarefa proposta. Saiba que Deus nunca usou as qualidades humanas como indicadores para fazer cumprir seus ideais. Moisés, Jefté, Jeremias, Isaías, Pedro e tantos outros personagens são exemplos típicos, todos eles tinham suas deficiências e mesmo assim foram capacitados a serem instrumentos nas mãos de Deus.  Aliás, Deus nunca olha o homem ou a mulher pelo seu status, intelecto ou nível social, Deus olha pelo coração, pela obediência, pela ousadia e pela disposição em servir ao reino (Lc 1.38).

Resumindo, Deus não somente concede o perdão dos pecados, como dá a devida capacitação a todos para que a missão divina aqui na terra seja realizada. Entendes isso? Um grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

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