Domingo, 02 Outubro 2022 10:32

PAIXÕES

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PAIXÕES

“Como filhos da obediência não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância” (1 Pe 1.14)

Pedro é o autor declarado de duas cartas, ambas escritas tendo como destinatários os novos convertidos ao cristianismo que passavam por situações de intensa perseguição religiosa em virtude de declararem sua fé em Cristo. Pedro foi discípulo e esteve muito próximo a Jesus, aprendendo todos os ensinamentos e mais tarde, aplicou estes ensinos na vida prática. Percebe-se nos dias atuais que a vida de Pedro é intensamente explorada nas reuniões mostrando seu lado temperamental, contudo, sua vida espiritual é mesmo modelo de transformação para muita gente.

Naquela época, muitas pessoas foram tocadas pelo Espírito Santo por meio das palavras dos discípulos de Jesus que cumpriam rigorosamente a ordem de irem pelo mundo de então, anunciando a salvação por meio da graça e do amor de Deus. Considere que os novos cristãos vinham de outras culturas, tinham hábitos e costumes que não coadunavam com os mandamentos de Deus, portanto, deveriam mesmo abandonar suas velhas práticas e suas paixões. Era essa a abordagem de Pedro (1 Pe 1.1-15).

Compreenda que toda mudança gera receio, medo e traz uma certa insegurança. Centenas de pessoas enfrentam essa sensação quando trocam de escola, outras quando trocam de local de trabalho, quando mudam de cidade ou quando deixam a vida de solteiro para a vida de casado, enfim, existem milhares de situações onde o novo deve ser enfrentado e o velho, simplesmente deixado para trás. É uma troca radical e muitas das vezes revolucionária, pense nisso!

Perceba nas entrelinhas que o apóstolo Pedro alimentava uma grande preocupação com os novos cristãos e essa preocupação tinha fundamento. Recém convertidos ao cristianismo, muitos deles eram perseguidos por sua fé em Cristo e somado á essa situação,  os familiares, amigos e a sociedade em geral, exerciam uma enorme pressão para que eles retornassem à vida de outrora, abandonando a fé em Cristo. Se nos dias atuais a decadência moral da sociedade assusta pelas suas práticas, creia que naquela época a situação não era diferente. Em todos os contextos narrados pela história secular da civilização a sociedade sempre teve um viés decadente, seja no campo moral, seja no campo educacional, na política, etc. Basta dar uma olhada na historia sobre as nações do mundo.

Atente bem os historiadores  mostram com muita evidência que os reis e rainhas, as autoridades e os governantes de outrora não eram pessoas tão éticas e nem tão corretas. As narrativas históricas das atividades governamentais mostram complôs, conchavos políticos, mortes e o amplo uso do poder para satisfações de suas paixões carnais. Pouco ou quase nada se progrediu em termos de evolução ética e moral quando se compara com os dias atuais. Ou seja,  a maldade humana continua  perdida em seus devaneios e impondo forte pressão naqueles que pensam diferente. Portanto, Pedro tinha muitas razões para se preocupar quanto às dificuldades dos novos cristãos em se manterem longe da cultura predominante e resistirem á pressão para largarem o cristianismo.

“Não vivais de acordo com as concupiscências  dos homens.” (1 Pe 4.2). O peso de pecar, de transgredir contra Deus era real e instruir aqueles irmãos como deveriam reagir diante da pressão cultural era o objetivo do apóstolo Pedro. Vindos do paganismo, vivendo uma vida maluca sem dar atenção a Deus e dentro de uma cultura que enfatizava a busca desenfreada pelos prazeres, era natural que eles pudessem vacilar e foi justamente aí que Pedro os adverte, a não darem créditos às suas paixões, paixões essas que outrora os dominava. Noutras palavras, eles deveriam demonstrar publicamente a mudança moral e espiritual aos familiares, aos amigos e principalmente a eles mesmos. Reflita!

Viver nos dias atuais é ser praticante da contracultura que reina absoluta em muitos ambientes. Basta olhar e sentir a confusão no cenário político que ainda teima em ter líderes e pessoas influentes envoltos em práticas imorais, seja de corrupção, de enriquecimento ilícito e desvios de recursos públicos. Isso sem falar nos ambientes familiares, nas rodas de amizades, na indústria e no comércio e nas relações pessoais, onde o engano, a fraude e a infidelidade são temas que, lamentavelmente, ocupam grandes espaços nos jornais e revistas.

“…aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Nas palavras do apóstolo Paulo, importante saber que Deus fará julgamento de tudo e aquele que plantar paixões infames e perversas, logicamente, que a colheita será de tempestade e tormentas. Em dias onde reina uma moralidade pequena e rasa, compreenda que temer a Deus e correr para longe do pecado é o desafio a ser vencido todos os dias. Portanto, fugir das paixões mundanas é viver blindado pela fé em Cristo das práticas perversas que assolam muitos corações, deturpam a mente e consequentemente trazem a perdição, tanto física como espiritual. Estamos entendidos? Um forte abraço

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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