Sábado, 11 Março 2023 22:49

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“Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;” (Fp 3.5)

A carta aos integrantes da comunidade cristã que estava na cidade de Filipos tem como autor o apóstolo Paulo e foi escrita quando ele estava preso em Roma, capital da Itália. Trata-se de uma epístola cheia de amor, notadamente quando Paulo demonstra sentir saudades daqueles irmãos, que mesmo distante, sentiram na obrigação de ofertar alguns recursos para sustentá-lo por um tempo. A igreja em Filipos foi estabelecida por Paulo na segunda viagem missionaria e alguns detalhes marcantes na cidade de Filipos, foram as conversões de uma mulher de nome Lídia, do carcereiro e de uma moça dominada por forças malignas (At 16).

O contexto dessa passagem relata o conflito existente no entendimento da justificação dos pecados entre o mérito e a graça de Deus, entre as virtudes humanas e a vontade soberana de Deus (Fp 3.2-11).

Considere que é da vontade de muita gente, não todas, a manutenção de um bom nome na sociedade onde vive, e ter um nome livre de situações ruins é mesmo uma ótima coisa. Até porque as pessoas procuram construir seu nome, que seja digno da família sem causar vergonha aos parentes. A construção do nome e/ou do currículo moral é algo que se faz diariamente e isso leva tempo, demora anos e infelizmente, um vacilo, uma queda, um escândalo, um acidente ou algo similar pode jogar na lama tudo aquilo que foi duramente construído. Pense!

Abordando a justificação dos pecados, Paulo chama a atenção da comunidade Filipense sobre alguns homens que anunciavam a salvação por meio do mérito e das obras ritualísticas. Paulo inclusive os trata como cães, tal a irresponsabilidade desses homens em desvirtuar a obra redentora do sacrifício de Jesus. Para estes homens que faziam oposição a Paulo,  a salvação dependia de determinadas realizações ou de rituais  como a  “circuncisão”, que na verdade era apenas um sinal ou uma marca no corpo e assim, eles anunciavam uma falsa esperança e colocavam o mérito da salvação no homem e na maior cara de pau, retiravam o poder da graça e do amor de Deus. Olhando ao redor, vê-se muita semelhança com os dias atuais, onde muitos espertos continuam iludindo pessoas criando ‘caminhos estranhos’ para a salvação. Pasmem!

Na visão de Paulo isso era o perigo naquela época, mas passados mais de dois mil anos, essa afirmativa da justificação pelo mérito continua sendo a grande ameaça nos dias atuais. Diga-se ameaça, justamente pelo falso ensino que o homem deve colocar a confiança em si mesmo, em seus feitos, na sua força, no seu intelecto e daí ele passa a não mais depender do sacrifício de Cristo. Ou seja, nessa errônea visão,  a cruz perdeu importância e valor. Guarde isso:  a autoconfiança foi, tem sido e será o grande inimigo do evangelho, ela deve ser vista como uma ideologia diabólica que tem encontrado morada em muitos corações. Considere que a autossuficiência humana confronta o evangelho quando homens e mulheres afirmam que seus atos de justiça são superiores à justiça de Deus e quando os mesmos homens e mulheres se acham capazes de se salvarem por suas virtudes e/ou credenciais. Reflita nisso!

O próprio Paulo mostrou que suas credenciais, seus títulos e seu currículo eram impecáveis, moralmente ele era ótimo. Nas palavras do próprio Paulo: “Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.(Fp 3.5-6). Mas suas virtudes não eram suficientes o bastante para justificá-lo diante de Deus. Humanamente suas qualidades, sus aptidões e capacidades lhe davam privilégios sociais, lhe davam reconhecimento por onde passava, talvez os melhores lugares nas reuniões, provavelmente até um tapete e uns tapinhas nas costas, mas sabiamente, Paulo afirmou que tudo isso era escória, refugo, pois não servia para salvá-lo (Fp 3.7-8).

Perceba que nos dias atuais, existe muita gente com ótimo nome na sociedade, com excelente currículo, com moral ilibada, alguns até são reconhecidos e titulados como mestres, doutores, sábios, etc, todavia, lembre-se que nenhum título e nenhum currículo por melhor que seja tem poder para justificar o homem diante de Deus. Até porque ninguém, repita-se ninguém, será salvo pelo nome, nem pelo DNA, nem ainda por ser filho de alguém importante.

Nas palavras de Jesus: “A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou” (Jo 6.29). Entenda, portanto, que a salvação não está fundamentada naquilo que o homem faz ou no que ele deixa de fazer, nunca foi isso! A salvação está centralizada no que Jesus fez na cruz, não se trata de mérito humano, a salvação é por meio da graça e do amor de Deus. Portanto, a luta para muitos homens e muitas mulheres nos dias de hoje é aceitar que a graça de Deus é espontânea, é unilateral (de Deus ao homem) e nunca foi moeda de troca para ninguém se vangloriar (Ef 2.8-9). Estamos entendidos? Um grande abraço

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Ler 449 vezes Última modificação em Domingo, 12 Março 2023 08:05
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