Sábado, 19 Agosto 2023 19:05

REVOLUÇÃO

Escrito por
Avalie este item
(2 votos)

REVOLUÇÃO

 

“Não te maravilhes de te ter dito: necessário vos é nascer de novo.”(Jo 3.7)

 

Discípulo de Jesus, João acompanhou os movimentos do Mestre com muita proximidade. Pode-se dizer que bebeu direito da fonte, tal era sua afinidade com Cristo. Dos discípulos foi quem mais escreveu, sendo de sua autoria o quarto evangelho, o livro de Apocalipse e outras três pequenas cartas, essas com destinatários distintos. Em seu evangelho, João deixou registrado que Jesus operou muitos milagres e que se todos eles fossem registrados, não haveriam livros bastantes para esses registros (Jo 21.25).

A passagem acima está contextualizada num encontro inusitado de Jesus com um dos líderes do judaísmo, um fariseu de nome Nicodemos (Jo 3.1-15).

Considere que a sociedade passa por grandes transformações, algumas são mesmo revolucionárias. Mudanças sociais com o aumento da população, mudanças na saúde com a chegada de novos medicamentos e a descoberta de novas doenças, mudanças sanitárias, mudanças tecnológicas e mudanças educacionais com o aumento de escolas e universidades ofertando mais educação e conhecimento às pessoas. Mas com tantas mudanças no mundo, o grande desafio é mudar a mente das pessoas, porque isto implica em desfazer de velhos costumes e hábitos que estão há tempos enraizados em seus corações.

O texto afirma que Nicodemos era um líder judaico e veio para se encontrar com Jesus e pode-se imaginar que ele veio pelas sombras da noite para não ser percebido. Não há registros de um encontro anterior, mas é bem provável que Nicodemos já tivesse ouvido falar dos feitos de Jesus, das curas e dos milagres e isso gerou um anseio legitimo para este encontro.

No diálogo, Jesus fez duas afirmativas colocando dois temas novos na teologia judaica. O primeiro, nas palavras de Jesus era que se alguém não nascesse de novo, não poderia ver o Reino de Deus e, segundo, era que se  alguém não nascesse da água e do Espírito não poderia entrar no Reino de Deus (Jo 3.3;5). Dois verbos, ver e entrar no reino. Interessante que Jesus conhecia Nicodemos e sabia que ele era um homem inteligente, religioso e como todo fariseu, exímio conhecedor da lei mosaica. E para mudar o coração daquele homem, Jesus lhe falou sobre coisas espirituais de grande profundidade, caso contrário sua história não ia mudar e ele, Nicodemos continuaria sendo a mesma pessoa. Era necessário aprofundar a questão, balançar suas estruturas para que ele saísse do seu comodismo.

Compreenda que ‘nascer de novo’ é a gênese e o ponto de partida da espiritualidade cristã. Homens e mulheres se tornam cristãos quando uma obra singular do Espírito Santo atua em suas mentes, convencendo-os do pecado, da justiça e do juízo  provocando uma revolução mental (Jo 16.7-11). Noutras palavras, ninguém se torna cristão porque é membro de uma determinada igreja, ninguém se torna cristão porque participa do culto ou simplesmente porque canta e ou/toca nas atividades eclesiásticas. A vida cristã nasce nos corações humanos por meio da ação do Espírito Santo e, sem essa revolução espiritual, sem essa mudança radical nenhum homem e nenhuma mulher pode ver ou entrar no reino de Deus (Jo 3.3-5). Pense nisso!

Compreenda que Deus não faz distinção de pessoas, todavia, não importa quem seja, se rico ou pobre, com ou sem status, o certo é que o homem natural é incapaz de ver o reino de Deus pelos olhos naturais. O mundo espiritual só é perceptível para aqueles que nasceram de novo, para aqueles que foram regenerados. Nesse sentido, nenhum indicador social ou acadêmico tem a capacidade de fazer o homem enxergar as coisas espirituais. Ou seja, a percepção e o discernimento espiritual passam obrigatoriamente pelo novo nascimento, estabelecendo a diferenciação entre os carnais e os espirituais (Jo 3.6).

Atente que hoje muita gente se diz cristã e até frequenta alguma igreja, outros até se batizaram, mas isso não é o suficiente para a regeneração ou o novo nascimento. Perceba que Nicodemos admitiu que Jesus era mestre quando o chamou de “Rabi”; Nicodemos reconheceu a sua procedência divina:  “vindo da parte de Deus”, e ainda reconheceu que “ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes se Deus não for com ele.” (Jo 3.2). Mesmo com todos esses indicadores, Jesus deixou claro a Nicodemos que o ‘nascer de novo’ é obra do Espírito Santo no interior do individuo. Assim tem-se a explicação de que nas centenas de milhares de igrejas existem muitos cristãos, mas há também uma parcela considerável de simpatizantes, de gente curiosa e descompromissada com as coisas de Deus e com a fé cristã. Estão dentro, mas na verdade estão fora. A revolução mental não os atingiu. Reflita!

Nesse sentido, considere que a transição ocorre na mente. A pele, os ossos e a carcaça física de homens e mulheres que receberam a regeneração continua a mesma. A diferença deve ser vista no coração. Nascer de novo significa que o coração, os valores e a mentalidade são mudados de dentro para fora, perfeito? Sem essa mudança, nada do que se parece é, amém? Abraço grande.

Jesus Cristo Filho de Deus abençoe sua vida e seus projetos.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 827 vezes Última modificação em Sábado, 19 Agosto 2023 19:09
Mais nesta categoria: « RENÚNCIA PROFESSOR »

PUBLICIDADE