Sábado, 04 Novembro 2023 13:46

TRANSIÇÃO

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TRANSIÇÃO

“Exortamos-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos;”  (1 Ts 5.14).

 

Paulo foi o autor das duas cartas endereçadas à comunidade cristã que estava na cidade de Tessalônica, região da Grécia. Nitidamente o apóstolo Paulo deixa transparecer na narrativa sua preocupação com aqueles novos convertidos á fé cristã, instruindo-os sobre o perigo deles voltarem às práticas do pecado. Naquela época, como nos dias atuais, era comum a presença de homens, pregadores itinerantes, que anunciavam a salvação por meio de ensinos mesclando os rituais judaicos com a graça do Evangelho. A carta era a demonstração do amor de Paulo aos irmãos recém-convertidos.

Bem antes de escrever a carta aos Tessalonicenses, tem-se que Paulo, Silas e Timóteo estiveram em Tessalônica durante a segunda viagem missionária anunciando Jesus, sua morte e ressurreição. Naquele tempo parte do povo aceitou de bom a grado a pregação, dentre estes alguns judeus, uns de origem grega e algumas mulheres que foram convencidos pelo poder do Espírito Santo, todavia, essas conversões trouxeram uma agitação na cidade e Paulo e seus amigos quase foram presos (At 17.1-5).

Perceba que uma igreja ou congregação dos fiéis em Cristo é composta pelos mais diversos segmentos da sociedade. Isso denota a abrangência da salvação, pois implica que Jesus salva a todos os que creem em seu nome e não faz acepção de pessoas quanto a profissão e/ou status social (At 10.34; Rm 2.11). Noutras palavras,  Jesus Cristo está disposto a usar de sua misericórdia para todo aquele que o invocar e clamar pelo seu nome (Sl 55.16).

Contextualizando a narrativa da carta, veja que Paulo enxergava a necessidade de preparar espiritualmente aqueles irmãos quanto a volta de Jesus. Era importante adverti-los para estarem atentos e vigiarem, porque Jesus voltaria sem avisar a data e nem a hora. E a preocupação de Paulo era que muitos daqueles não estivessem adequadamente preparados e isso seria temeroso. Paulo usou a expressão luz e noite para exemplificar aqueles que dormem (noite) e o que ficam acordados (dia), para vivenciarem a volta de Jesus e não serem surpreendidos (1 Ts 5.1-8).

Ainda instruindo a igreja, Paulo mostrou que a volta de Cristo não era um evento qualquer, mas era a base da obediência de todo cristão. Como haviam pessoas que já estavam amadurecidas espiritualmente e outras nem tanto, Paulo sabiamente orientou que os mais fracos fossem apoiados com amor e corrigidos para não se perderem diante das distrações mundanas. Ou seja, que os mais experientes tivessem calma e fossem amáveis, suportando com amor aqueles que ainda não estavam fortes o bastante para vencer as lutas contra suas vontades e desejos pecaminosos (1Ts 5.8-14).

Naquela época como nos dias atuais, considere que dentro das igrejas, alguns são mais fortes na fé e outros ainda não atingiram o mesmo nível, mas dentro do conceito de irmãos em Cristo, os mais fortes podem e devem ajudar os demais fracos a crescerem na caminhada cristã. O corpo de Cristo implica numa unidade, um ajuntamento de membros para juntos formarem o corpo (1 Co 12.27). Ou seja, são pequenas partes que agrupadas foram o conjunto. Reflita!

Convertidos, homens  e mulheres passam pelo processo da transição, saem dos velhos e perversos costumes mundanos e entram nas práticas dos novos hábitos e essa reorganização espiritual é progressiva. De certa maneira considere que os fortes espirituais de hoje, foram os fracos de ontem e é necessário lembrar que a longanimidade é fruto do Espírito Santo, característica daqueles que pela fé e pela mesma longanimidade herdam as promessas de Deus (Gl 5.22; Hb 6.12). E a promessa de Cristo não está restrita somente a sua volta como inclui a todos a vida eterna  (Fp 3.20; Tt 2.13).

Atente no seu coração sobre a importância de envidar esforços no sentido de não ser obstáculos ao crescimento espiritual de outras pessoas. E isso é entender que a vida cristã não deve ser vista como uma competição, como se o céu tivesse poucas vagas, mas a vida cristã parte da compreensão que somos partes do corpo de Cristo. Portanto, é dever do crente em Jesus estender as mãos e fortalecer uns aos outros, de maneira a edificar o corpo da igreja ainda em formação (Rm 14.13). Guarde isso: o objetivo está em acrescentar e nunca em dividir. Ademais, na vida crista o fraco de hoje será um forte amanhã. Pense nisso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira -Pr

 

 

 

 

 

 

 

Ler 925 vezes Última modificação em Sábado, 04 Novembro 2023 20:38
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