Sábado, 11 Novembro 2023 19:54

INQUIETAÇÕES

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INQUIETAÇÕES

 “o que é isto que vos preocupa?”  (Lc 24.17)

 

Lucas é o autor do terceiro evangelho e também do livro de Atos dos Apóstolos. Sabe-se que ele não era judeu, era morador da Antioquia/Síria e tinha a medicina como atividade principal. Foi amigo do apóstolo Paulo a quem acompanhou nas viagens missionárias, inclusive foram essas viagens que subsidiaram a narrativa do livro de Atos, relatando a expansão do evangelho no mundo de então. Em seu evangelho, Lucas apresenta Jesus como o Deus de toda bondade e compaixão.

Ambientando a passagem  acima, tem-se que após a crucificação de Jesus, dois de seus discípulos se alvoroçaram e retornaram para suas cidades, nas proximidades de Jerusalém. Tristes com os acontecimentos, enquanto caminhavam ambos foram abordados por Jesus, já ressurreto (Lc 24.13-33).

Perceba que tanto homens como mulheres, tanto adultos como jovens, todos possuem um pouco de ansiedade com as coisas da vida. Uns mais e outros menos. Tem gente que se preocupa com a faxina da casa, com afazeres do trabalho, com o cônjuge e com os filhos, outros se o dinheiro vai dar para pagar as contas e por aí vai uma infinidade de situações. Enfim, as inquietudes é um negócio que sempre acompanhou a humanidade e quando as crises chegam, elas impactam as pessoas de forma significativa.

Depois da morte de Jesus, muitos de seus discípulos resolveram voltar ás atividades antigas. A narrativa de Lucas mostra que dois deles voltavam para a cidade  de Emaús com muitas preocupações. Considere que toda preocupação traz medo, gera receios e deixa a mente insegura quanto ás próximas ações. Mas pior que isso, as inquietações possuem a característica de levar as pessoas a fazerem leituras erradas das realidades em que estão vivendo. Pense nisso!

“Seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer Jesus” (Lc 24.16). Veja que os dois homens tinham estado com Cristo, tinham ouvido os discursos de Jesus e logicamente ambos tinham escutado a doutrina de Jesus. Isso sem contar que eles tinham presenciado curas e milagres, viram as libertações dos endemoniados e as todas as operações de maravilhas, mas diante das inquietações dos últimos acontecimentos, eles estavam meio que fora de si, pois não conseguiram reconhecer o Mestre que eles mesmo tinham seguido por um tempo.

Entenda que gente preocupada enxerga a vida de forma atrapalhada, não consegue enxergar as realidades que se apresentam. Perceba que as inquietudes da vida podem funcionar como barreiras, impedindo os inquietos e preocupados de encontrarem soluções diante dos problemas mais simples, todavia, pior que isso, as mesmas inquietações têm a capacidade de roubar a esperança de dias melhores, derrubando sonhos e sepultando projetos.

O incrível é que as preocupações nunca são causadas por circunstâncias externas. Para certas pessoas uma situação pode trazer aborrecimento, mas a outro a mesma situação não causa nenhum efeito. Entenda ainda que as preocupações e as inquietações da alma brotam do coração, possuem o poder de impactar relacionamentos e promover a desordem interior. E diante desse quadro muita gente se assusta, uns perdem o sono, outros ficam irritadiços e perdem o controle das coisas. Porém, compreenda que todo cristão foi construído a ter esperança, foi moldado a confiar em um Deus que cuida de todos. Nesse sentido, considere que a esperança em Deus é e continua sendo a bússola que redireciona e orienta a caminhada diante das adversidades. Reflita nisso!

Observe ainda que toda inquietação gera incredulidade. Antes de decidirem voltar para Emaús, aqueles dois discípulos de Jesus foram informados pelas mulheres que foram no sepulcro que ele tinha  ressuscitado, mas mesmo assim, a incredulidade deles foi maior e os convenceu a voltarem para suas casas (Lc 24.9). Lembre-se que Jesus combateu a cobiça, combateu as disputas e as tentações sexuais. Jesus censurou também a relação perniciosa com o dinheiro e combateu a ganância e a infidelidade, mas foi a incredulidade o pecado mais censurado e criticado por Jesus. Aliás, a incredulidade foi o pecado número um dos seus discípulos. Eles enxergavam os milagres, mas tinha imensas dificuldades em crer!

Saiba que as ansiedades e os alvoroços da alma sempre existiram. Os discípulos tiveram e as pessoas do tempo presente também as possuem (Mt 6.25-26). Todavia, elas não são o problema, já que o problema está na visão que cada homem e cada mulher tem de Deus. Ter os olhos e a mente voltados á cruz de Jesus faz com que todos os alvoroçados de coração reconheçam que Cristo, ao se sacrificar na cruz pela humanidade, rompeu com o fracasso humano e virou a página da história de cada um que em Jesus, deposita sua confiança. Esse entendimento é libertador. Ou seja, por meio da cruz, a paz que vem de Deus é quem estabiliza as emoções e faz o homem triunfar sobre todas as perturbações e inquietações da alma (Fp 4.7). Guarde isso e viva! Um forte abraço

Jesus Cristo Filho de Deus abençoe sua vida e sua família

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 956 vezes Última modificação em Domingo, 12 Novembro 2023 07:09
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