Quarta, 29 Julho 2015 15:38

CARTÃO AMARELO

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CARTÃO AMARELO

“Porque passamos a ser participantes de Cristo, desde que, na realidade, nos apeguemos até o fim à fé que nele depositamos desde o início; Hb 3.14”.

 

A carta aos Hebreus, cuja autoria é desconhecida, é extremamente relevante no contexto bíblico do Novo Testamento, justamente por mostrar de maneira plena não só a superioridade de Cristo ante a lei mosaica, mas acima de tudo em apresentá-lo como nosso intercessor junto ao Pai celestial (Hb 7.24-25). O versículo que sustenta este texto está contextualizado no bloco que se inicia no v. 7 e encerra-se no v. 19 do capítulo 3 da epístola aos Hebreus.  

Embora os estudiosos sustentem que esta carta tenha sido escrita para um público específico (judeus cristãos), interessante atentar para a atualidade de seu ensino, notadamente quando os crentes em Jesus dos dias atuais, enfrentam uma série de obstáculos vindos de dentro das igrejas, como a difusão de teologias modernas que em nada se assemelham aos ensinamentos de Jesus e tampouco foram inspiradas pelo Espírito Santo. E vindos de fora para dentro das igrejas, percebem-se determinados modismos, como danças sensuais e músicas (louvores?) com ritmos mundanos, mais voltados para animar a igreja e satisfazer a carne, do que efetivamente louvar a Deus.

Pode-se imaginar que o autor da carta aos Hebreus estivesse preocupado com os irmãos, que novos na fé cristã, enfrentassem toda a turbulência e pressão dos judeus não cristãos. Aqueles irmãos, recém-saídos do judaísmo, ainda tinham sua fé em Cristo mesclada com os ritos judaicos e, além disso, pesava o aspecto familiar já que nem todos os familiares haviam se convertido á fé cristã. Se pelos rituais judaicos podiam ver e tocar nos sacrifícios, a fé em Jesus era algo intangível (Hb 11.1) e daí surgia o conflito, ensejando a necessidade de adverti-los a manterem a fé em Cristo. Algo como se numa partida de futebol, fosse empregado o cartão amarelo, um sinal de advertência.

Atualmente, observa-se que as pessoas se convertem a Cristo e por motivos diversos, vacilam na fé, não perseverando nos caminhos que levam a uma vida santa e dedicada a Deus. Já outros, antigos na fé e que podiam até serem mestres (Hb 5.12), se excedem em heresias, desanimam e perdem o entusiasmo, atraídos que foram pelas novas teologias e modismos (armadilhas de Satanás). Dentre os novos na fé, percebe-se que muitos ainda carregam dentro de si, o formalismo e os rituais religiosos que outrora praticavam e veneram o misticismo que antes se apegavam.

A fé em Cristo Jesus não pode ser mesclada com religiosidade, mas deve estar alinhada com a verdade contida na Bíblia Sagrada. Jesus é suficiente e isso basta (1 Tm 2.5), ou seja, entre nós e Deus, o único mediador é Cristo, concorda comigo?

Convertendo a Cristo, a pessoa deixa tudo para trás, inicia-se uma nova vida e passa a ser participante de Cristo, desde que observe a condicionante de reter firmemente a confiança (fé) que foi depositada em Cristo até o fim. Tem-se normal as conversões de tantas pessoas, quando na verdade, raras ou mesmo nenhuma delas se mantiveram efetivamente aos pés de Cristo e demonstraram a fidelidade requerida. Na verdade, essas pessoas retroagiram e sobre isso, Pedro não só ensinava como fazia sérias advertências (2 Pe 2.22).

Referente as heresias e modismos que permeiam a igreja de Cristo, Paulo já instruía que elas podem até ter alguma aparência de sabedoria, mas não são de valor nenhum senão para satisfação  da carne e do ego dos que as trazem para dentro da igreja (Cl 2.22).

No evangelho Segundo Mateus, Jesus disse que aquele que perseverar até o fim, será salvo (Mt 24.13), assim, a advertência registrada na carta aos Hebreus é atualíssima, tanto no sentido de perseverar na fé como em procurar conhecer mais a Palavra de Deus e a fonte de seu Poder (Mt 22.29), amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1404 vezes Última modificação em Sexta, 29 Julho 2016 09:23

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