Quarta, 14 Outubro 2015 19:02

ARREPENDEI-VOS

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ARREPENDEI-VOS

“Todavia, ainda agora diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração.." Joel 2.12a

 

O profeta Joel atuou como mensageiro de Deus em Judá, entre os séculos 8 e 9AC, provavelmente nos idos de 835AC, período que antecedeu ao exílio do povo de Israel. Foi contemporâneo de Eliseu e de Obadias, e consta que era agricultor, entretanto,  tinha um estilo literário de poeta.  Conforme os estudiosos, naquela época houve mesmo uma seca que assolou a região, e grandes pragas de gafanhotos devastaram as lavouras, silos de cereais e até mesmo as roupas das pessoas. Se a seca trouxe prejuízos, os gafanhotos acabaram com a pouca esperança que restava e para agravar a situação, Judá era uma nação que dependia unicamente da agricultura e da criação de animais como fonte de renda. Isso, por si, já explica o assombro que a seca e os gafanhotos causaram, portanto, este era o cenário de seu livro.

Tem-se que após os ataques dos gafanhotos, o profeta chama a atenção dos moradores para conscientizá-los de novo a uma vida consagrada a Deus. Na mensagem de Joel, tanto os ataques dos gafanhotos como sua remoção, são vistas pelo profeta como obra de Deus (Jl 2.11;19), para logo em seguida chamar a atenção para um arrependimento genuíno, originado no coração e não um arrependimento superficial e exteriorizado por práticas ritualísticas (Jl 2.13).

Perceba que é Deus, o autor e tomador da decisão para julgar, mas acima de tudo, é ELE quem chama o pecador para si (Jo 16.7-8). É Deus quem oferta a transformação e é Deus quem pronuncia a vitória sobre o pecado. Hoje, pode-se ver que a história do povo de Israel, é repleta de altos e baixos momentos espirituais, todavia, como se tratava de uma nação eleita e vocacionada, Deus em nenhum momento  manifestou em retirar essa vocação, ou seja, a eleição de Israel era sem arrependimento da parte de Deus (Rm 11.29).

Não é nenhuma mentira afirmar que o mundo de hoje vive uma grande desorganização, desde o seio familiar que se encontra totalmente desestruturado, até grandes empresas envolvidas em fraudes, roubos e desvios. Isso sem citar os governos que são capas de jornais e revistas noticiando a roubalheira estatal. No campo espiritual, parece que as estratégias de Satanás caminham de vento em popa, isto é, o pecado caminha a passos largos e o verdadeiro culto e adoração a Deus vai perdendo espaço.

A mensagem do profeta aos seus compatriotas era clara: “rasgai o vosso coração e não as vossas vestes..” (Jl 2.13). Era uma nítida mensagem para uma mudança e transformação interna, do coração e não uma mudança exterior. Entenda que rasgar as vestes era um típico procedimento da cultura judaica que indicava grande pesar, tristeza ou angústia. Era, portanto, um sacrifício exterior, mais voltado a dar mostras publicitárias do que efetivamente mostrar um coração contrito e quebrantado.

Para o profeta este procedimento de rasgar as roupas era desnecessário e de nada valia aos olhos de Deus. Perceba que o rei Davi, por meio de salmos ensina profundamente que o verdadeiro quebrantamento é um coração contrito  “o sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17).

Hoje o que se observa é a passividade das pessoas em se arrependerem verdadeiramente a Deus. De nada vale os rituais, frequência na igreja e a liturgia se o coração está longe de Deus. De nada vale a assiduidade à igreja e muito menos valerá os louvores, os aplausos e o frenesi se o coração estiver longe e afastado de Deus.

Compreenda que as pessoas saem das igrejas felizes, cumprimentam-se uns aos outros, abraçam e são abraçados sob a regência de alguém que no púlpito nada falou sobre pecado, sobre arrependimento e nem sequer tocou no tema de onde passarão  a eternidade. Tudo isso não produz nenhuma transformação e até mesmo contraria o que diz o apóstolo Paulo, pois as coisas velhas continuam ocupando o mesmo espaço no coração.

Entenda que festas e atividades são alegrias passageiras, momentâneas e com raras exceções, buscam apenas elevar o nome das denominações e do pregador. Isso não produz mudanças! O profeta Joel conclamava seus compatriotas a um arrependimento genuíno. Se hoje não temos profetas com o mesmo empenho, ao menos temos os registros históricos que mostram que ante toda aquela permissividade espiritual, Deus ainda teve misericórdia e restituiu o que foi perdido ( Jl 2.25).

Compreenda a necessidade de Deus ocupar um espaço em nosso viver. Hoje as tecnologias é que ocupam este espaço. Amamos as novas tecnologias, os smartfones, os tablets, os prédios das igrejas e cada vez mais as pessoas buscam mais prestígio e poder social. Mas existe uma esperança: a compaixão de Deus ainda permanece (Mt 9.36). Amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

 

Milton  Marques de Oliveira

Ler 1237 vezes Última modificação em Quinta, 15 Outubro 2015 19:56
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