Quarta, 01 Março 2017 09:26

CONFORMIDADE

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CONFORMIDADE

“Sem mais, irmãos, despeço-me de vocês! Procurem aperfeiçoar-se, consolem uns aos outros, tenham um só pensamento e vivam em paz. E o DEUS de amor e paz estará com vocês. ” (2 Co 13.11)

 

O apóstolo Paulo escreveu duas cartas à igreja em Corinto. Segundo os estudiosos, esta segunda epístola foi escrita nos idos de 57DC, praticamente um ano após a primeira carta. Na primeira carta, Paulo cuidou de diversos problemas que haviam surgido naquela comunidade e, nesta segunda carta, ele aborda com autoridade a desconfiança de alguns irmãos que não o viam como um apóstolo sincero a serviço de Deus e que ainda tinham dúvidas de seu apostolado, a ponto de exigirem uma carta que o recomendasse, provavelmente uma carta de Jerusalém (2 Co 3.1-5).

Na primeira carta aos Coríntios, Paulo havia sido informado e chamado a atenção sobre um pecado grave que havia sido cometido por um membro daquela comunidade e sobre uma divisão interna que começava a surgir, orientando-os a terem Cristo como foco e como objetivo, abandonando as preferências particulares em torno de outras pessoas (1 Co 1.10-13). Na segunda carta, Paulo deixa transparecer que teria havido resistência às advertências dadas anteriormente.

Atente que praticamente não há diferença entre os problemas daquelas comunidades cristãs do século I com as igrejas atuais. Se naquelas haviam as contendas, invejas e desavenças por coisas menores e até mesmo sem tanta importância (1 Co 3.3-4), nas atuais existem os mesmos conflitos e os mesmos sentimentos de invejas. Entenda que num ambiente onde reina a desarmonia, os cultos de louvor e adoração a Deus não combinam com essa atmosfera conflituosa. Pense nisso!

Procurem aperfeiçoar-se...” Paulo, chama a atenção pelo aperfeiçoamento e conhecimento cristão, ou seja, que eles procurassem pela perfeição divina, visando obviamente, a correção dos males que estavam enraizados em seus corações. Esta busca da perfeição citada por Paulo é a mesma mencionada por Jesus a seus discípulos e aplicável aos cristãos de hoje. Jesus falava sobre a necessidade de o cristão ser possuidor de uma perfeição moral e espiritual que deveria ser buscada paulatinamente por meio de uma transformação gradual e constante (Mt 5.43-48). O próprio Paulo afirmativa não ter alcançado este objetivo, todavia, dizia estar firme e empenhado em conquistá-la (Fp 3.12). Lembre-se que somente em Cristo e com Cristo, o crente vive uma nova vida, moral e espiritual.

 “...consolem uns aos outros...”, em vez de brigas e conflitos que iriam trazer mais problemas, o apóstolo Paulo recomenda que eles se consolassem mutuamente. Era primordial que a comunhão fraternal e a boa convivência naquela comunidade fosse colocada como primeira necessidade, de forma que eles realmente fossem vistos pela sociedade como seguidores de Cristo (2 Co 12.20). De maneira contrária a tudo isso, muitas pessoas atuam como fermento nas igrejas, levando e trazendo conversas que não edificam, produzindo tumultos e desavenças. Saiba que hoje, mais que nunca, todos os cristãos necessitam da graça divina e essa graça não se harmoniza com a busca desenfreada de seus próprios interesses. Saiba que regenerado e nascido de Cristo o cristão pratica e busca a reta justiça (1 Jo 2.29).

“...tenham um só pensamento...”. Essa mesma advertência de Paulo para uma vida fraterna e alinhada com Cristo, também foi feita para a igreja em Roma e para a comunidade cristã na cidade de Filipos (Rm 15.6; Fp 2.2-3; 3.15-16; 4.2). Assim como hoje, esses conflitos pessoais já eram comuns naquela época. Lembre-se que dentro do reino de Jesus não podem haver pensamentos conflituosos que, em vez de aproximarem as pessoas, os distanciem em todos os aspectos. Pensamentos maléficos, egocêntricos e carnais não só afastam a pessoas do meio congregacional, mas pior, afastam as pessoas de Deus. Reflita isso! 

Lembre-se que Jesus chamou quem ele quis para ser seus discípulos (Mc 3.13). Jesus Cristo olhou para os corações e não para posições sociais, econômicas ou doutrinárias. Talvez você não saiba, mas dentre os discípulos de Jesus, haviam Mateus e Simão (Mt 10.3-4). Mateus era judeu e trabalhava como funcionário do Império Romano, cobrando impostos de seus compatriotas. Já Simão, o Zelote, também era judeu e fazia parte de um grupo político denominado Zelotes, grupo esse que combatia justamente o Império Romano para quem Mateus prestava serviços. Ambos tinham posições políticas altamente contrárias em sua essência, todavia, em nenhum momento os quatro evangelhos trazem qualquer registro de desavenças entre estes dois. No reino de Jesus, eles tinham o mesmo pensamento sobre reino, combatiam na mesma trincheira, viviam em harmonia, sem conflitos e sem o espírito de partidarismo.

“...e vivam em paz...”. Nem sempre a tão almejada paz é encontrada. Paulo propõe uma vida em conformidade com o reino de Jesus, baseados no amor cristão (1 Co 13.1). Paulo ensinava sobre uma vida onde o orgulho, a soberba e a exaltação ao ego não teriam lugar nos corações daqueles irmãos. O autor da carta aos Hebreus assim se expressou: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; ” (Hb 12.14). Paulo desejava que eles abandonassem aquele péssimo comportamento, se livrassem daquele espírito contencioso e mirassem seus pensamentos em Cristo.

“E o DEUS de amor e paz estará com vocês...”. Saiba que muitas das vezes, o distanciamento de Deus acontece de maneira muito sutil. As pessoas se afastam de Deus vagarosamente e somente dão conta desta separação, quando a incredulidade já preencheu o seu coração. Compreenda que Deus não pode mesmo estar num ambiente onde predominam as contendas, as fofocas, as invejas, o orgulho e a soberba, e nem estará em corações onde a exaltação ao ego é prioridade. Lembre-se, somos templo e morada do Espírito Santo, portanto, vivamos em conformidade com o Espírito de Deus. Creia nisso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1412 vezes Última modificação em Quarta, 01 Março 2017 09:54
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