Quarta, 07 Junho 2017 11:27

BAJULADORES

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BAJULADORES

“O mensageiro que tinha ido chamar Micaías lhe anunciou: “Eis que os profetas são unânimes em suas profecias em favor do rei; vede que também a tua palavra seja como a de um deles, e fala o que é bom e agradável! ”  (2 Cr 18.12)

 

Outrora, os dois livros de Crônicas formavam um só volume, eles trazem as histórias sobre os reinados de Israel e de Judá. Muito provavelmente estes livros foram divididos pelos rabinos que traduziram a Bíblia da língua hebraica para o grego, de forma a facilitar o entendimento de suas traduções. Os registros de Crônicas trazem praticamente as mesmas informações que os dois livros de Samuel e de Reis. Embora o autor de Crônicas seja desconhecido, as suspeitas sobre sua autoria recaem sobre o sacerdote Esdras, que viveu no período do pós cativeiro dos judeus na Babilônia.

Os registros históricos sobre o rei Acabe apontam que ele foi um rei que fez o que era mal aos olhos do Senhor e como se isso ainda fosse pouco, ele serviu e adorou os deuses de Baal (2 Rs 16.29-31). “Miséria pouca é bobagem”, essa frase é um dito popular que se encaixa perfeitamente neste episódio, ou seja, não bastou ao rei Acabe fazer tudo o que fosse ruim, mal e que desagradasse ao Senhor, mas ele foi além, quando cultuou e serviu aos deuses estranhos trazidos por sua mulher, Jezabel.

O versículo acima mostra o inusitado pedido do mensageiro do rei Acabe ao profeta Micaías, solicitando ao profeta que falasse somente aquilo que fosse bom e agradável aos ouvidos do rei Acabe (2 Cr 18.7-8). Nessa passagem o rei Acabe estava prestes a ir para uma batalha e 400 profetas tendenciosos e simpáticos ao rei, falavam tudo aquilo que ele desejava ouvir. Eram palavras mentirosas e que massageavam o ego do monarca. Aqueles profetas eram falsos e enganadores, pronunciavam palavras oriundas de suas vontades pessoais e tinham como único objetivo acariciar o ego e o coração do rei. Entenda que da mesma forma, hoje existem muitos pseudoprofetas que falam pela carne e mentem escancaradamente, e há outro tanto que vivem correndo atrás de palavras agradáveis que se encaixam em seu modo de vida.  Reflita!

Veja que muitos cristãos vivem magoados justamente por vivenciarem o mesmo espírito determinístico do rei Acabe. Essas pessoas desejam ouvir palavras que se ajustam perfeitamente na sua maneira de viver, notadamente quando andam praticando atos contrários à doutrina cristã. Se aborrecem quando a Palavra de Deus confronta seu comportamento e esbarra nas suas atitudes desalinhadas com a verdade. 

Saiba que o rei Acabe conduzia espiritualmente o povo de Israel para longe de Deus, fazia cultos, adorava e idolatrava o deus Baal, e neste contexto, era evidente que ele não tinha nenhuma simpatia pelo profeta Micaías, pois este não se curvava à sua vontade. Micaías não fazia parte do grupo de profetas que bajulavam o rei Acabe e somente pronunciava aquilo que Deus desejava que ele falasse, ou seja, Micaías era uma ferramenta, um instrumento usado por Deus e por isso, com razão odiado pelo rei (1 Rs 22.8).

Deste episódio do rei Acabe, compreenda uma comparação com a triste realidade de nossos dias. Há pessoas que ficam extremamente descontentes quando a Palavra de Deus os confronta em decorrência de seu comportamento e de sua maneira de viver, tanto fora como dentro das igrejas. Essa perversidade - ser cristão e não viver como cristão - tem sido comum na atualidade, notadamente quando se verifica que posturas inadequadas e objetivos pessoais são tratados de maneira prioritária, em detrimento de uma vida plena no Espírito.  Observe, há muitos cristãos que não são cristãos. Atente para isso!

Reconheça no tempo presente a necessidade das pessoas em ouvirem palavras de cunho motivacionais, que não confrontam o pecado e nem as iniquidades que permeiam a igreja. O profeta Micaías soltou sua voz pronunciando o que Deus desejava que ele falasse, noutras palavras, Micaías não disse nada para bajular o rei, mas manifestou a verdade do que iria acontecer naquela guerra que se aproximava.

O final da história mostra que o rei Acabe foi para a batalha, tentou e não conseguiu enganar o inimigo, acabou ferido e morreu (2 Cr 18.34). Na voz tendenciosa de seus profetas e simpatizantes, ele sairia vencedor e a batalha terminaria bem. Todos falavam a uma só boca e desta forma, eles incentivaram o rei a seguir no caminho da morte. A verdade estava nas palavras do profeta Micaías que via o povo de Israel disperso e sem pastor (2 Cr 18.16). Entenda, portanto, o perigo de dar créditos às palavras enganadoras vindas de pessoas tendenciosas que podem te trazer o mal. Dê ouvidos à verdade, tão somente à verdade, amém? Creia nisso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1793 vezes Última modificação em Quarta, 07 Junho 2017 17:49
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