Milton Marques de Oliveira

Milton Marques de Oliveira

Segunda, 14 Fevereiro 2022 13:40

DENÚNCIA

DENÚNCIA

“E os filhos de Israel ouviram dizer: Eis que os filhos de Rúben, os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés edificaram um altar na fronteira da terra de Canaã, na região junto ao Jordão, da banda que pertence aos filhos de Israel.” (Js 22.10)

Conforme os historiadores e teólogos Josué, filho de Num foi o autor deste livro que leva o seu nome. Em Josué, estão registrados os episódios finais da posse que o povo de Israel fez nas terras de Canaã. Josué foi escolhido por Deus como o sucessor de Moisés e liderou com muita competência os momentos finais da peregrinação que se encerrava, inclusive foi de sua lavra as divisões das terras entre as doze tribos do povo de Israel.

Uma característica que ficou marcante na pessoa de Josué, esteve registrada no momento em que ele e Calebe confrontaram os colegas que foram investigar as terras. Naquela ocasião dez homens se mostraram contrários à investida sobre as terras de Canãa, alegando que as cidades eram fortificadas e seus habitantes eram de grande estatura, mas Josué e Calebe se pronunciaram favoráveis á incursão, afinal ambos estavam convictos da promessa de Deus e motivaram seus compatriotas a terem fé e, nesse sentido o povo de Israel conquistou Canaã (Nm 13.28).

O contexto da narrativa do capítulo 22 diz que após Josué fazer a divisão das terras, as tribos de Rubem, Gade e a metade da tribo de Manassés herdaram lotes de terras na região de Gileade, após o Rio Jordão. Distantes geograficamente de onde estava o tabernáculo na cidade de Siló, eles ergueram um altar e isso foi motivo de denúncia a Josué, que determinou a uma comissão investigar a veracidade da denúncia (Js 22.13).

Saiba que mais comum que andar para a frente são as denúncias. Nem é preciso pensar muito para ver que hoje tudo é motivo de denúncia. Crianças denunciam o irmãozinho aos pais porque ele fez ou deixou de fazer alguma coisa, colegas denunciam o outro por práticas que consideram suspeitas, relacionamentos são rompidos por denúncias e populares denunciam infratores aos órgãos policiais. Isso sem falar nas denúncias contra os gestores públicos, que são aos montes. Enfim, a prática da denúncia é antiga e, inclusive encontra respaldo no anonimato como forma de preservar o denunciante de futuras retaliações.  Há casos onde o denunciante pode até receber uma recompensa.

A narrativa diz que aquelas tribos idealizaram e levantaram um altar a Deus em suas terras e isso foi motivo de uma denúncia aos líderes religiosos (Js 22.11). Imaginando que seria um altar para a prática da idolatria e desobediência ao Senhor, eles quase se enfrentaram numa guerra entre irmãos de sangue. De posse da informação, Josué criou uma comissão que foi checar a denúncia, afinal de contas a notícia não era somente grave contra a unidade do povo de Israel, mas era extremamente contrária ao mandamento de Deus, já que todas as tribos deviam se reunir junto ao tabernáculo em Siló, três vezes por ano (Ex 23.17).

Após descobrirem que o altar tinha sido levantado como memorial para adorar a Deus e inseri-lo na memória dos mais novos e da próxima geração, a denúncia se mostrou infundada e o caso se deu por encerrado. Noutras palavras, aquele “altar construído junto ao Jordão” era um memorial às futuras gerações lembrando-as de que, embora separados pelas águas do rio e muito distantes de Siló, local de adoração e onde estava a tenda da congregação, eles estavam demostrando que não deixariam de fazer parte do povo de Israel. O relatório da comissão investigativa foi para voltarem para Canaã com ordem de paz e entendimento (Js 22.31).

Atente que a simples denúncia quase provocou uma guerra, pois já haviam indicativos da quebra da unidade israelita, todavia, considere que desde aquela época já se pregava a presunção de inocência, ou seja, antes de deflagrar a guerra, Josué determinou sabiamente uma comissão para averiguar a denuncia e verificar as provas da acusação (Js 22.12; Lv 17.8).

Entenda que essa história encontra muitas semelhanças nos dias atuais tanto nas informações inverídicas, como foi o caso, como na sabedoria da comissão sacerdotal que não tomou nenhuma atitude precipitada antes de averiguar onde estava a verdade. Aqui surge o ensinamento que antes de quaisquer tomada de decisão no recebimento de denúncias, é importante ouvir as razões das pessoas denunciadas e averiguar in loco o que foi denunciado antes de julgar e sentenciar. Hoje tem sido comum que pessoas sejam julgadas nos círculos de amizades, nos âmbitos familiares e nas redes sociais com base em denúncias, muitas das vezes, inverídicas e infundadas. Reflita!

Considere a lição que provém dessa história. Uma denúncia infundada pode matar relacionamentos, pode destruir casamentos sólidos, pode jogar amizades para os ares e pode levar pessoas a uma guerra sem fim. Denúncia mentirosa tem paternidade (Jo 8.44). Entenda, portanto, a importância de ter sabedoria e discernimento nestes casos e antes de qualquer tomada de decisão, aprenda a ouvir as partes, reunir provas, buscar a verdade e somente aí, decidir. Viva isso!  Abraços.

Jesus Cristo filho de Deus continue te abençoando.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Terça, 08 Fevereiro 2022 23:42

08/02/2022 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 07 Fevereiro 2022 14:19

HERANÇA

HERANÇA

“…Vede a réplica do altar do Senhor que os nossos antepassados edificaram, não para holocaustos ou sacrifícios, mas como testemunho concreto entre nós e vós!’( Js. 22.28)

O livro de Josué é o sexto livro na ordem bíblica e foi escrito pelo autor de mesmo nome. Josué foi assessor imediato de Moisés durante toda a peregrinação do povo de Israel em direção às terras de Canaã. Desde cedo se tornou discípulo do grande líder judaico, participando das batalhas e se preparando para assumir a liderança daquele povo. Dentre os escritos de Josué, ficou marcada a célebre frase pronunciada já no final de sua vida: “.. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor!” (Js 24.15).

Contextualizando a passagem acima, verifica-se que o povo de Israel já estava estabelecido em Canaã e Josué foi efetivando as possessões da terra prometida em herança às tribos. Nessa divisão, duas tribos, Rúbem e Gade e a metade da tribo de Manassés foram contempladas com terras depois dos limites do Rio Jordão e lá elas se estabeleceram (Js 22).

Considere nos dias atuais a existência de uma grande ansiedade dos pais em prover algo material aos seus filhos. Isso é salutar e inclusive possui base bíblica (2 Co 12.14). Veja que as preocupações dos genitores para com seus herdeiros estão no campo da saúde,  da  educação, da atividade profissional, passa pelas preocupações naturais de quem eles vão se enamorar e isso não termina no casamento e nem mesmo quando chegam os netos. As preocupações duram a vida toda. Aliás, uma frase popular diz que mesmo adulto, os filhos continuam sendo ‘nossas crianças’.

A narrativa diz que as duas tribos e meia que se posicionaram em Gileade, depois do rio Jordão se viram muito distantes de onde estava o tabernáculo em Siló, e geograficamente era mesmo muito longe (Js 22.10). Assim, aqueles líderes tiveram a ideia de construir um altar em suas terras, de maneira que este altar fosse visto com um memorial. E quando os filhos da próxima geração indagassem o que representava aquele memorial, a resposta seria que mesmo distantes de onde estava o tabernáculo, eles também tinham parte com o Senhor Deus e com a nação de Israel. Também eram herdeiros do mesmo tesouro. Reflita!

Atente que vivemos dias de grandes desafios familiares quanto ao futuro dos filhos e justamente aí, surge a pergunta: qual o legado que os pais de hoje vão deixar à próxima geração? Qual o tamanho dessa dedicação? Perceba que o mundo moderno tem acelerado o crescimento da terceirização da educação dos filhos, ou seja, tem sido comuns que babás, creches, tias e avós são acionados para participarem nos cuidados das crianças e, embora nada de errado exista nisso, saiba que se outrora os referenciais das crianças eram os pais, hoje elas crescem e possuem como referenciais gente totalmente desconhecida. São os blogueiros, os artistas, as celebridades e os influencier, menos os pais. Pasmem!

Uma leitura atenta mostra que aquelas tribos que ficaram distantes de Siló  demonstraram a preocupação de fazerem um investimento espiritual na vida dos filhos que nem ainda haviam nascido e, tudo isso para manter aceso na memória das novas gerações de que eles também eram parte do povo de Israel. Ou seja, se nos dias atuais existem grandes barreiras para direcionar os filhos para os caminhos de Deus, veja que isso não existia há três mil anos atrás. Era notável a preocupação daqueles líderes de que seus filhos e netos não perdessem a identidade israelita e a forma encontrada foi criar um altar, um memorial. Assim, quando perguntassem o que significava aquilo, seriam informados que seus antepassados foram resgatados da escravidão no Egito, passaram a seco o Mar Vermelho, foram alimentados em pleno deserto e beberam até se fartar de uma fonte d’agua que surgiu nas pedras e que Deus de Israel os guardou zelosamente. Ou seja, o mesmo Deus que tinha feito tudo isso continuava a fazer e faria ainda muito mais. Noutras palavras, eles investiam espiritualmente no tempo presente para terem ganhos eternos. Reflita nisso!

Infelizmente, essa é uma história que em nada se assemelha aos pais de hoje. Poucos, senão raros são os pais que se esforçam no sentido de investirem tempo e recursos em conhecimentos espirituais aos seus filhos. Poucos aqueles que adquirem uma literatura cristã para suas crianças, raros aqueles que instruem seus filhos nas práticas espirituais como oração, adoração a Deus e meditação bíblica. É visível um certo desleixo na gestão espiritual dos filhos e isso trará consequências no futuro. Guarde isso: a semente da boa palavra lançada em terra fértil vai germinar no tempo certo!

Enfim, o modelo de investimento espiritual perpetrado pelos Rubenitas, Gaditas e pela meia tribo de Manassés é algo que deve não somente deve ser copiado, como deve jamais ser esquecido. Afinal de contas, de bons modelos de investimentos espirituais o mundo está carente. Invista hoje para não chorar amanhã. Creia nisso! Forte abraço

Jesus Cristo Filho de Deus continue abençoando a sua vida!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Domingo, 06 Fevereiro 2022 22:08

06/02/2022 - CULTO DE LOUVOR A DEUS

Terça, 01 Fevereiro 2022 23:38

01/02/2022 - CULTO "FÉ E VIDA"

Domingo, 30 Janeiro 2022 10:58

ENCONTRO

ENCONTRO

“Eu sou Jesus” (At 9.5)

 

O livro de Atos dos apóstolos é o resumo das atividades do começo da igreja. Escrito pelo médico Lucas, amigo e companheiro de Paulo, a narrativa de Atos mostra desde a descida do Espírito Santo, as perseguições contra os cristãos, os primeiros milagres realizados em nome de Jesus e os sucessos nas implantações das comunidades cristãs no mundo de então. É bem provável que muita coisa deixou de ser registrada, pois Lucas focou nas atividades de Pedro e Paulo e com certeza, os demais discípulos de Jesus fizeram muita coisa em nome daquele que os enviou e essas realizações não foram compiladas por Lucas e nem por nenhum outro historiador (At 1.8).

Paulo foi encontrado por Jesus numa estrada na cidade de Damasco/Síria. Levado para uma casa naquela cidade, Paulo recebeu Ananias, um cristão que orou por ele com imposição de mãos e depois de ser batizado, ele saiu anunciando Jesus. Este é o contexto (At 9.1-19).

Perceba que a sociedade passa por grandes mudanças. Mudanças sociais, mudanças na saúde com a pandemia, mudanças sanitárias com ênfase no combate ao coronavírus, mudanças tecnológicas com a criação de novos medicamentos, mudanças educacionais e mudanças na forma de trabalho com a introdução do trabalho em casa (home officer). Ainda nessa seara, tem-se que as pessoas também passam por mudanças físicas, morais e logicamente, mudanças espirituais.

Um detalhe interessante na conversão de Paulo é que ele não foi ao encontro de Jesus, não se vê ele orando e pedindo perdão pelos pecados que ele cometeu e, diga-se de passagem foram muitos. Textos anteriores registrados pelo próprio Lucas mostram que ele estava perseguindo cristãos, se fez presente e consentiu na morte de Estevão, o primeiro mártir da igreja. Saulo perseguia a igreja, prendendo e espancando todo cristão que encontrasse na sua frente. Literalmente era o “missionário da perseguição”, pois era nítido que ele queria destruir o cristianismo e se opunha fortemente a Deus (At 7.59; 8.1-3; 9.1-2)

Fica claro de enxergar que pelo currículo de Paulo, pelas circunstâncias que antecederam sua conversão, sem sombras de dúvidas, tem-se aqui a grande vitória da graça de Deus sobre um homem em sua mais profunda miséria espiritual. Ou seja, independente da miserável situação que o homem esteja vivendo, a graça de Deus quebra todas as barreiras espirituais e triunfa soberanamente. Reflita!

“não é este o que perseguia?”(At 9.21). Essa era  a indagação cheia de dúvida de todos os que não só o conheciam no passado, mas também de quem o ouvia anunciar Jesus. Paulo era a carta viva, sua presença era a prova da própria transformação. Por onde passava, ele carregava a  mensagem da graça, do amor  e da misericórdia de Deus. Sua mensagem de salvação era pontual e eficaz justamente por estar sustentada pelo testemunho de quem viveu o milagre da conversão. Noutras palavras, Paulo atraía as pessoas pela mudança que era visível a todos. De quem era agressivo, brotavam palavras de amor e de bondade (1 Co 13.1-8). A conversão de Paulo gerou nele um novo governo de vida, estabeleceu comunhão com igreja e fechava com o seu testemunho pessoal. Ou seja, tanto naquela época como nos dias atuais, conversão é uma mudança radical, a gestão pessoal sai de cena e entra o governo espiritual. Guarde isso!

Entenda bem que não existia nada bom em Paulo que pudesse atrair a presença de Jesus. Ele prendia, zombava de Deus, era um perseguidor implacável e mesmo assim Jesus foi ao encontro dele. De forma idêntica, também não existe nada bom em milhares e milhares de pessoas mundo afora, afastados de Deus, escravos do diabo, agressivos, imperfeitos, rebeldes, desobedientes e levando a chamada vida loka. Para essas pessoas, em suas agendas não há espaço para Deus, todavia, assim como Jesus estendeu a mão e sua voz ecoou no coração dele, compreenda que essa mesma graça que foi ao encontro de  Paulo, pode também alcançar centenas de milhares de pessoas.

Considere que Paulo estava longe, mas Cristo o alcançou. Portanto, creia que independente da distância que homens e mulheres estejam de Deus, independente do passado e da biografia, existe um caminho para a salvação e este caminho passa necessariamente pela cruz. Ou seja, a cruz não é uma opção como muitos dizem por aí, nem uma alternativa na visão de muita gente. A cruz de Jesus é uma necessidade porque somente ela tem poder para triunfar sobre as distorções da vontade humana. Resumindo: a cruz representa o êxito do amor de Deus sobre o orgulho e o fracasso do homem. Forte abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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