Milton Marques de Oliveira

Milton Marques de Oliveira

Domingo, 18 Outubro 2020 08:27

CORAGEM

CORAGEM

“O Senhor é contigo, homem valente..” (Jz 6.12)

O livro dos Juízes não tem autoria definida e faz parte do conjunto de livros históricos da Bíblia. O livro tem o nome de “Juízes” devido alguns homens e uma mulher (Débora) terem sido chamados por Deus para liderarem Israel em curtos períodos de tempo. Sem um rei que os governasse, o povo vivia sem uma direção e conforme os historiadores, esse período foi denominado como idade das trevas, tal a anarquia e bagunça que imperava naquela sociedade.  Em vista desta situação, o livro de Juízes é também conhecido pela expressão “... cada qual fazia o que achava mais reto.” (Jz 17.6).

A narrativa do livro apresenta a história de Israel logo após a morte de Josué quando os Hebreus se estabeleceram na terra de Canaã. Mesmo para os dias atuais onde a violência tem causado pavor, a narrativa de Juízes chega a causar espanto. São histórias repletas de atos de violência e permeadas com promiscuidade, todavia, entenda que essas histórias mostram basicamente as consequências do afastamento e da infidelidade dos israelitas de Deus.

Veja que assolados pelos midianitas, inimigos que não davam trégua, o povo de Israel fugia para as montanhas morando em cavernas, entretanto, um homem de nome Gideão, amedrontado como todos seus compatriotas, foi convocado por Deus para lutar pelos seus. Ele se julgava incapaz, se dizia inferior aos seus irmãos e afirmava que não tinha capacidade e nem era qualificado para conduzir seus compatriotas na luta contra os midianitas. Trazendo seus dizeres para termos atuais, ele se dizia portador do que hoje se denomina de complexo de inferioridade. Tímido e desanimado, mas convocado para uma missão, este é o resumo do contexto que  mostra a vida de Gideão (Jz 6.1-24).

Perceba que o complexo de inferioridade sempre acompanhou o homem, pode-se dizer sem sombras de erro que este sentimento é mais antigo que andar para frente. Saiba que Moisés e Jeremias também demonstraram claramente este perverso sentimento, quando chamados por Deus, alegando não estarem no mesmo nível de outros homens de suas épocas (Ex 4.10; Jr 1.4-7). A bem da verdade, este sentimento está atrelado a uma dúvida que muitos homens e muitas mulheres possuem de si mesmo, dúvida essa que não larga o indivíduo. Em todos os ambientes e situações, o sentimento de não estar no mesmo padrão dos demais continua rondando a cabeça de muita gente. Livre-se disso!

Logo após a morte de Josué, o povo de Israel se estabeleceu nas terras de Canaã, todavia, sem uma liderança forte eles tinham suas questões julgadas por juízes nomeados dentre homens das tribos de Israel e mesmo num regime predominantemente patriarcal, a narrativa aponta que houve uma mulher de nome Débora que foi profetisa e juíza, e que desempenhou seu papel com louvor, arbitrando as questões e disputas do povo (Jz 4.4).

Naquele período de profunda crise espiritual e histórica, Israel vivia o caos em todos os sentidos.  Os exemplos fortes de liderança anteriores de Moisés e Josué haviam ficado para trás e sofrendo ataques constantes, Israel padecia nas mãos de seus inimigos quando Deus resolveu intervir. Para a missão, Gideão foi convocado, todavia, era um homem com forte sentimento de inferioridade, nutria medo pelas circunstâncias que já vivenciava em seu coração e mesmo diante do chamado divino, ele titubeou e questionou o Criador pedindo sinais (Jz 6.17).

Essa história guarda muitas semelhanças com muita gente nos dias atuais, são homens e mulheres com comportamentos e posturas idênticos ao de Gideão. São muitos homens e mulheres que carregam em suas lidas diárias o sentimento de não estarem à altura dos demais colegas ou não se sentem capazes. Isso em todas as áreas. São professores que se sentem inferiores aos colegas de escola, são jovens e adolescentes que se sentem inferiores e são pessoas de todos os níveis sociais que se julgam incapazes, desqualificados para construir algo no meio em que vivem pelo simples fato de se enxergarem menores que os demais. São indivíduos que alimentam muitas dúvidas de suas habilidades, não confiam em si mesmos e nem acreditam que podem sim, desempenhar papéis com excelência em diversas áreas da vida. Reflita!

É bem provável que naquela época haviam outros homens com mais coragem que Gideão, talvez mais fortes fisicamente, talvez mais inteligentes e/ou com mais habilidades, mas entenda bem que Deus quis chamar um homem que não tinha o arrojo, nem valentia e nem bravura. “Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;” (1 Co 1.27). Gideão viveu numa época muito anterior à de Paulo, mas se teoricamente pudessem se encontrar, certamente que o apóstolo Paulo lhe diria essas palavras para motivá-lo e fazer com que ele entendesse que Deus estava no controle da convocação. Lembre-se que Gideão se via como tímido e fraco, mas Deus resolveu usá-lo para demonstrar seu poder e sua graça e isso se verifica pelo final de sua história. 

Entenda bem que enquanto homens e mulheres pelas suas próprias naturezas enxergam obstáculos, dificuldades e limites, noutro lado Deus visualiza amplas possibilidades em realizar seus planos. Foi assim com Moisés, com Jeremias e com tantos outros personagens bíblicos, foi assim também com Gideão. E com você não vai ser diferente, portanto, atenda ao chamado de Deus, avante, força, tenha coragem e tenha bom ânimo. Deus estará com você, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Quarta, 14 Outubro 2020 09:09

13/10/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 12 Outubro 2020 14:39

06/10/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 12 Outubro 2020 10:10

DESAFIO

DESAFIO

“Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13)

O apóstolo Paulo foi o autor de treze cartas enviadas para diferentes igrejas e em cada carta ou epístola, seus ensinos davam direção espiritual, advertiam sobre comportamentos inadequados, corrigiam atitudes praticadas e consolavam os integrantes das comunidades cristãs. Quando escreveu essa carta á igreja da cidade de Filipos, Paulo estava preso em Roma e mesmo nessa condição, perceba que de maneira desafiadora ele reuniu forças para enfatizar a alegria, a gratidão e ainda advertiu àqueles irmãos para cessarem com a murmuração (Fp 1.3; 2.14 e 4.6).

Na visão dos historiadores eclesiásticos, Paulo escreveu essa epístola à comunidade cristã em Filipos com a finalidade de agradecer pela ajuda financeira que aquela igreja lhe enviou por meio de Epafrodito, um dos membros da comunidade (Fp 4.10-18). Excelente orador, Paulo tinha ótima noção do alcance de seus discursos e fazia isso por meio de blocos de ideias, assim, o contexto da frase acima está inserido na suficiência de Cristo na vida de todos os que creem em seu poder sustentador (Fp 4.11-19).

Assim como todas as épocas, perceba que as pessoas sofrem influências de todos os tipos e destas ingerências, algumas leves e outras bem tanto, muita gente acaba por entender de forma equivocada que possui capacidade para conquistar tudo àquilo que seus olhos enxergam. Infelizmente por meio dessas influências muitos tem caminhado cercado por eventos que não chegarão mesmo a se realizar. Aliás, dizem por aí que a ilusão é um excelente fator motivacional, pois faz o iludido andar na direção de seus alvos.

Veja que tem se tornado comum em placas, outdoors e até mesmo nos para-choques de veículos a colocação da frase do versículo acima. Todavia, atente que o contexto em que ele está inserido é pouco ou raramente mencionado. Frases anteriores citadas pelo próprio Paulo já dizia sobre as dificuldades que ele tinha enfrentado em suas viagens missionárias. Noutras palavras, Paulo deixava claro que não enxergava nenhum mérito seu, mas era Deus quem o tinha capacitado e lhe dado forças para enfrentar situações extremas, ora de fartura ou de escassez, de humilhação, desonra ou prestígio, de mesa farta ou mesmo de fome.

Neste sentido compreenda bem que a vida do homem nem sempre é um mar de tranquilidade, de harmonia e/ou de extrema felicidade (o popular mar de rosas), mas de maneira contrária a vida de muita gente tem sido repleta de lutas, cheias de dificuldades, de muitas batalhas que não poderão ser vencidas por meio dos esforços humanos, mas somente com a efetiva participação de Deus, ou seja, aquilo que é possível o homem faz, mas as impossibilidades quem faz é Deus (Lc 1.37).

Atente que todo homem, sem exceção, está sujeito a enfrentar percalços na vida, percalços esses que podem lhe causar dor, choro e lamentações! Lembre-se que a trajetória de Paulo diz que ele foi açoitado com varas, apedrejado, preso, sofreu naufrágio e tantas outras situações de perigo ele passou, todavia, Deus o fortaleceu e era nisso que ele se ancorava (Fp 4.13). De maneira incrível, ainda assim, ele deixou claro que nada disso o desanimou de seu chamado para anunciar a graça e a misericórdia de Deus (2 Co 4.8-10). Reflita!

Embora com o amplo emprego de todos os meios tecnológicos a disposição do homem, saiba que o caminho da cruz continua sendo de renúncia, continua sendo uma entrega física e espiritual ao reino de Deus e são caminhos de perdas e humilhações. Aliás, Jesus deixou isso bem evidente ao dizer, naquela época e perfeitamente aplicável aos dias atuais, que se alguém quiser ir após ELE, bastaria tão somente renunciar a si mesmo (Lc.9.23-24).

“Tudo posso naquele que me fortalece...” contrário a tantos entendimentos, compreenda que em nenhum momento Paulo usou este versículo para ensinar técnicas de pensamento positivo ou como ter sucesso pessoal ou material. De forma clara, ele ensinou que em toda sua trajetória na caminhada cristã, ele foi qualificado por Deus para vencer qualquer situação, fosse ela boa ou ruim. Guarde isso!

Certamente que o grande desafio dos dias atuais é copiar a atitude do apóstolo Paulo e demonstrar contentamento não somente nos bons momentos, mas, sobretudo nos momentos adversos. Depositar a dependência em Cristo foi o que Paulo fez, afinal, em sua conversão Deus disse que ele passaria por situações difíceis por causa do nome de Jesus (At 9.16).  Portanto, guarde no seu coração que as dificuldades virão sim, e chegarão de todos os lados, todavia, a segurança do cristão está em Cristo, justamente aquele que te fortalece, amém? Viva isso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Segunda, 05 Outubro 2020 13:29

SOBERANIA

SOBERANIA

“Mas estende agora a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e ele blasfemará de ti na tua face!” (Jó 1.11)

 

A narrativa do livro de Jó é muito conhecida pelo intenso sofrimento que o personagem principal passou. Nada se compara a sua dor, nada se compara às aflições que ele enfrentou e nada se compara as suas perdas. O livro não tem uma autoria certa e definida, mas isso se torna secundário quando se observa a profundidade de suas lições para os dias atuais, notadamente quando se vê o crescimento de tantas teologias fundamentadas na prosperidade e nas bênçãos meritocráticas ou por merecimento.

O autor descreve Jó como um homem rico, temente a Deus, cheio de bens, com muitos animais e extremamente honesto e correto em suas atitudes, todavia, mesmo com todos estes indicadores ele perdeu suas posses, seus filhos e filhas e logicamente, tudo o que conquistou em termos de riqueza também foi embora. Sem entender o que se passava, Jó teve a companhia de três amigos que, cada um ao seu modo, tentaram explicar a causa de sua dor.

É comum que nas famílias os filhos sejam criados com base na equação de causa e consequência. Se forem bons na escola com boas notas nos exames, ganham um bom presente ao final do ano. Se comportarem bem, sem brigas com os irmãos, se ajudarem na casa e se arrumarem o quarto, ganham elogios e de forma contrária, caso as atitudes e posturas sejam reprováveis, não serão elogiados. Enfim, muitos pais usam de seu poder para conduzir a vida de seus filhos, fundamentados unicamente na troca, ou seja, numa relação de merecimento e punição.

Não é segredo para ninguém que a relação do homem com Deus tem sofrido deturpações ao longo da história. Neste contexto surgiram muitas propostas com a finalidade de amenizar a vida do homem e dentre essas, uma proposta que ainda perdura no meio cristão é aquela que valoriza o mérito, ou seja, a retribuição divina em detrimento da graça e da vontade de Deus.

A narrativa diz que Jó, ao ser elogiado por Deus pelo seu bom comportamento e sua postura, incitou o argumento de Satanás, que rapidamente disse a Deus que Jó tinha aquela atitute porque Deus o abençoava, mas bastava tirar os bens materiais que ele iria se rebelar. Noutras palavras, Satanás insinuava que a relação de Jó com Deus estava baseada no mérito, na troca, na barganha, ou seja, Deus o abençoava e em contrapartida, Jó o adorava. Era a visão satânica do que hoje tem sido tão propalado: a teologia retributiva (Jó 1.11). Pasmem!

O incrível foi que a mulher de Jó, de maneira consciente ou não, manifestou sua opinião diante da situação de seu marido, orientando-o a se matar, pois o mesmo Deus que havia lhe dado filhos e bens e em retribuição havia sido adorado, agora o abandonou. A visão dela era idêntica à visão de Satanás e foi nessa percepção que dela surgiu a pergunta: qual a motivação de ser honesto e correto com Deus se ELE não retribui com bênçãos? Era preferível morrer e assim, a esposa de Jó alinhava sua visão de mundo com o pensamento de Satanás (Jo 2.9).

Perceba que assim como os filhos podem eventualmente manipular os pais para serem recompensados e/ou fugirem da punição, hoje muitos cristãos cometem o equívoco de adorar a Deus mediante uma adoração de troca. “Se Deus me abençoar, faço isso... faço tal coisa e Deus me abençoa... se Deus me der tal objeto, irei na igreja..”. Atente que na verdade essas pessoas não reconhecem o dom da graça de Deus e nem reconhecem o sacrifício de Jesus na cruz do calvário, sacrifício esse que teve por fundamento o amor pela humanidade. O homem não merecia, mas Deus o amou. Reflita!

Hoje é fácil verificar que a grande dificuldade de muitos cristãos tem sido cultuar sem interesses de receber algo de Deus. Adorar a Deus pelo que ELE é e não pelo que ELE pode dar ao homem. Essa é a essência da gratidão que tem sido perversamente deturpada por muitos quando cultuam a Deus mediante trocas, chegando inclusive a marcar data para receber bênçãos e milagres. Tem sido extremamente comum que muitos buscam a Deus atrás de uma benção, de um milagre ou mesmo para conquistar algo de que muito necessita, todavia, compreenda que curas, milagres, trabalho, casamento, moradia, saúde e tantos outros itens, embora importantes para a vida humana, não podem ser o foco ou o objetivo da caminhada cristã. Guarde isso!

Encerrando, perceba que o homem deve buscar a Deus pelo que ELE representa em termos de salvação e vida eterna e não pelo que Deus pode fazer, ou seja, a condição para receber o favor de Deus é reconhecer que ninguém é merecedor de nada, entretanto, por meio de Sua graça, ELE pode conceder. Detalhe: conforme a Sua vontade (Mt 6.10). Isso é soberania, amém?  

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Terça, 29 Setembro 2020 23:44

29/09/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 28 Setembro 2020 13:43

SENTENÇA

SENTENÇA

“...Tirai-a fora para que seja queimada.” (Gn 38.24)

Conforme os estudiosos e historiadores, o livro de Gênesis foi escrito pelo profeta Moisés. O livro retrata o poder criador de Deus, que mediante sua palavra criou os céus e a terra, criou os mares, as estrelas, as florestas e os animais (Gn 1.1). Também criou o homem e deu-lhe uma companheira e colocou ambos no Jardim do Éden. Gênesis traz ainda a transgressão do mesmo homem contra Deus e seu consequente afastamento de seu criador, mas também apresenta o plano reconciliador de Deus para resgatar o mesmo homem que se afastou.

Ainda no livro encontram-se as histórias dos patriarcas Abraão, Isaque, Jacó e José. E entre estes relatos, foi descrito um capítulo sobre Judá, filho de Jacó, abordando seu casamento, o nascimento de três filhos e posteriormente a morte tanto dos filhos como de sua esposa (Gn 38).

Um item muito observado no meio social é a representação pessoal. O homem gosta de ser visto, de ser reconhecido entre seus pares e para isso se realizar, ele nem sempre cumpre as regras e normas que a sociedade exige. Assim, é normal não aceitar determinadas posturas alheias, mas ao mesmo tempo entender que elas podem ser praticadas por si mesmo. Enfim, atente bem que a representação pessoal é uma estrada de mão dupla.

A história diz que Judá havia casado e tivera três filhos. O mais velho casou com uma mulher de nome Tamar, mas não teve filhos e morreu a seguir. O segundo filho casou com a viúva, mas também morreu sem gerar filhos. O mais novo também deveria casar com a mesma mulher para cumprir com a lei de levirato (o irmão deveria casar com a viúva para fazer descendentes), mas sendo muito jovem, Judá não permitiu e orientou a viúva a voltar á casa de seus pais e aguardar que o rapaz se tornasse adulto. Passados muitos dias, Judá não deu seu filho para o casamento com Tamar e numa saída pelo campo, ele veio a encontrar-se com Tamar, que estava disfarçada de prostituta na beira do caminho e com ela, mediante promessa de pagamento, Judá teve relações sexuais. Dessa relação Tamar engravidou-se e sabendo Judá sobre a gravidez, foi taxativo no veredicto: Vamos queimá-la por infidelidade! (Gn 38.24).

Num mundo com tantas pessoas, é natural que apareçam homens e mulheres inteligentes, que dominam diversas áreas do conhecimento e que usam seus cérebros em prol da humanidade, melhorando a qualidade de vida de todos. Todavia, existem também homens e mulheres altamente críticos que se acham moralmente superiores ao restante e assim, entendem ter o direito de julgar a postura e o comportamento alheio. É neste terreno que Jesus confrontava os religiosos de sua época, uma vez que estes eram rápidos em julgar as atitudes alheias, todavia, eles mesmos não se comportavam como deveriam. Para Cristo, eles eram semelhantes a túmulos bem pintados por fora, mas por dentro estavam podres e exalavam mau cheiro (Mt 23.27). Pense!

Assim que soube da gravidez de Tamar, Judá não pensou duas vezes antes de dar a sentença de morte tão comum naquela época. Isso reflete bem o mesmo pensamento que ainda domina a mente de muita gente nos dias atuais, pensamento de julgar e condenar o outro. Naquela ocasião Judá se tornou o juiz para sentenciar Tamar e certamente este é o mesmo posicionamento de muitos em relação às atitudes de outras pessoas. Basta ouvir a noticia da transgressão que imediatamente sai a sentença, e com um detalhe: sem direito ao contraditório.

Depois de se relacionarem, Judá ficou de pagar pelo favor sexual a Tamar. Ele foi embora e deixou como penhor o selo, seu cajado e um cordão. Mais tarde ao tentar efetuar o pagamento e resgatar o penhor, Tamar não foi mais vista e somente encontrada quando a barriga cresceu e ela se viu grávida de gêmeos (Gn 38.27). Ao ser acusada de adultério, ela apresentou os objetos que estavam penhorados mostrando quem era o pai das crianças (Gn 38.25). Pode-se imaginar a cena, pois se Judá olhasse para dentro de si, se veria tão culpado quanto ela e certamente não a julgaria pelo ato que ambos cometeram. Guarde isso!

Transporte essa história para os dias atuais e veja que nada mudou em termos de moralidade, em termos de julgamento e acima de tudo em termos de acusações. O apóstolo Paulo disse que independente de quem seja, o homem é indesculpável quando profere julgamento em desfavor de seu semelhante, pois ele pratica exatamente as mesmas coisas e/ou tem o mesmo comportamento transgressor (Rm 2.1).

Veja que a lógica dominante de muita gente é julgar os outros e esquecer que quem acusa pode muito bem ter cometido ou estar cometendo o mesmo ato, em igual ou maior intensidade. Essa é uma realidade presente em todos os contextos sociais. Atente que praticamente em quase todos os ambientes, quer seja o político, o empresarial, o comercial, o familiar e até mesmo o eclesiástico, o que prevalece é a aplicação severa da norma contra os outros e jamais contra si mesmo. Reflita!

Entretanto, compreenda que todos os dias o homem tem a oportunidade de melhorar sua relação com o seu semelhante e principalmente sua relação com Deus. Basta tão somente se lembrar de que não há nenhum justo, nem um sequer (Rm 3.10). Amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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