Milton Marques de Oliveira
15/05/2022 - CULTO DE CELEBRAÇÃO A DEUS
11/05/2022 - MULHERES MOVIMENTANDO O REINO
10/05/2022 - CULTO "FÉ E VIDA"
INÚTIL
INÚTIL
“Vós tendes dito: lnútil é servir a Deus.”(Ml 3.14)
Para os teólogos, historiadores e estudiosos o livro de Malaquias faz parte do conjunto de livros chamados de ‘profetas menores’ e menores no sentido do pouco conteúdo escrito, quando comparados com as narrativas de Isaías, Jeremias e Ezequiel que escreveram bem mais. O livro é quase um diálogo do profeta com Deus em relação ao povo de Israel, que vivia um período conturbado de sua história. O Antigo Testamento termina com o livro de Malaquias e depois disso se passaram mais de quatrocentos anos sem registro algum de Deus ao seu povo.
Se tem algo comum a todo homem, independente de sua idade, local de moradia, capacidade intelectual e status, é a sensação de que ele não pode perder seus direitos pessoais. Desde os primórdios ter direito pessoal faz parte da existência humana e questionamentos nesse sentido sempre estão na ordem do dia. Comparações e análises são muitas das vezes a base dos argumentos que o homem usa para possuir aquilo que julga como seu, por direito.
Considere que nas relações humanas, nem sempre as opiniões são concordantes e um termo bem atual que define essas relações é que a ‘corda está muito esticada’. E o equilíbrio e a harmonia nas relações acontece quando um lado afrouxa um pouco a corda e as partes entram em harmonia, ajustando a tensão. Nesse sentido perceba que desavenças familiares, problemas na empresa e confusões com os amigos tem sido muito comum. Todos cobram de todos que sua posição é a mais acertada e isso nem sempre é a verdade, pois há que se considerar o outro lado com seus argumentos. Pense sobre isso!
Trazendo essa situação para homens e mulheres que professam a fé em Cristo, atente que por vezes os crentes fazem cobranças e comparações e nessas análises, muitos acabam por responsabilizar Deus por eventos que na visão humana, aconteceu por Deus não se posicionar. Em inúmeras situações analisadas de forma rasa e superficial o silêncio de Deus fez aflorar crises na relação do homem com Deus.
E foi justamente por ver o ímpio prosperar que o povo de Israel sentiu que era inútil servir a Deus, pois na visão do povo Israelita Deus não os valorizava, então não valia a pena ser fiel e obediente. Na percepção do povo Israelita, o ímpio não acreditava em Deus, era errante em seus caminhos e seu comportamento social o afastava de Deus e mesmo diante de tudo isso que eles praticavam, seus negócios iam bem, sua saúde era boa e tudo dava certo em seus projetos. Essa prosperidade do ímpio era uma pedra no sapato do povo judeu e continua sendo pedra no sapato de muita gente nos dias atuais que vive fazendo comparações de sua vida com a vida alheia. Reflita e livre-se deste ciúme!
Homens do Antigo Testamento e considerados como personagens tementes a Deus, que tiveram suas vidas como referencial para aquela época e ainda hoje inspiram muita gente, também tiveram suas relações com Deus estremecidas. Jó, personagem central do livro que leva o seu nome, vivenciou grandes perdas familiares e materiais e que esteve a beira da morte, se manifestou a Deus dizendo que os perversos envelhecem e ainda se tornam mais poderosos (Jó 21.7-15). O profeta Jeremias era um que não entendia completamente a soberania de Deus e chegou a dizer que Deus era como um córrego de águas, ilusório e inconstante (Jr 15.17-18). Na iminência de um ataque dos caldeus contra Jerusalém, o profeta Habacuque questionou a Deus porque ele tolerava que o perverso (caldeu) devorasse o justo (judeu), quando na verdade o justo era justo e o perverso não valia nada (Hc 1.13). Atente que para Jó, Jeremias e Habacuque a ‘ausência’, a ‘indiferença’ ou o ‘silêncio’ de Deus era algo questionável, afinal que Deus era esse que deixava o ímpio prosperar e o justo era deixado de lado?
Perceba que hoje, de forma semelhante, muitos crentes ainda possuem a mesma percepção e gritam mundo afora que Deus não se importa com suas vidas, aliás, na visão dessas pessoas, suas vidas estão ao curso da própria sorte e pelo andar da carruagem, não existe nenhuma providência divina. Noutras palavras, para muito cristão que ainda teima em enxergar a vida sob essa ótica, há um Deus que não se revela em sua história de vida.
Compreenda bem que toda forma de comparação é perversa, sempre traz algum aborrecimento e acaba por gerar consequências futuras. Crente ou não, todas as pessoas passam por percalços na vida, desde uma decepção até mesmo uma oração que ainda não foi atendida. Todavia, esses percalços não podem servir de régua e/ou balizador na relação do crente com Deus. Ou seja, dentro do reino de Deus se for para comparar, compare você hoje com você ontem, compare o quanto houve de melhoria e transformação espiritual desde o dia em que conheceu Jesus.
Encerrando, considere que nada foge aos olhos de Deus. ELE continua tendo o mundo em suas mãos e quanto aos perversos, saiba que o mesmo profeta Malaquias deixou claro que Deus fará o julgamento e no dia certo, ELE mesmo cuidará de separar o joio do trigo, o bode das ovelhas e o que serve do que não serve (Ml 3.18). Portanto, servir ao Senhor nunca foi inutilidade. Deixe de fazer comparações rasas e superficiais, firme seus olhos no Criador, olhe pra frente e deixe que Deus se encarregue de julgar a história. Estamos combinados assim? Grande abraço.
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
08/05/2022 - CULTO DE ADORAÇÃO A DEUS
07/05/2022 - CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
03/05/2022 - CULTO "FÉ E VIDA"
29/04/2022 - "PAPO DE CASAIS"
PENEIRA
PENEIRA
“Então, o meu Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, os magistrados e o povo, para registrar as genealogias.” (Ne 7.5).
O livro de Neemias foi escrito pelo autor de mesmo nome e relata com riqueza de detalhes a reconstrução dos muros da cidade de Jerusalém, muros esses que destruídos por ocasião da invasão dos caldeus liderados pelo rei Nabucodonosor. A narrativa de Neemias está inserida no grupo de livros históricos do Antigo Testamento e apresenta a volta de uma parte dos judeus que estavam exilados na Babilônia.
Consta que Neemias trabalhava como copeiro no palácio dos caldeus e lá ele foi cientificado sobre a péssima vida que seus compatriotas estavam vivendo em Jerusalém (Ne 1.11). Após um período de oração, ele obteve a autorização do rei babilônico e adotou medidas para voltar e reconstruir as muralhas da cidade (Ne 2.1-9). Mais adiante, ele cuidou ainda de estruturar a vida do povo, ajustando a vida em sociedade e organizando uma grande assembleia para que o povo ouvisse a leitura da Lei de Deus e entendessem a importância da vida espiritual.
Compreenda bem que uma das soluções para resolver as crises que assolam as pessoas, passa necessariamente em conhecer a real dimensão do problema. Governos instituem as políticas públicas fundamentados nas informações numéricas tanto das pessoas atendidas como dos recursos que serão alocados. Famílias fazem compras de alimentos com base na quantidade de pessoas que serão alimentadas e assim vai uma infinidade de situações onde o conhecimento de quem é quem, se torna fundamental na decisão a ser tomada. Noutras palavras, informação é tudo!
Atente que depois de reconstruir os muros que protegeriam a cidade, Neemias foi inspirado por Deus a registrar as genealogias. Muitas pessoas que moravam em Jerusalém e que estava ali no meio dos judeus não eram identificadas como naturais da terra e essas pessoas poderiam trazer problemas no futuro. Era preciso conhecer a realidade familiar de quem estava na cidade ou no campo, pois esse conhecimento era primordial para adotar medidas gerenciais, evitando que pessoas de outras nacionalidades fossem contados como judeus e obtivessem algum ganho.
De posse de um livro com as genealogias, Neemias fez um pente fino e filtrou as pessoas com suas respectivas famílias que foram levadas como escravos para a babilônia e de diante dessas informações, ele identificou, mapeou as famílias e configurou suas ações para contemplar quem teria direito e quem não teria direitos sobre as terras e casas. Essa identificação propiciou também conhecer os sacerdotes, porteiros e levitas que iriam oficiar no templo.
Considere que um detalhe importante na aplicação de recursos, quer seja governamental ou empresarial é proporcionar a destinação correta e honesta, atendendo a quem necessita, evitando que alguns sejam beneficiados em detrimento de quem realmente precisa. Programas de governo com frequência são denunciados por atenderem pessoas que não estavam dentro dos critérios e/ou padrões e que usaram de alguma estratégia para burlar os filtros. Enfim, gente esperta com intenções de enganar e defraudar existe em todos os ambientes e nem sempre são identificadas com facilidade. Fazer a filtragem, passar uma peneira é o caminho para a separação. Guarde isso!
Inteligente, Neemias atacou o problema consultando os nomes das famílias e isso trouxe a certeza que somente judeus com nome e sobrenome seriam contemplados com as ações de distribuições de casas, lotes de terra e ofícios no templo e essa peneira cortou pela raiz o grande problema que Deus já havia orientado por meio de Moisés: “não se misturem com os nativos da terra de Canaã” (Dt 7.2-4). Atente que junto ao povo israelita, havia muita gente que mesmo não sendo judeu de nascimento, tinha adquirido os mesmos hábitos e costumes, apreciavam a cultura, mas não eram judeus. Somente uma filtragem de nomes e sobrenomes poderia identificar com precisão quem era quem.
Esse episódio de fazer uma filtragem é algo muito atual. Sem saber precisamente quem é e quem não é, com quem contar e com quem não se pode contar, os problemas se acumulam em todos os ambientes, quer seja na empresa, no comércio, nas indústrias, nas família e logicamente, nas igrejas. Lembre-se que Moisés, quando saiu com o povo hebreu do Egito, acabou trazendo junto um grupo de estrangeiros que mais tarde lhe trouxe problemas no deserto, murmurando e contaminando os Hebreus (Ex 12.38). Ou seja, muitos problemas nas igrejas, nas empresas e nas famílias são gerados quando influências externas, de gente sem compromisso com a unidade, se infiltra e promove as más conversações, gerando as desavenças e os desencontros (1 Co 15.33).
Manter-se longe de problemas tem sido o desafio de muita gente e essa separação começa pela filtragem, cortando toda sorte de influência externa e/ou duvidosa. Para Neemias era importante que os judeus recomeçassem sua vida longe dos hábitos e da cultura dos moradores estrangeiros e para isso o censo familiar foi o critério que padronizou os judeus. Hoje, com tanta decadência em uma sociedade perdida moralmente, o desafio é se afastar de quem não comunga o mesmo padrão moral, os mesmos princípios e os mesmos valores. Num termo bem popular: para evitar as misturas e influências malignas, use uma peneira e faça as separações. Saiba quem é quem na sua vida, nas suas relações e não caminhe com quem não comunga os mesmos objetivos que você. Estamos combinados? Grande abraço.
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr