Milton Marques de Oliveira
18/02/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"
REFLEXO
REFLEXO
“Olha para nós...” ( At 3.4)
Lucas embora não tenha estado entre os doze discípulos de Jesus, foi o autor do livro de Atos dos Apóstolos e do evangelho de mesmo nome. Há consenso entre os teólogos e historiadores que Lucas recebeu muitas informações dos demais discípulos de Jesus para escrever seu evangelho e esteve participando in loco em muitos eventos com Paulo, nas viagens missionárias (Lc 1.3-4).
Logo após a manifestação do Espírito Santo no dia do Pentecostes, os discípulos tomaram seus destinos com a finalidade de cumprir a ordem de Jesus, no sentido de anunciarem a salvação a todos àqueles que cressem em seu nome. Pedro e João saíram daquele evento e foram para o templo e já na entrada depararam com um homem aleijado que pedia umas moedas. Naquela ocasião o aleijado foi imediatamente curado. Atente que foi justamente Lucas quem fez o registro do primeiro milagre realizado pelos apóstolos depois da morte e ressurreição de Jesus. Era o poder de Cristo refletido nos discípulos transformando a vida daquele homem.
Veja que muitas crianças são bastante parecidas com os pais. Ora tem as feições predominantes do pai e ora as feições que prevalecem são as da mãe. Essas feições físicas e até mesmo morais, são motivo de orgulho para os pais que não se cansam de olhar para os filhos e se derramarem em agradecimentos a Deus. Se para os pais biológicos que olham para seus filhos e enxergam a si mesmo é um grande privilégio, imagine a satisfação de Deus quando olha para seus filhos aqui na terra. Pense!
Perceba que terminado o evento onde a presença do Espírito Santo foi sobrenatural, Pedro e João poderiam se sentir cansados e irem para suas casas repousar (At 2.1-8). Mas de forma contrária, eles foram para templo e com um detalhe marcante: foram á hora da oração. Ainda estavam transbordando do poder de Deus e pode-se afirmar que eles estavam sedentos e queriam experimentar mais da presença do Espírito Santo. Pode-se imaginar que aqueles corpos físicos não estavam saciados, havia sede de Deus. Reflita!
Ao encontrar com o homem aleijado, por alguns segundos, por um determinado espaço de tempo, os olhares dos abençoadores e do futuro abençoado se fixaram simultaneamente (At 3.4). Paulo explica essa interação na troca de olhares dizendo que Pedro e João refletiam a glória que vinha do Senhor. Por frações de segundos, pode-se acreditar que aquela glória se tornou brilhante de forma que o aleijado os via parecido com o Senhor (2 Co 3.18). Ou seja, foi justamente pelo poder e glória de Cristo refletidos nos olhos dos discípulos que os músculos, os tendões e os ossos do paralítico se destravaram, operando o milagre, fazendo com que ele se movimentasse e fosse dado por curado de sua doença.
Naquele milagre os dois discípulos foram espelhos (refletiram a luz de Cristo), foram instrumentos nas mãos de Deus, todavia, se percebe nos dias atuais que muita gente tem sido levada erroneamente a crer que possui luz própria. E com este pensamento elas vão frustrando a si mesmas e conduzindo outras tantas para o mesmo caminho. Lembre-se que o homem não tem nenhuma luz, mas pode brilhar como “reflexo” daquele que é verdadeiramente a luz do mundo: Jesus Cristo. Guarde isso!
Assim como a criança que ao nascer tem as feições do pai ou da mãe, à medida que ela vai crescendo, as semelhanças vão se tornando cada vez mais fortes. De maneira similar, o cristão vai aumentando a intensidade do reflexo de Cristo à medida que cresce no conhecimento e na intimidade com ELE. Lembre-se que até a manifestação do Espírito Santo, Pedro e João eram mais conhecidos pelo que fizeram no passado. Pedro por ter negado a Jesus e João pelo egoísmo (Lc 9.49; Lc 22.54-71). Todavia, cheios do Espírito Santo, ambos cresceram espiritualmente, o caráter deles mudou para melhor, as atitudes, as virtudes e o comportamento se transformaram e eles passaram a refletir o poder de Jesus Cristo. Pedro se tornou eloquente anunciador da salvação e João o símbolo maior do amor de Deus. Noutras palavras o reflexo de Jesus na vida de ambos foi se tornando cada vez intenso e isso potencializou noutras pessoas. Reflita!
Compreenda que o cristão reflete Cristo por sua postura, suas atitudes, seu comportamento e logicamente pelo amor ao próximo. Guarde isso: João e Pedro foram discípulos e não possuíam luz própria, mas como espelho, eles refletiam a luz de Cristo. De forma igual, hoje quando as pessoas olharem para você, que elas também possam ver Cristo refletido em sua vida. Amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
16/02/2020 - CULTO DE CELEBRAÇÃO A DEUS
15/02/2020 - BATISMO NAS ÁGUAS
11/02/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"
RECONSTRUÇÃO
RECONSTRUÇÃO
“Acabou-se, pois o muro aos vinte e cinco de elul, em cinqüenta e dois dias”. (Ne 6.15)
O livro de Neemias, escrito pelo autor de mesmo nome, faz parte dos livros históricos, narrando trechos da história do povo judeu. No livro não há nenhuma menção aos seus familiares, como esposa e filhos e isso tem suscitado que Neemias não tivesse mesmo casado, daí, a sugestão mais difundida dos estudiosos seja que Neemias tenha sido copeiro e eunuco no reinado do rei persa de nome Artaxerxes (Ne 1.11).
Após rebeldia contra Deus e seguir outros caminhos o povo judeu foi dominado e levado como escravo para a Babilônia. Naquela nação ele ficou por um período de setenta anos, tempo este que foi previamente vaticinado pelo profeta Jeremias. Muitos morreram e nasceram longe de sua terra, da mesma maneira que outros nasceram e morreram sem ao menos conhecer a terra da promessa de seus pais (Jr 25). Jerusalém foi praticamente destruída pelos babilônicos e logicamente que o templo e os muros foram jogados ao chão. O contexto da passagem acima se refere à reconstrução dos muros da cidade, narrativa essa contada com muitos detalhes por Neemias.
Veja que os jornais noticiam diariamente projetos de construção de rodovias, túneis, pontes e edifícios. São projetos grandiosos, com arquitetura arrojada, maquinário moderno, materiais de última geração e mão-de-obra especializada. Por vezes a mídia acompanha as etapas da construção e as pessoas ficam curiosas pela evolução e muitos aguardam ansiosamente a conclusão da obra, marcando os dias para que ela seja entregue para o fim a que se destina.
Neemias estava no palácio e recebeu a noticia sobre a miséria dos seus compatriotas que ficaram em Jerusalém e após apresentar a Deus sua vontade e desejo, ele teve autorização do rei Artaxerxes para a reconstrução dos muros de Jerusalém e assim ele viajou para tocar a obra. Houve contratempos, houve luta e desafios para levar adiante o seu projeto. Houve quem aprovava a reconstrução dos muros e houve também quem não queria os muros reconstruídos. Foi neste cenário que Neemias viveu o desafio de executar o projeto que Deus colocara em seu coração.
“Acabou-se, pois o muro aos vinte e cinco de elul, em cinqüenta e dois dias”. (Ne 6.15). Segundo teoria dos arqueólogos, naquela época a extensão das muralhas da cidade tinha 1600 metros de cumprimento, 12 metros de altura média e largura média de 8 metros. Para os padrões da época era uma obra grandiosa e incrível. Dentre outros motivos, a importância de refazer os muros era para evitar o trânsito dos inimigos, que entravam e saiam a hora que bem entendiam, trazendo constrangimento e vergonha ao povo (Ne 2.17).Com os muros erguidos o povo estaria protegido e a cidade fortalecida, e os inimigos do lado de fora.
De maneira comparativa, entenda que o homem pode ser visto sob o ângulo de uma cidade. Com muros que o cercam, com portas de entrada e com um interior que precisa ser protegido. Assim como a cidade de Jerusalém foi saqueada e destruída, entenda que ao homem pode acontecer a mesma coisa. Jerusalém, outrora era uma cidade reluzente, bonita, centro de toda peregrinação que recebia muita gente de todos os lugares do mundo, mas naquele momento, estava arruinada e sem vida. Pense!
Assim muitos homens que no passado foram íntegros, corretos diante de Deus, hoje podem estar distante daquilo que eram e neste contexto, existe a necessidade de reconstruir os muros, fechar as brechas, para num primeiro momento, se protegerem dos adversários que entram sem nenhum obstáculo. Atente que a reconstrução dos muros foi executada, todavia, Neemias esteve diante de muita luta e se esforçou para isso. Lembre-se que para fazer a separação do mal que teima em entrar e fazer morada no coração do homem, não basta apenas boas intenções, é necessário renúncia, sair da zona de conforto, ter muita determinação para enfrentar os inimigos, e nisso Neemias foi exemplo de luta e persistência. Reflita!
Veja que Neemias lutou e se manteve firme no seu projeto e nada o tirou do foco até que a obra fosse concluída (Ne 6.15). Ele venceu as tentações que não foram poucas e alcançou o resultado que havia proposto executar. Traga isso para os dias atuais e perceba que ao homem, diariamente é concedido a oportunidade de também reconstruir sua vida, fechar as entradas e cercar o muro do seu coração, vedar as trincas e aberturas por onde entram os maus pensamentos e somente depois destas medidas, consolidar uma vida plena em Cristo. Resumindo: ainda não é fim, o homem pode estar destruído, jogado ao chão, mas tem jeito, basta aceitar o desafio, ter persistência e vontade de reconstruir! Creia nisso!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
09/02/2020 - CULTO DE LOUVOR E ADORAÇÃO A DEUS
04/02/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"
PERDÃO
PERDÃO
“Não nos trata segundo os nossos pecados nem nos retribui de acordo com as nossas culpas.” (Sl 103.10)
Dos cento e cinquenta poemas registrados no livro de Salmos, pouco mais de setenta deles são atribuídos ao rei Davi. Os historiadores afirmam que diversas pessoas contribuíram na formação dos Salmos e muito embora estes poemas tenham sido escritos entre 400 e 1.400 antes do nascimento de Cristo, é certo que diversos salmos falam nitidamente da vinda de Jesus, são os chamados salmos messiânicos.
Salmo 103 aborda o perdão e a restauração do homem perante seu Criador, e sua ênfase está justamente na compaixão e misericórdia de Deus em perdoar as transgressões do homem. Segundo os estudiosos, a narrativa do versículo acima sugere a probabilidade deste poema ter sido escrito logo após o pecado de adultério do rei Davi com Bate-Seba (assim como o salmo de número 51), principalmente quando se observa a profundidade e o contexto do versículo acima.
Uma particularidade muito comum para muita gente é o sentimento de vingança. Aliás, um ditado muito conhecido compara a vingança a um prato de comida, que deve ser degustado frio e vagarosamente. Ou seja, num ambiente social onde ainda predominam as práticas da retaliação do mal pelo mal e a ausência do perdão, a visão humana predominante é que a vingança deve ser concretizada devagarinho, de forma que o vingador deguste cada detalhe da retaliação.
Compreenda que muito se fala sobre as práticas do perdão e muito se discorre sobre seus benefícios para o coração, principalmente para quem o concede e esquece as ofensas, todavia, veja que muitas pessoas estão distantes desta realidade quando jamais esquecem as ofensas recebidas. É como as pessoas tivessem caixas e as guardassem. É neste sentido que se torna muito comum que fatos passados, muitas das vezes esquecido pelo tempo, surgem num repente, causando aborrecimentos, trazendo amargura, rancores e, pior, destruindo relacionamentos. Basta abrir as caixas. Pense!
Veja que o rei Davi evidencia a grandeza de Deus quando diz que o próprio Deus não trata o homem segundo os suas transgressões. De maneira muito diferente do homem que gosta da vingança, Davi deixa claro que quando Deus perdoa o pecador e permite o retorno do culpado à sua presença (lembre-se que Deus é santo), o próprio Deus cancela a acusação. Noutras palavras, Deus não só perdoa o homem, como do erro cometido pelo mesmo homem, Deus faz questão de não mais se lembrar. Guarde isso!
No mundo secular, quando o assunto é ofensa, o que mais se fala é a vontade das pessoas em igualar o tratamento recebido. É o pagamento do mal pelo mal, da maldade pela maldade, da força pela força. Assim, do ponto de vista do ofendido, este carrega o firme desejo de fazer o mal a quem o feriu, concretizando a vingança. Governado pela carne e regido pelas suas emoções, o homem é incapaz de esquecer as afrontas que sofreu e justamente aqui ele planeja e consolida o mal (Sl 36.3-4). Reflita!
Contrário a este posicionamento humano, perceba que o perdão ofertado por Deus ao homem é completo. Completo no sentido de não só perdoar, mas acima de tudo do próprio Deus não se lembrar das transgressões do passado. “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” (Is 43.25). Ou seja, ao dizer que os pecados do homem não serão lembrados contra ele, Deus está deixando claro que não agirá contra a pessoa. Isso atende pelo nome de misericórdia!
Nesta mesma visão, saiba que foi por misericórdia que Jesus não tratou o ladrão na cruz conforme os crimes cometidos por ele, aliás, pode-se imaginar quantos crimes ele tenha praticado para receber o tratamento de ser crucificado, mas apesar do passado criminoso, ele foi tratado com misericórdia (Mt 27.38; Mc 15.27; Jo 19.18).
Num contexto mais amplo, o mais incrível é que Deus, por sua infinita misericórdia, mesmo conhecendo o homem e suas mazelas, mesmo conhecendo os péssimos caminhos trilhados, em nenhum momento o constrange! Veja bem que basta ao homem ter uma mudança de mentalidade e exteriorizar um arrependimento genuíno. Saiba que Deus é aquele que poupa o homem, não o tratando conforme ele merece, até porque, pela trajetória humana, pelos pensamentos maldosos e pelas constantes ofensas contra o Criador, ele bem que merecia umas reprimendas, da mesma forma que ele faz ao vingar o seu semelhante. Perfeito?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr