Milton Marques de Oliveira
16/06/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"
DESCONFIANÇA
DESCONFIANÇA
“Esqueceu-se Deus de ser compassivo?” (Sl 77.9).
Dos 150 poemas que compõem o livro dos Salmos, mais de 70 deles são atribuídos ao rei Davi. Pode-se afirmar com absoluta certeza que o livro dos Salmos é o livro mais lido da Bíblia. Seus poemas retratam sentimentos diversos como vingança, alegria, angústia, tristeza, desespero, humildade e amor dentre outros, são algumas dentre as inúmeras abordagens que estão contidas no Livro. Segundo os estudiosos estes poemas eram cantados durante os cultos no templo em Jerusalém e nas grandes festas do povo de Israel.
O poema identificado pelo número 77 é dado como de autoria de Asafe, levita na época do rei Davi. Perceba que na primeira parte deste salmo ele faz um desabafo, demonstra tristeza e angústia, como se não entendesse suas aflições e na segunda parte, ele muda o foco e passa considerar Deus como seu salvador.
Entenda que a desconfiança está entranhada na vida do homem. Desde sempre as pessoas desconfiam de tudo e de todos. Desconfia-se da procedência dos produtos da loja, da marca das mercadorias e da qualidade do que foi produzido. Nos supermercados a desconfiança está no prazo de validade das mercadorias, no comércio desconfia-se das marcas e quando se trata de relacionamentos pessoais este sentimento parece potencializar sua amplitude. Pense!
Saiba que ninguém está isento de enfrentar alguma turbulência na vida. Uns mais cedo e outros mais tarde, a certeza é que uma aflição, uma tempestade ou uma luta virá mesmo e com grandes chances de repetir uma ou várias vezes. Provavelmente a pergunta que não sai da mente das pessoas é o porquê das lutas chegarem. Saber os porquês é a indagação de todos que passam por alguma adversidade e foi justamente isso que fez Asafe, autor deste poema, quando deixou registrada sua desconfiança, alegando que Deus havia deixado de ser bom (Sl 77.9).
Atente que grande parte das vezes, é justamente esse o pensamento de muita gente. Nas depressões, nas dores, nas enfermidades, nas separações, no abandono, no desemprego e nas muitas situações de perigos quando o mundo parece literalmente desabar, o pensamento dominante é a pessoa considerar que Deus sumiu, simplesmente desapareceu. Nos momentos de angústia e de dor, em meio ao caos, a pergunta que se descortina é muito semelhante a que o salmista disse: Deus deixou de ser bom?
Não se sabe qual foi a situação ou qual o tipo de sofrimento que passou Asafe, mas fica nítido que ele, em sua dor, chegou mesmo a desconfiar que Deus havia deixado sua bondade de lado e simplesmente o esqueceu. Saiba que pior que as lutas que alguém possa enfrentar, é sua incapacidade de lembrar quem ela é em Deus. Veja que mais adiante Asafe mudou o seu discurso, ele passou rapidamente dos lamentos para confiança, transicionou do choro para a fé e em seguida, ele arrematou que iria sim, se lembrar das grandiosas obras do Senhor. Ou seja, Asafe compreendeu que nas lutas a melhor arma contra os ataques do diabo era ter uma ter boa memória, é lembrar-se do que Deus já fez (Sl 77.13). Reflita!
O que se precisa nos dias atuais, ante tantas situações aflitivas, é copiar o posicionamento do salmista, é ativar a mente para reconhecer as obras que Deus já realizou em prol de cada um, de forma que aflore um despertamento para reconhecer o poder transformador de Deus. Parar com os lamentos, erguer cabeça, caminhar para frente e firmar os olhos em Cristo faz toda a diferença em tempo de lutas. Guarde isso!
Compreenda que um dos atributos de Deus é a sua imutabilidade. Assim, Deus não muda sua essência, não muda seu caráter e não muda sua bondade. As pessoas sim, essas mudam, elas são levadas por toda sorte de más influências (1 Co 15.33). Portanto, creia que nada escapa do controle de Deus, mesmo quando as tempestades chegam, ELE está cuidando e zelando por cada um. Lembre-se das palavras do profeta Naum: “O Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó de seus pés” (Nm 1.3). Noutras palavras: Deus está no silêncio das flores, está na calma de uma brisa e também está na tormenta. Entenda: é possível alguém estar passando por uma tormenta, dando tudo errado e mesmo assim o Espírito Santo de Deus estar agindo em seu favor. Compreendes isto?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.
Milton Marques de Oliveira - Pr
14/06/2020 - CULTO DE CELEBRAÇÃO A DEUS
09/06/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"
07/06/2020 - CULTO DE LOUVOR E ADORAÇÃO A DEUS
CRÍTICOS
CRÍTICOS
“A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes?” (Lc 7.31)
Não existem dúvidas de que Lucas seja mesmo o autor do terceiro evangelho. Médico de formação, acredita-se que Lucas cuidou das feridas de Paulo, o acompanhou nas viagens, era mesmo um amigo de verdade, inclusive estiveram juntos na viagem de navio para Roma, quando enfrentaram uma forte tempestade.
Ao escrever, percebe-se que Lucas procura identificar Cristo com a espécie humana e dentre os quatro evangelhos, Lucas é o autor que coloca maior quantidade de informações sobre a vida de Jesus Cristo. Em sua narrativa, Lucas se mostra como o evangelho de esperança, de amor e da simpatia de Jesus por todos, principalmente quando realizava curas e promovia libertações, numa prova incontestável de sua bondade pelas pessoas.
O versículo acima está dentro do contexto da parábola dos meninos. Jesus fez este ensinamento abordando os príncipes judaicos e os religiosos daquela época. Era uma forma de adverti-los sobre a posição deles em relação a dois ministérios distintos entre si, João, o batista e Jesus Cristo. Ambos os ministérios estavam atuando ao mesmo tempo, simultâneos (Lc 7.29-35). Essa parábola também está registrada no evangelho de Mateus (11.16-19).
Compreenda que existe uma onda de insatisfação pessoal que reina em todo lugar. Insatisfação com os políticos em todos os níveis (municipal, estadual e federal). Insatisfação com o comércio, com a indústria, insatisfação no ambiente de trabalho, insatisfação com familiares e até mesmo com a igreja. Enfim, vive-se hoje uma onda de pessoas insatisfeitas e perceba que pessoas insatisfeitas não objetivam nada e infelizmente, também não produzem. Pense!
Após mais de quatrocentos anos de silêncio de Deus, surge João, filho do profeta Zacarias. Homem de hábitos estranhos, ele morava no deserto, se alimentava de insetos, não frequentava as festas e os jantares. Era o típico sujeito antissocial. Para os judeus que apregoavam o julgamento de Deus, João, ao anunciar a necessidade de arrependimento de seus compatriotas, se viu rejeitado e desqualificado para pregar essa mensagem (Lc 7.32).
Noutro lado, Jesus era o extremo de João. Tinha uma intensa vida social, participava de casamento, celebrações, jantares e ainda tinha tempo para conversar com publicanos, prostitutas e toda sorte de gente que se aproximasse. Entretanto, para os rabinos que tanto conheciam as escrituras e esperavam a vinda do Messias, quando Jesus chegou, eles não se alegraram, e assim como fizeram com João, se tornaram indiferentes e o criticaram (Lc 7.34).
Era nítido que aqueles nobres, aqueles rabinos e todos aqueles religiosos não estavam satisfeitos com nada. Nada supria as expectativas deles, eram muito orgulhosos. João era antissocial demais e Cristo, muito afeto ao povo. Resumindo, era impossível que eles se enchessem de Deus se antes, não se esvaziassem de si mesmos. Reflita sobre isso!
“A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes?” (Lc 7.31). Nos dias atuais, há grande semelhança com a indagação que Jesus fez aos homens daquela época. Também hoje existem centenas de pessoas orgulhosas ao extremo, insatisfeitas, altamente críticas e que nada as agrada. Dentro das igrejas são aqueles que se consideram mais capacitados, mais instruídos, que oram mais e que se sentem mais espirituais que os demais. Fora das igrejas são aqueles outros que veem as igrejas como locais inadequados, como ambientes onde se reúnem pessoas de todas as espécies e por aí vai um monte de críticas e comentários depreciativos. Noutras palavras, há uma geração de gente insatisfeita, que nada está bom, ninguém presta e que nada serve, gerando, tal como na época desta narrativa, uma multidão de críticos, de indiferentes e logicamente, uma multidão de incrédulos. Reflita isso!
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça.” (Jo 15.16). Guarde isso. Muitos podem não gostar do ministério de louvor da igreja, podem não gostar da localização da igreja, mas não podem se esquivar do chamado, do propósito e da nomeação a que foram sujeitos por Cristo. Saiba que novos caminhos se fazem somente caminhando, ou seja, se fazem movimentando as pernas. Portanto, o momento não é de indiferença, não é de criticar A ou B, mas de se movimentar, de ser sensível à voz do Espírito Santo e gerar frutos, aliás, frutos que permaneçam.
Entenda ser hoje o momento de jogar fora o orgulho, as críticas e a eterna insatisfação por tudo e se desfazer da indiferença, assumir sua posição no reino e ser uma pessoa resolvida. Aprenda: Deus pode realizar grandes feitos na sua casa, na sua família, no seu trabalho, na faculdade e em tantos outros lugares por meio de sua disposição em servir no reino. Compreenda isso, mova-se, vença você mesmo! Estamos combinados?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
IMPACIÊNCIA
IMPACIÊNCIA
“Diante disso, Saul ordenou: “Trazei-me aqui os animais para o holocausto... E ele mesmo ofereceu o holocausto.” (1 Sm 13.9)
Quando os rabinos judeus se reuniram para fazer a tradução da Bíblia do hebraico para a língua grega, eles deliberaram em dividir o livro de Samuel em dois volumes. A separação teve por fim facilitar a compreensão e dar mais praticidade na leitura, facilitando os estudos.
Samuel era filho de Ana e pode-se dizer que seu nascimento foi resultado de oração e da misericórdia de Deus. Consta que Ana não engravidava, mas clamou a Deus, foi atendida e deu o seu filho para servir no templo. Samuel foi profeta, sacerdote e juiz em Israel. Os estudiosos afirmam que ele escreveu boa parte dos trechos do livro, e após sua morte, supõe-se que os profetas Natã e Gade terminaram de escrever o restante.
Saul reinava sobre Israel e numa batalha contra os filisteus, seu exército escondia pelas cavernas, enquanto os inimigos se mobilizavam para atacar. A narrativa de Samuel diz que Saul não queria sair para a guerra sem antes oferecer um sacrifício a Deus e precipitadamente ele ofertou o sacrifício, todavia, este ofício de sacrificar a Deus era exclusivo do sacerdote (1 Sm 13.9). Impaciente, o rei Saul não quis esperar pelo profeta Samuel e atravessou a situação, conduzindo ele mesmo o sacrifício. Entenda: era rei e não sacerdote, não tinha autoridade para executar tal função. Esse é o resumo do contexto (1 Sm 13.1-14).
“Quando a cabeça não pensa o corpo padece”, essa frase é um dito popular muito falada Brasil afora. Trata-se mesmo de uma grande verdade. Comum que pessoas que tomaram decisões no calor das emoções dizerem: “fiz sem pensar... não imaginei que isso tomasse essa proporção...” e depois não terem tempo e nem oportunidade para consertarem o erro. Noutras palavras, houve uma escolha que depois se viu materializada como uma escolha precipitada. Reflita!
Individualmente cada pessoa tem sua característica. Uns pacientes, outros não, uns agitados, outros mais sossegados. Uns otimistas e àqueles, nem tanto, uns dotados de muita coragem e outros dotados de boa dose de medo e cheios de cautela. Enfim, cada homem tem sua particularidade. Saiba que grande parte das pessoas tem algum histórico de atos gerados na impaciência. Crianças, jovens e adultos, todos já passaram por alguma situação onde a impaciência prevaleceu. Interessante que desde cedo, o homem é levado a conquistar o que deseja, no tempo que também desejar e justamente quando isso não acontece, surge a impaciência, o que acaba por gerar alguma situação de desconforto mais á frente. Compreenda que se a perseverança é uma virtude, as tentações de Satanás não podem ser uma surpresa, uma vez que ele faria todo esforço no sentido de tornar o homem um ser impaciente (2 Pe 1.6). Pense!
Veja na narrativa do próprio Samuel que o rei Saul se mostrou impaciente quando não quis aguardar a presença do profeta para fazer o sacrifício a Deus. Essa impaciência trouxe sérias consequências a Saul que acabou por perder o trono e seu reinado. Se tivesse um pouco mais de paciência, seu reinado teria sido confirmado por Deus. Veja que a pressa junto com a precipitação o levou a duas grandes perdas: perdeu o reinado e Deus o rejeitou (1 Sm 13.13).
"Não é bom proceder sem refletir e peca quem é precipitado" (Pv 19.2). Palavras de Salomão, homem que escreveu diversos ditados, abordando o tema de quem toma decisões na pressa, ou seja, quem faz suas escolhas de forma impensada pode alcançar resultados ruins. Perceba que em diversas situações rotineiras, as pessoas agem sem pensar, agem sem avaliar corretamente os impactos advindos de suas escolhas e ao final, colhem resultados não esperados. Reflita!
Entenda que o crescimento espiritual leva bastante tempo e esforço para se consolidar e não se adquire conhecimento do dia para a noite. Neste contexto, muitas decisões apressadas acabam por trazer mais aborrecimentos que soluções. Saul tinha todo o tempo para esperar pelo profeta, tanto que assim que ele acabou de fazer o sacrifício, o profeta Samuel chegou (1 Sm 13.10). Na vida diária das pessoas também acontece assim. No desejo de dar solução a tantas coisas, surge a necessidade de atropelar o processo e fazer algo que poderia esperar um pouco, tanto por alguém com mais capacidade para realizar quanto pelo tempo para amadurecer a decisão a ser tomada.
Portanto, compreenda que lutar contra a impulsividade além de não te causar embaraços, te dá a chance de alcançar melhores resultados, tanto físicos quantos espirituais. Guarde isso com você!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira – Pr
PERIGO
PERIGO
“Ajunta o povo, homens, e mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para que ouçam, e aprendam, e temam ao SENHOR, vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras desta Lei;”(Dt 31.12).
Escrito por Moisés, Deuteronômio é o quinto livro da Bíblia e faz parte do denominado Pentateuco, ou seja, grupo de cinco livros cuja autoria é creditada a Moisés (Gêneses, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Quando escravos no Egito os Hebreus apenas cumpriam ordens, fazer e não fazer, todavia, como estavam saindo da escravidão para liberdade, eles precisavam de normas, de leis que impusessem regras de forma clara para uma criarem a identidade do povo de Deus.
O contexto da passagem acima está nos últimos discursos de Moisés, ele praticamente estava se despedindo e mesmo já sabedor de que não entraria na terra de Canaã, atente bem que ele ainda tinha forças e ânimo para advertir o povo quanto aos seus comportamentos e atitudes para o futuro. Assim, nos últimos capítulos deste livro, Moisés os lembra das leis, do poder de Deus que os tirou da escravidão e faz um reforço pedagógico sobre a necessidade de eles serem um povo separado, de não se misturarem com as práticas e costumes de outras nações. Resumindo: cumpram a lei, reverenciam e tenham temor a Deus.
Muito se tem falado nas conversas em alta voz e bom tom que o mundo está perdido. Essa análise se sustenta com mais força quando se fazem comparações dos dias atuais com eventos semelhantes décadas atrás. Tem sido cada vez mais claro que o relativismo veio para ficar. A verdade absoluta está ficando mais distante, cada vez mais longe. Hoje as regras e normas que regem a vida em sociedade mudam ao sabor de uma simples brisa. Certo hoje, amanhã não é mais. Nas ruas, nas praças e avenidas perdeu-se o senso do que é certo e do que é errado. Não há regras, não há lei e impera o senso da impunidade. Pense!
O profeta Moisés já advertia o povo hebreu para se precaverem dessa perigosa situação que iria infelizmente ocorrer. Interessante que mesmo severamente advertidos quanto ao perigo e às penalidades caso deixassem de cumprir os mandamentos de Deus, saiba que o povo israelita pagou caro por cada desvio, aliás, por cada transgressão (Gl 6.7). É a justa retribuição pelas ações praticadas. Pense novamente!
Perceba que chega a ser assustador o ambiente nas ruas, nas praças e nas avenidas. Parece não haver regras e cada um faz o que considera em seu coração. Predomina o senso de impunidade tal o comportamento das pessoas em relação ao seu semelhante. Todavia, mais perverso que a situação reinante lá fora, tem sido a falta de temor a Deus dentro das casas, no ambiente doméstico. Veja que se o mundo lá fora vive sem regras e normas, acredite que no interior das casas é preciso ter limites, ter posturas e comportamentos cristãos. Noutras palavras, do lado de fora da sua casa, o homem não tem competência para impor regras, portanto, o que acontece lá não é problema seu, mas o que acontece das portas para dentro de sua casa, o responsável tem nome: pai, mãe e filhos. Reflita
Saiba que o grande problema que desafia o cristão nos dias atuais é justamente o enfrentamento de tudo aquilo que pode entrar em suas casas e causar a destruição de sua família. Diariamente o ambiente domiciliar é bombardeado com toda sorte de ataques que visam causar trincas, danos e destruição do maior fundamento cristão: o temor a Deus. Veja que literalmente o mundo e suas concupiscências entram facilmente nas casas por meio dos programas de TV, das séries, da internet e de tantas outras tecnologias. Lenda ou não, os livros de história dizem que a cidade de Tróia foi totalmente destruída quando deixou entrar em suas portas um presente dos gregos. Na verdade eram soldados inimigos que foram colocados dentro da cidade por meio de um grande cavalo de madeira. Famoso presente de grego!
Compreenda que nada pode destruir uma família, senão ela mesma. Hoje, devido as circunstâncias, as pessoas se preocupam e dedicam mais tempo com as coisas de fora e pouco ou quase nada com o que entra nos lares, este é o perigo. Lembre-se que o profeta Eli viu o que não existia em Ana (achou que ela estava bêbada), mas foi incompetente para enxergar o mal que já havia entrado em sua casa, deturpando a mente e destruindo seus dois filhos. Ou seja, o que acontecia fora de sua casa se tornou mais importante do que aquilo que estava entrando nela. Resultado: sua família foi destruída (1 Sm 1.17).
Lembre-se ainda que as cidades de Sodoma e Gomorra eram depravadas e Deus resolveu intervir, pode-se dizer que lá o ambiente era de caos. Mas o incrível foi que as filhas de Ló se mantiveram puras (Gn 19.8). Ló teve temor a Deus e não deixou que o mal entrasse em sua casa. Ló guardou sua casa, blindou e fechou as portas. Para encerrar, aprenda: O mal age por concessão, só pode entrar portas adentro aquilo que seus moradores consentem. Ló fechou a porta e o profeta Eli permitiu. Ações diferentes provocam resultados distintos. Estamos entendidos?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
FOFOCA
FOFOCA
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra que cause destruição, mas somente a que seja útil para a edificação, de acordo com a necessidade, a fim de que comunique graça aos que a ouvem.” (Ef 4.29)
Assim como essa carta aos integrantes da comunidade cristã que estava na cidade de Éfeso, Paulo escreveu outras doze com destinatários diversos. No total são treze cartas, chamadas cartas paulinas, em alusão ao nome do apóstolo. Não há dúvidas que foi mesmo Paulo que fundou a igreja de Éfeso, inclusive por lá ele permaneceu por um período de três anos (At 19.1; 20.31). Conforme informações dos estudiosos, a cidade de Éfeso ficava na Ásia, tinha ótima localização geográfica, era uma cidade pagã e se destacava pelo culto a deusa de nome Artêmis, também conhecida como a grande Diana dos efésios. Fácil dizer que a vida daquela sociedade era influenciada pela adoração dessa deusa, já que isso movimentava o comércio e a indústria naquela cidade.
O contexto da passagem acima está na narrativa do apóstolo Paulo que desenvolveu grandes blocos de ideias e um desses blocos está agrupado em treze versículos, tratando sobre a nova vida comportamental daqueles que receberam pela fé, as boas novas do evangelho (Ef 4.17-29).
Se existe algo que machuca e causa ferimentos graves, além de muitos aborrecimentos nas relações pessoais, são as temidas fofocas. Entenda que elas nascem de uma mente perturbada e podem causar muitos estragos. Dizem por aí que quem passa pela tempestade de uma fofoca ou quem enfrenta as turbulências de situações parecidas, sonha alto em morar numa ilha, longe de tudo e de todos e sem acesso a qualquer meio de comunicação. Imagine, portanto, como deve ser a vida de pessoas vítimas de tais atos.
Veja que Paulo aborda este assunto com aqueles irmãos no sentido de alertá-los sobre a inconveniência das conversas sem fundos de verdade ou aquelas que mesmo com alguma verdade, não deveriam ser ditas com base na ética. Aqui se pode imaginar que tais comportamentos fossem comuns naquela sociedade. Mas, compreenda que mesmo numa época tão distante dos dias atuais, é de supor que as conversas sem sentido e sem fundamentações trouxessem prejuízos não somente para as relações entre os integrantes da comunidade, mas para a vida da sociedade em geral.
Hoje em dia o derramamento de notícias falsas recebeu o nome de fake news, inclusive com emprego de tecnologias para dar mais alcance, todavia, o uso imoderado da língua ou dos dedos nas teclas, tem causado problemas em todos os ambientes da sociedade. “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.16).Não se sabe se o povo hebreu tinha este péssimo hábito enquanto escravo no Egito, todavia, Moisés, impôs uma regra e chamou de mexeriqueiros todos aqueles que tinham este perverso costume. Noutras palavras, o hábito de difundir informações mentirosas, inclusive no meio do povo de Deus é tão antigo quanto andar para frente. Reflita!
“Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7.24). Palavras do próprio Cristo orientando que as pessoas não sejam divulgadores de fatos que não trazem paz, ou seja, de fatos que não venham a edificar, mesmo que tenham algum lastro de verdade e aqui entra o sentido de guardar a ética. Entenda que ter zelo com o que se fala ou com que se digita é tão importante, que Tiago, então líder da primeira igreja em Jerusalém, já ensinava sobre a importância em ter a língua sob controle. Ele a comparava a língua como um mundo de iniquidade, com força bastante para contaminar todo o corpo, colocando em risco a própria existência da humanidade (Tg 3.8). E hoje, podem-se acrescentar as teclas. Pense!
Vive-se em um tempo com muitas pressões, numa sociedade caótica, uma sociedade decadente e enferma devido a tantos problemas e soma-se ainda essa pandemia sobre o Coronavírus, todavia, entenda que empregar palavras que não edificam e que ocasionam mais contrariedades e inquietações sociais, simplesmente não ajuda, mas piora a convivência. Saiba que depreciar o outro, fazer intrigas, gerar mentiras, espalhar fatos que não deveriam ser difundidos e destacar defeitos alheios dentre tantos outros, estão na ordem das estratégias que o diabo utiliza para criar confusão e desavenças em todos os ambientes, inclusive o familiar. Corra, fuja disso! Mostre o caminho da paz, tenha moderação, empregue o seu tempo para cuidar de pessoas, seja um facilitador e jamais um dificultador. Pratique isso, viva assim!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
IMPREVISTOS
IMPREVISTO
“E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!” (Lc 15.17)
Lucas é o autor deste evangelho e também do livro de Atos dos Apóstolos. Consta que ele tinha por formação a medicina, era amigo de Paulo e participou das viagens missionárias acompanhando e registrando muitas situações. Junto com Mateus e Marcos, o evangelho de Lucas faz parte dos evangelhos sinóticos, dada as narrativas terem muitas semelhanças entre si, com poucas variações de um para outro.
A parábola do filho pródigo é certamente a mais conhecida das parábolas pronunciadas por Cristo, todavia, ela foi registrada somente por Lucas. Neste ensinamento de Jesus consta que um rapaz, desejoso de receber sua herança, pediu ao pai que lhe antecipasse sua parte. De posse do que recebera, saiu para outra cidade onde lá permaneceu, arrumou novos amigos, viveu alegremente e gastou todo o seu dinheiro. Sem recursos, tentou trabalho numa fazenda de porcos, o que na cultura judaica era o fim do poço da depravação, tal o entendimento do porco como o mais imundo dos animais. Foi justamente ali, numa fazenda de porcos que ele tomou a decisão de voltar à casa de seu pai. De forma bem resumida, este é o contexto (Lc 15.11-32).
Segundo o Conselho Nacional de Diretores Lojistas (CNDL), o ano de 2020 começou com mais de 61 milhões de pessoas endividadas. As dívidas se resumem a compras de todos os tipos de mercadorias e produtos, desde aqueles essenciais como remédios e alimentos á aqueles supérfluos, como bugigangas e outras quinquilharias sem serventia. Pessoas endividadas estão praticamente em todas as cidades. É uma triste realidade.
Muito diferente de outras parábolas, a narrativa de Lucas deixa claro que o alvo dessa parábola de Jesus não é os fariseus, mas os publicanos e pecadores que se reuniram para ouvir algo do Mestre (Lc 15.1). É visível que o pai sabia da intenção de seu filho em sair de casa e não fez nada para impedir. Atendeu o filho sem questionar sua vontade, aliás, perceba que a herança somente deveria ser dada após a morte do pai. Ao fazer o pedido antecipado, o filho mais novo estava dizendo noutras palavras que desejava que o pai estivesse morto. Mas na narrativa de Lucas nem isso abalou o velho patriarca.
Compreenda bem que para fazer frente a tantas pessoas que estão longe de suas casas, o Estado criou diversas políticas públicas que procuram não só entender os motivos de quem sai de casa, como também dar alimentação, pernoite e até mesmo providências no sentido dessas pessoas voltarem para junto de seus familiares. Existem organizações privadas que atuam de forma voluntária em trabalhos semelhantes, enfim, o que não falta é socorro e atendimento a essas centenas de milhares de pessoas que vivem longe de suas famílias.
Atente que para aquele jovem, ao findar seu dinheiro, ele ainda teve a ajuda de terceiros que conseguiram lhe dar um emprego, e embora não fosse um trabalho digno para um judeu, era uma ajuda real e certa, todavia, enfrentando a fome que atingiu aquela região, ele resolveu de forma unilateral, sem nenhuma ajuda externa, voltar para a casa de seu pai e assim ele fez.
Veja que esta parábola é bastante utilizada para ilustrar duas grandes verdades: primeira o grande amor de Deus, representado pela figura do pai e a segunda verdade, os perigos de uma vida errante afastada dos caminhos de Deus. Muito embora essa parábola tenha sido escrita no século I, subjacente a essas duas verdades, ela apresenta uma realidade que hoje tem preenchido a vida de muita gente: a falta de conhecimento em lidar com o dinheiro. Reflita!
Saiba que a herança era certa e um direito do rapaz, todavia, este filho não suportou a espera. Se ele não aguentou esperar a partilha, hoje acontece a mesma coisa nas compras guiadas pela emoção. Muitos não suportam o tempo de espera ou de capitalização e entram de cara no mundo do imediatismo. Querem tudo para ontem e as compras parceladas de tudo o que não se precisa é a principal porta do endividamento para centenas de milhões de pessoas. Guarde isso: quem é capaz de fazer parcelamento, é capaz também de juntar dinheiro para compras à vista. Faça as contas!
“...e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente.” (Lc 15.13). Não se sabe o que ele comprou nem como gastou, mas a narrativa está clara: gastou seus recursos de forma irresponsável! Hoje se percebe muito desperdício de recursos financeiros por pessoas que não sabem como lidar com suas receitas. Evidente que existem ótimas dívidas como a aquisição da casa própria, os cuidados com a saúde e investimento em educação da família, mas existem também as péssimas dívidas, como aquela compra da TV do tamanho da parede da sala e que rapidamente fica obsoleta pelas novas tecnologias. Reflita novamente!
Finalmente o rapaz viu que tinha gastado tudo, não poupou nada e a fome se fez presente naquelas terras, ou seja: ele foi surpreendido! O que ele não previu aconteceu e ele não estava preparado (Ec 9.11). Voltar para casa e ser aceito pelo mesmo pai que outrora ele desejou que morresse era a única solução. Veja bem que existem outros, mas três ensinamentos são postos aqui: o amor de Deus como Pai pelas pessoas é incondicional e independe do seu passado, basta o arrependimento genuíno e a mudança de mentalidade. O segundo é aprender a ter paciência e esperar o tempo certo das coisas, terceiro e último, seja ótimo gestor de seus recursos, lembre-se que imprevistos não avisam quando chegam. Estamos combinados?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr