Quarta, 05 Outubro 2016 12:05

QUALIDADE

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QUALIDADE

“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, porém, avaliai com cuidado se os espíritos procedem de Deus...” (1 Jo 4.1)

 

Escrita pelo discípulo João, esta carta mostra de forma clara a abordagem de um pai aos seus filhos, ou seja, é a epístola que coloca o crente em Jesus na posição de filho, criando uma relação de maior proximidade com o Pai. Há na carta todo um contexto familiar de tratamento paterno, ora advertindo para não cometer transgressões contra Deus e ora ensinando as verdades cristãs, objetivando a comunhão divina (1 Jo 1.3).

Veja que os consumidores adotam alguns procedimentos que são comuns a todos no momento de efetuar qualquer compra. Fazem perguntas, apalpam, tocam e somente daí tiram suas conclusões sobre a mercadoria. Para compras de bens de maiores valores como carros, há inclusive o test drive, o seja, o comprador pode testar o produto antes de finalizar a compra. No mercado, as verduras e frutas não escapam dos olhos atentos dos consumidores e ao menor sinal de má qualidade, a compra não é finalizada.

O versículo acima aponta para as doutrinas erradas que eram amplamente difundidas no século primeiro, notadamente quando ainda não haviam os escritos do Novo Testamento que poderiam ser vistos como parâmetros para os ensinos da doutrina cristã. Desta forma, alguns homens com conhecimento sobre a lei, os salmos e os profetas, se intitulavam como líderes e passavam a ensinar nas casas e nas comunidades cristãs. E ensinavam doutrinas vazias, mesclando os ritos judaicos com a graça e salvação pela fé em Cristo, ou seja, era um outro evangelho (Gl 1.9).

 Entenda que vivemos numa época onde as pessoas nutrem uma preocupação muito grande com o alimento físico. O que comer, quando comer e quais as porções diárias devem ser consumidas. Há alimentos que os profissionais de saúde não recomendam e há outros tipos de alimentos que são amplamente indicados, sempre em razão de suas qualidades. Já para o alimento espiritual, são raras as preocupações das pessoas e sem tantas preocupações, se alimentam de qualquer coisa que lhe são ofertadas sem conferir a qualidade deste alimento.

Neste contexto, perceba que são comuns os doentes e enfermos espirituais que perambulam pelas igrejas, procurando quem os alimente com uma palavra que os cure, que os sare e acima de tudo, anseiam por um fortalecimento que traga ânimo, coragem e vigor. Dentre as causas dessa fraqueza, uma delas certamente é a ausência de uma alimentação espiritual de qualidade. Reflita isso!

Veja que o discípulo João tinha essa preocupação, recomendando aos irmãos e principalmente aos novos convertidos à fé cristã, que fizessem uma avaliação séria e cuidadosa sobre aquilo que ouviam, pois, as chances de receberem um alimento espiritual ruim e não condizente com as doutrinas cristãs eram grandes (1 Jo 4.1). Séculos antes desta advertência, o profeta Jeremias já anunciava ao povo de Judá que se cuidassem e não dessem ouvidos àqueles que anunciavam mentiras, pois o que eles falavam não provinha do Senhor (Jr.14.14). Creia nisso!

Veja que a preocupação com a qualidade das coisas é tema recente. No passado as indústrias fabricavam e os consumidores, sem dominarem o conceito de qualidade e sem opções, se viam praticamente obrigados a consumirem aqueles produtos. Com o advento da qualidade e sua propagação, a ordem de consumo se inverteu e produtos sem a qualidade ficaram encalhados. Perceba que o consumidor ficou exigente para as compras físicas, mas relapso com a comida espiritual.

Compreenda, portanto, o contraste existente em se dar grande importância ao alimento físico e pouco ou quase nada com o alimento espiritual, notadamente quando a qualidade daquilo que se ouve não harmoniza com os registros contidos nas sagradas escrituras (Fp 4.9).

O perigo de estar mal alimentado espiritualmente é trilhar por caminhos obscuros que não conduzem a Deus. De outra forma, bem alimentado espiritualmente, o cristão passa a enxergar Deus não só como o criador de todas as coisas (Jo.1.3), mas como um Deus que irradia o amor e a bondade, que ama e protege (Sl 33.20). E mais, ele passa a ter comunhão com Cristo, gerando intimidade e confiança. Trata-se da mesma confiança citada pelo discípulo, quando afirma que o cristão ao pedir alguma coisa a Deus e estando alinhado com sua vontade, ELE ouvirá (1 Jo 5.14). Creia nisso!

Compreenda, portanto, a necessidade de conhecer a qualidade daquilo que consome e mais ainda daquilo que diz respeito ao seu espírito. Alimente-se da genuína Palavra de Deus (1 Pe 2.1-2) e nela permaneça (Jo 8.31-32). Se a qualidade dos alimentos é primordial para o corpo, para o espírito ela é fundamental, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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