Quarta, 06 Setembro 2017 09:39

FÉ GENUÍNA

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FÉ GENUÍNA

“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43) 

Lucas era médico, não foi discípulo de Jesus, todavia foi colaborador próximo de Paulo, inclusive acompanhou o apóstolo em suas viagens missionárias, tendo permanecido com ele quando muitos o abandonaram (2 Tm 1.15; 4.11). Lucas deixou claro que seus registros foram presenciados por testemunhas oculares, dando desta forma mais veracidade ao seu escrito (Lc 1.1-4). Seu evangelho, juntamente com os evangelhos de Mateus e Marcos, faz parte dos evangelhos sinóticos pelo alto grau de semelhança nas histórias, possuindo em alguns momentos as mesmas palavras nas narrações.

Perceba que uma prática muito comum no meio evangélico é o cristão desejar receber as bênçãos por meio das trocas com Deus, ou seja, negociando “eu faço isso e o Senhor me abençoa com aquilo.” Pode até acontecer que Deus, operando pela sua infinita misericórdia, realmente conceda ao crente uma benção, mas essa dádiva está longe de ser atrelada ao mérito do homem. Atente que essas bênçãos mediante trocas têm sido amplamente difundidas e sem que se percebam, conduzem o crente a depositar sua fé no seu próprio mérito, naquilo que fez ou que tem feito, abandonando vagarosamente sua crença em Cristo. Reflita sobre isso!

Cumprindo as escrituras, Jesus Cristo foi crucificado entre dois criminosos cujos nomes não foram mencionados pelos evangelistas (Is 53.12). Saiba que a crucificação de pessoas era uma prática adotada pelo Império Romano, que desta maneira amedrontava a população que enxergava naquele procedimento, como seriam tratados os que atentassem contra Roma. Jesus foi crucificado e os dizeres sobre a cruz de “Rei dos judeus” foi uma maneira indireta de intimidar quem desejasse afrontar o imperador, afinal, naquela época a Judeia estava debaixo do domínio romano.

Eram três cruzes. A de Jesus estava no meio e tem-se a presença de dois homens, um à esquerda e outro à direita. Narra a história que um será salvo e o outro condenado. Atente que até o momento de encontrarem Cristo, ambos eram simplesmente pecadores e não tinham nenhuma perspectiva de salvação. Estavam condenados a passarem a eternidade no inferno.

Pode-se conjecturar que esses dois salteadores eram pessoas comuns naquela sociedade, sem nenhuma condição social que lhes proporcionassem algum privilégio ou algum benefício diante dos crimes que cometeram. Nasceram debaixo do pecado e estavam triplamente perdidos: primeiro foram pendurados na cruz, a morte era questão de tempo e a terceira, eles não tinham nenhuma expectativa de libertação (Rm 3.23).

“Senhor, Lembra-te de mim quando entrares no teu reino” (Lc 23.42). Essa foi a frase que salvou um deles. Atente que ambos estavam a mesma distância de Jesus e enquanto um blasfemava contra Cristo o outro clamou por salvação, teve fé e recebeu naquele momento a graça de Deus (Lc 23.39). Perceba que ele fez uma curta oração tirada do fundo de seu coração e Jesus lhe deu a garantia de naquele mesmo dia, morreria para o mundo e ganharia o paraíso (Lc 23.43).

Veja que foi uma oração simples, todavia, objetiva e direcionada a quem tinha pleno poder para não só escutar o seu clamor, mas salvá-lo da perdição eterna. Perceba que em nenhum momento o ladrão atravessou seu clamor a um intermediário e nem há registros de que tenha usado um talismã, uma moedinha da sorte ou um amuleto para ser atendido por Jesus (2 Tm 2.5). Nem há nenhum registro bíblico que este homem tenha participado de alguma “campanha” com a finalidade de receber a benção, como se fosse possível agendar Deus para vir e abençoar em determinada data e hora. Foi salvo pela fé, simplesmente pela fé (Jo 3.16). Atente para isso!

A Bíblia relata que Jesus morreu antes deles, portanto, pela proximidade ambos tiveram tempo de ouvir as últimas palavras de Jesus, pronunciadas nos momentos finais que antecederam sua morte (Jo 19.30). Antes de entregar o Espírito, Cristo demonstrou seu grande amor, não só perdoando seus inimigos e agressores, como ainda garantiu a salvação ao ladrão que se arrependeu (Lc 23.34).

Estar próximo de Jesus não foi suficiente para produzir arrependimento e fé naquele ladrão que não se salvou, de forma contrária, ele estava perto, não se arrependeu e pecava blasfemando. Este detalhe é um exemplo perfeito para os dias atuais quando muitos se dizem próximos de Cristo, mas distantes para arrependerem-se de seus pecados. Saiba que as bênçãos virão sim, mas por meio de uma fé pura, genuína e sincera. Creia nisso! 

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1465 vezes Última modificação em Quarta, 06 Setembro 2017 09:51
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