Milton Marques de Oliveira

Milton Marques de Oliveira

Segunda, 22 Junho 2020 22:37

TURBULÊNCIAS

TURBULÊNCIAS

“Davi construiu ali um altar ao Senhor e lhe ofertou holocaustos e sacrifícios de paz e comunhão.” (2 Sm 24.25)

 

Outrora havia um só volume do livro de Samuel, todavia, quando os setenta e dois rabinos judeus fizeram a tradução das Sagradas Escrituras do hebraico para o grego, eles dividiram a narrativa em duas partes.  Conforme os historiadores essa tradução da Bíblia, conhecida por Septuaginta, é a mais antiga tradução em grego do texto hebreu do Antigo Testamento.

O segundo volume de Samuel apresenta a história do governo de Israel depois da morte de Saul, desta forma o livro tem sua narrativa centralizada na pessoa de Davi e nas ações de seu governo. A autoria do livro é controversa, ora é dada como sendo parte de Samuel e ora é dada como sendo de autoria dos profetas Natã e Gade. Outros estudiosos chegam a afirmar que o livro não tem autoria conhecida.

Veja bem que em todos os momentos as pessoas estão realizando algum projeto. Desde os mais simples como ir ao supermercado fazer compras ou mais sofisticados como o de construir uma casa, ninguém está totalmente paralisado. Entretanto, veja que os impactos e/ou reflexos desses projetos podem ser semelhantes às pessoas, em menor ou maior grau. É desta forma, por exemplo, que um grande edifício pode impactar em diferentes níveis os moradores próximos.

Praticamente todo um capítulo foi dedicado a uma só ação do rei Davi. Consta que o rei sentiu em seu coração de fazer a contagem de seus homens de guerra e determinou que Joabe, seu capitão, se encarregasse disso. Interessante que Joabe até tentou demover o rei Davi desse projeto, mas não conseguiu (2 Sm 24.3). Feita a contagem, viu o rei Davi que não teria procedido corretamente perante Deus. Da execução deste seu plano ou desta sua ação, vieram os reflexos: uma peste que consumiu setenta mil homens de Israel. Essa mortandade impactou mulheres que perderam seus maridos, filhos que ficaram órfãos e provavelmente trouxe muito choro e lamentos para muitas famílias (2 Sm 24.17).

Veja que o efeito da ação que levou para a sepultura muitos homens do exército de Israel foi provocado por um ato unilateral do rei Davi, ato esse que refletiu e surpreendeu o povo. Ou seja, a causa primária de tantas mortes teve origem num ato impensado, cheio de orgulho e de soberba daquele que governava o povo. Entenda que Davi idealizou seu projeto de contar sua tropa e isso impactou vidas de quem não tinha nada a ver com o desejo dele. Noutras palavras, muitas das vezes existem situações que vem sobre as pessoas que podem ter causas em ações alheias, ou seja, a ação no palácio refletiu diretamente em toda nação!

Traga essa narrativa para os dias atuais e veja quantas situações ruins são vivenciadas por muita gente. São pessoas passando por percalços que não deram causa, são pessoas enfrentando diversas turbulências cujas origens eles sequer imaginam. Veja que daqueles homens que morreram em decorrência da peste que assolou Israel, havia ali homens que eram obedientes e tementes a Deus e de forma igual, pode-se dizer que havia também aqueles que nem eram tão compromissados assim. Mas os reflexos e os impactos da ação errada de Davi atingiram a todos, bons e maus, indistintamente. Atente nisso!

Lembre-se que Sara (mulher de Abraão), foi parar dentro do palácio de Faraó, em razão de uma desobediência e mentira do marido (Gn 12). Sem mulher, Ló se relacionou com suas filhas (incesto) em decorrência de uma desobediência de sua esposa que não acatou ao anjo que os livrara da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Diná, filha de Jacó foi violentada na cidade de Siquém em decorrência de um voto que seu pai Jacó não cumpriu (Gn 28.21; 33.18-19; 34). Entenda que Sara, Ló e suas filhas e a garota Diná sofreram turbulências em suas vidas em decorrência de ações anteriores, ações essas que eles não deram causa. Resumindo: erros pessoais podem abalar muitas outras vidas. Guarde isso!

Perceba que hoje muitas pessoas tomam atitudes insensatas, olhando mais para seus interesses e esquecem que seus atos podem afetar gente amiga e/ou desconhecida. Lideranças infiéis e corruptas impactam negativamente seus liderados, governos corruptos atormentam nações inteiras. Chefes de famílias quando praticam ações irresponsáveis contraindo dívidas impagáveis desesperam toda a família, até a criança que ainda está no ventre sentirá os abalos. É a causa de um lado e reflexo de outro!

Todavia, veja que naquela ocasião Davi foi alertado por um profeta sobre sua ação e os efeitos dela na vida do povo, ele entendeu o recado e tomou providências, levantando um altar e sacrificando a Deus. Desta forma ele viu cessar a peste e Deus curou o povo (2 Sm 24.17-25). Naquele momento Deus viu as intenções do coração de Davi e mais, viu que as motivações eram certas para um conserto e estendeu a mão, aceitando o sacrifício. Aprenda: o fim não é o fim em si mesmo, sempre existe a possibilidade do recomeço. Noutras palavras, para atitudes impensadas existe a correção quando se reconhece o erro e muda-se a mentalidade. Creia e pratique isso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Terça, 16 Junho 2020 22:52

16/06/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 15 Junho 2020 18:26

DESCONFIANÇA

 DESCONFIANÇA

“Esqueceu-se Deus de ser compassivo?”  (Sl 77.9).

Dos 150 poemas que compõem o livro dos Salmos, mais de 70 deles são atribuídos ao rei Davi. Pode-se afirmar com absoluta certeza que o livro dos Salmos é o livro mais lido da Bíblia. Seus poemas retratam sentimentos diversos como vingança, alegria, angústia, tristeza, desespero, humildade e amor dentre outros, são algumas dentre as inúmeras abordagens que estão contidas no Livro. Segundo os estudiosos estes  poemas eram cantados durante os cultos no templo em Jerusalém e nas grandes festas do povo de Israel.

O poema identificado pelo número 77 é dado como de autoria de Asafe, levita na época do rei Davi. Perceba que na primeira parte deste salmo ele faz um desabafo, demonstra tristeza e angústia, como se não entendesse suas aflições e na segunda parte, ele muda o foco e passa considerar Deus como seu salvador.

Entenda que a desconfiança está entranhada na vida do homem. Desde sempre as pessoas desconfiam de tudo e de todos. Desconfia-se da procedência dos produtos da loja, da marca das mercadorias e da qualidade do que foi produzido. Nos supermercados a desconfiança está no prazo de validade das mercadorias, no comércio desconfia-se das marcas e quando se trata de relacionamentos pessoais este sentimento parece potencializar sua amplitude. Pense!

Saiba que ninguém está isento de enfrentar alguma turbulência na vida. Uns mais cedo e outros mais tarde, a certeza é que uma aflição, uma tempestade ou uma luta virá mesmo e com grandes chances de repetir uma ou várias vezes. Provavelmente a pergunta que não sai da mente das pessoas é o porquê das lutas chegarem. Saber os porquês é a indagação de todos que passam por alguma adversidade e foi justamente isso que fez Asafe, autor deste poema, quando deixou registrada sua desconfiança, alegando que Deus havia deixado de ser bom (Sl 77.9).

Atente que grande parte das vezes, é justamente esse o pensamento de muita gente. Nas depressões, nas dores, nas enfermidades, nas separações, no abandono, no desemprego e nas muitas situações de perigos quando o mundo parece literalmente desabar, o pensamento dominante é a pessoa considerar que Deus sumiu, simplesmente desapareceu. Nos momentos de angústia e de dor, em meio ao caos, a pergunta que se descortina é muito semelhante a que o salmista disse: Deus deixou de ser bom?

Não se sabe qual foi a situação ou qual o tipo de sofrimento que passou Asafe, mas fica nítido que ele, em sua dor, chegou mesmo a desconfiar que Deus havia deixado sua bondade de lado e simplesmente o esqueceu. Saiba que pior que as lutas que alguém possa enfrentar, é sua incapacidade de lembrar quem ela é em Deus. Veja que mais adiante Asafe mudou o seu discurso, ele passou rapidamente dos lamentos para confiança, transicionou do choro para a fé e em seguida, ele arrematou que iria sim, se lembrar das grandiosas obras do Senhor. Ou seja, Asafe compreendeu que nas lutas a melhor arma contra os ataques do diabo era ter uma ter boa memória, é lembrar-se do que Deus já fez (Sl 77.13). Reflita!

O que se precisa nos dias atuais, ante tantas situações aflitivas, é copiar o posicionamento do salmista, é ativar a mente para reconhecer as obras que Deus já realizou em prol de cada um, de forma que aflore um despertamento para reconhecer o poder transformador de Deus. Parar com os lamentos, erguer cabeça, caminhar para frente e firmar os olhos em Cristo faz toda a diferença em tempo de lutas. Guarde isso!

Compreenda que um dos atributos de Deus é a sua imutabilidade. Assim, Deus não muda sua essência, não muda seu caráter e não muda sua bondade. As pessoas sim, essas mudam, elas são levadas por toda sorte de más influências (1 Co 15.33). Portanto, creia que nada escapa do controle de Deus, mesmo quando as tempestades chegam, ELE está cuidando e zelando por cada um. Lembre-se das palavras do profeta Naum: “O Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó de seus pés” (Nm 1.3). Noutras palavras: Deus está no silêncio das flores, está na calma de uma brisa e também está na tormenta. Entenda: é possível alguém estar passando por uma tormenta, dando tudo errado e mesmo assim o Espírito Santo de Deus estar agindo em seu favor. Compreendes isto?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Domingo, 14 Junho 2020 22:56

14/06/2020 - CULTO DE CELEBRAÇÃO A DEUS

Terça, 09 Junho 2020 22:33

09/06/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 08 Junho 2020 15:41

CRÍTICOS

CRÍTICOS

A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes?” (Lc 7.31)

Não existem dúvidas de que Lucas seja mesmo o autor do terceiro evangelho. Médico de formação, acredita-se que Lucas cuidou das feridas de Paulo, o acompanhou  nas viagens, era mesmo um amigo de verdade, inclusive estiveram juntos na viagem de navio para Roma, quando enfrentaram uma forte tempestade.

Ao escrever, percebe-se que Lucas procura identificar Cristo com a espécie humana e dentre os quatro evangelhos, Lucas é o autor que coloca maior quantidade de informações sobre a vida de Jesus Cristo. Em sua narrativa, Lucas se mostra como o evangelho de esperança, de amor e da simpatia de Jesus por todos, principalmente quando realizava curas e promovia libertações, numa prova incontestável de sua bondade pelas pessoas.

O versículo acima está dentro do contexto da parábola dos meninos. Jesus fez este ensinamento abordando os príncipes judaicos e os religiosos daquela época. Era uma forma de adverti-los sobre a posição deles em relação a dois ministérios distintos entre si, João, o batista e Jesus Cristo. Ambos os ministérios estavam atuando ao mesmo tempo, simultâneos (Lc 7.29-35). Essa parábola também está registrada no evangelho de Mateus (11.16-19).

Compreenda que existe uma onda de insatisfação pessoal que reina em todo lugar. Insatisfação com os políticos em todos os níveis (municipal, estadual e federal). Insatisfação com o comércio, com a indústria, insatisfação no ambiente de trabalho, insatisfação com familiares e até mesmo com a igreja. Enfim, vive-se hoje uma onda de pessoas insatisfeitas e perceba que pessoas insatisfeitas não objetivam nada e infelizmente, também não produzem. Pense!

Após mais de quatrocentos anos de silêncio de Deus, surge João, filho do profeta Zacarias. Homem de hábitos estranhos, ele morava no deserto, se alimentava de insetos, não frequentava as festas e os jantares. Era o típico sujeito antissocial. Para os judeus que apregoavam o julgamento de Deus, João, ao anunciar a necessidade de arrependimento de seus compatriotas, se viu rejeitado e desqualificado para pregar essa mensagem (Lc 7.32).

Noutro lado, Jesus era o extremo de João. Tinha uma intensa vida social, participava de casamento, celebrações, jantares e ainda tinha tempo para conversar com publicanos, prostitutas e toda sorte de gente que se aproximasse. Entretanto, para os rabinos que tanto conheciam as escrituras e esperavam a vinda do Messias, quando Jesus chegou, eles não se alegraram, e assim como fizeram com João, se tornaram indiferentes e o criticaram (Lc 7.34).

Era nítido que aqueles nobres, aqueles rabinos e todos aqueles religiosos não estavam satisfeitos com nada. Nada supria as expectativas deles, eram muito orgulhosos. João era antissocial demais e Cristo, muito afeto ao povo. Resumindo, era impossível que eles se enchessem de Deus se antes, não se esvaziassem de si mesmos. Reflita sobre isso!

“A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes?” (Lc 7.31). Nos dias atuais, há grande semelhança com a indagação que Jesus fez aos homens daquela época. Também hoje existem centenas de pessoas orgulhosas ao extremo, insatisfeitas, altamente críticas e que nada as agrada. Dentro das igrejas são aqueles que se consideram mais capacitados, mais instruídos, que oram mais e que se sentem mais espirituais que os demais. Fora das igrejas são aqueles outros que veem as igrejas como locais inadequados, como ambientes onde se reúnem pessoas de todas as espécies e por aí vai um monte de críticas e comentários depreciativos. Noutras palavras, há uma geração de gente insatisfeita, que nada está bom, ninguém presta e que nada serve, gerando, tal como na época desta narrativa, uma multidão de críticos, de indiferentes e logicamente, uma multidão de incrédulos. Reflita isso!

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça.” (Jo 15.16). Guarde isso. Muitos podem não gostar do ministério de louvor da igreja, podem não gostar da localização da igreja, mas não podem se esquivar do chamado, do propósito e da nomeação a que foram sujeitos por Cristo. Saiba que novos caminhos se fazem somente caminhando, ou seja, se fazem movimentando as pernas. Portanto, o momento não é de indiferença, não é de criticar A ou B, mas de se movimentar, de ser sensível à voz do Espírito Santo e gerar frutos, aliás, frutos que permaneçam.

Entenda ser hoje o momento de jogar fora o orgulho, as críticas e a eterna insatisfação por tudo e se desfazer da indiferença, assumir sua posição no reino e ser uma pessoa resolvida. Aprenda: Deus pode realizar grandes feitos na sua casa, na sua família, no seu trabalho, na faculdade e em tantos outros lugares por meio de sua disposição em servir no reino. Compreenda isso, mova-se, vença você mesmo! Estamos combinados?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Segunda, 01 Junho 2020 10:17

IMPACIÊNCIA

IMPACIÊNCIA

“Diante disso, Saul ordenou: “Trazei-me aqui os animais para o holocausto... E ele mesmo ofereceu o holocausto.” (1 Sm 13.9)

 

Quando os rabinos judeus se reuniram para fazer a tradução da Bíblia do hebraico para a língua grega, eles deliberaram em dividir o livro de Samuel em dois volumes. A separação teve por fim facilitar a compreensão e dar mais praticidade na leitura, facilitando os estudos.

Samuel era filho de Ana e pode-se dizer que seu nascimento foi resultado de oração e da misericórdia de Deus. Consta que Ana não engravidava, mas clamou a Deus, foi atendida e deu o seu filho para servir no templo. Samuel foi profeta, sacerdote e juiz em Israel. Os estudiosos afirmam que ele escreveu boa parte dos trechos do livro, e após sua morte, supõe-se que os profetas Natã e Gade terminaram de escrever o restante.

Saul reinava sobre Israel e numa batalha contra os filisteus, seu exército escondia pelas cavernas, enquanto os inimigos se mobilizavam para atacar. A narrativa de Samuel diz que Saul não queria sair para a guerra sem antes oferecer um sacrifício a Deus e precipitadamente ele ofertou o sacrifício, todavia, este ofício de sacrificar a Deus era exclusivo do sacerdote (1 Sm 13.9). Impaciente, o rei Saul não quis esperar pelo profeta Samuel e atravessou a situação, conduzindo ele mesmo o sacrifício. Entenda: era rei e não sacerdote, não tinha autoridade para executar tal função. Esse é o resumo do contexto (1 Sm 13.1-14).

“Quando a cabeça não pensa o corpo padece”, essa frase é um dito popular muito falada Brasil afora. Trata-se mesmo de uma grande verdade. Comum que pessoas que tomaram decisões no calor das emoções dizerem: “fiz sem pensar... não imaginei que isso tomasse essa proporção...” e depois não terem tempo e nem oportunidade para consertarem o erro. Noutras palavras, houve uma escolha que depois se viu materializada como uma escolha precipitada. Reflita!

Individualmente cada pessoa tem sua característica. Uns pacientes, outros não, uns agitados, outros mais sossegados. Uns otimistas e àqueles, nem tanto, uns dotados de muita coragem e outros dotados de boa dose de medo e cheios de cautela. Enfim, cada homem tem sua particularidade. Saiba que grande parte das pessoas tem algum histórico de atos gerados na impaciência. Crianças, jovens e adultos, todos já passaram por alguma situação onde a impaciência prevaleceu. Interessante que desde cedo, o homem é levado a conquistar o que deseja, no tempo que também desejar e justamente quando isso não acontece, surge a impaciência, o que acaba por gerar alguma situação de desconforto mais á frente. Compreenda que se a perseverança é uma virtude, as tentações de Satanás não podem ser uma surpresa, uma vez que ele faria todo esforço no sentido de tornar o homem um ser impaciente (2 Pe 1.6). Pense!

Veja na narrativa do próprio Samuel que o rei Saul se mostrou impaciente quando não quis aguardar a presença do profeta para fazer o sacrifício a Deus. Essa impaciência trouxe sérias consequências a Saul que acabou por perder o trono e seu reinado. Se tivesse um pouco mais de paciência, seu reinado teria sido confirmado por Deus. Veja que a pressa junto com a precipitação o levou a duas grandes perdas: perdeu o reinado e Deus o rejeitou (1 Sm 13.13).

"Não é bom proceder sem refletir e peca quem é precipitado" (Pv 19.2). Palavras de Salomão, homem que escreveu diversos ditados, abordando o tema de quem toma decisões na pressa, ou seja, quem faz suas escolhas de forma impensada pode alcançar resultados ruins. Perceba que em diversas situações rotineiras, as pessoas agem sem pensar, agem sem avaliar corretamente os impactos advindos de suas escolhas e ao final, colhem resultados não esperados. Reflita!

Entenda que o crescimento espiritual leva bastante tempo e esforço para se consolidar e não se adquire conhecimento do dia para a noite. Neste contexto, muitas decisões apressadas acabam por trazer mais aborrecimentos que soluções. Saul tinha todo o tempo para esperar pelo profeta, tanto que assim que ele acabou de fazer o sacrifício, o profeta Samuel chegou (1 Sm 13.10). Na vida diária das pessoas também acontece assim. No desejo de dar solução a tantas coisas, surge a necessidade de atropelar o processo e fazer algo que poderia esperar um pouco, tanto por alguém com mais capacidade para realizar quanto pelo tempo para amadurecer a decisão a ser tomada.

Portanto, compreenda que lutar contra a impulsividade além de não te causar embaraços, te dá a chance de alcançar melhores resultados, tanto físicos quantos espirituais. Guarde isso com você!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira – Pr

Segunda, 25 Maio 2020 18:42

PERIGO

PERIGO

“Ajunta o povo, homens, e mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para que ouçam, e aprendam, e temam ao SENHOR, vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras desta Lei;”(Dt 31.12).

 

Escrito por Moisés, Deuteronômio é o quinto livro da Bíblia e faz parte do denominado Pentateuco, ou seja, grupo de cinco livros cuja autoria é creditada a Moisés (Gêneses, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Quando escravos no Egito os Hebreus apenas cumpriam ordens, fazer e não fazer, todavia, como estavam saindo da escravidão para liberdade, eles precisavam de normas, de leis que impusessem regras de forma clara para uma criarem a identidade do povo de Deus.

O contexto da passagem acima está nos últimos discursos de Moisés, ele praticamente estava se despedindo e mesmo já sabedor de que não entraria na terra de Canaã, atente bem que ele ainda tinha forças e ânimo para advertir o povo quanto aos seus comportamentos e atitudes para o futuro. Assim, nos últimos capítulos deste livro, Moisés os lembra das leis, do poder de Deus que os tirou da escravidão e faz um reforço pedagógico sobre a necessidade de eles serem um povo separado, de não se misturarem com as práticas e costumes de outras nações. Resumindo: cumpram a lei, reverenciam e tenham temor a Deus.

Muito se tem falado nas conversas em alta voz e bom tom que o mundo está perdido. Essa análise se sustenta com mais força quando se fazem comparações dos dias atuais com eventos semelhantes décadas atrás. Tem sido cada vez mais claro que o relativismo veio para ficar. A verdade absoluta está ficando mais distante, cada vez mais longe. Hoje as regras e normas que regem a vida em sociedade mudam ao sabor de uma simples brisa. Certo hoje, amanhã não é mais. Nas ruas, nas praças e avenidas perdeu-se o senso do que é certo e do que é errado. Não há regras, não há lei e impera o senso da impunidade. Pense!

O profeta Moisés já advertia o povo hebreu para se precaverem dessa perigosa situação que iria infelizmente ocorrer. Interessante que mesmo severamente advertidos quanto ao perigo e às penalidades caso deixassem de cumprir os mandamentos de Deus, saiba que o povo israelita pagou caro por cada desvio, aliás, por cada transgressão (Gl 6.7). É a justa retribuição pelas ações praticadas. Pense novamente!

Perceba que chega a ser assustador o ambiente nas ruas, nas praças e nas avenidas. Parece não haver regras e cada um faz o que considera em seu coração. Predomina o senso de impunidade tal o comportamento das pessoas em relação ao seu semelhante. Todavia, mais perverso que a situação reinante lá fora, tem sido a falta de temor a Deus dentro das casas, no ambiente doméstico.  Veja que se o mundo lá fora vive sem regras e normas, acredite que no interior das casas é preciso ter limites, ter posturas e comportamentos cristãos. Noutras palavras, do lado de fora da sua casa, o homem não tem competência para impor regras, portanto, o que acontece lá não é problema seu, mas o que acontece das portas para dentro de sua casa, o responsável tem nome: pai, mãe e filhos. Reflita

Saiba que o grande problema que desafia o cristão nos dias atuais é justamente o enfrentamento de tudo aquilo que pode entrar em suas casas e causar a destruição de sua família. Diariamente o ambiente domiciliar é bombardeado com toda sorte de ataques que visam causar trincas, danos e destruição do maior fundamento cristão: o temor a Deus. Veja que literalmente o mundo e suas concupiscências entram facilmente nas casas por meio dos programas de TV, das séries, da internet e de tantas outras tecnologias. Lenda ou não, os livros de história dizem que a cidade de Tróia foi totalmente destruída quando deixou entrar em suas portas um presente dos gregos. Na verdade eram soldados inimigos que foram colocados dentro da cidade por meio de um grande cavalo de madeira. Famoso presente de grego!

Compreenda que nada pode destruir uma família, senão ela mesma. Hoje, devido as circunstâncias, as pessoas se preocupam e dedicam mais tempo com as coisas de fora e pouco ou quase nada com o que entra nos lares, este é o perigo. Lembre-se que o profeta Eli viu o que não existia em Ana (achou que ela estava bêbada), mas foi incompetente para enxergar o mal que já havia entrado em sua casa, deturpando a mente e destruindo seus dois filhos. Ou seja, o que acontecia fora de sua casa se tornou mais importante do que aquilo que estava entrando nela. Resultado: sua família foi destruída (1 Sm 1.17).

Lembre-se ainda que as cidades de Sodoma e Gomorra eram depravadas e Deus resolveu intervir, pode-se dizer que lá o ambiente era de caos. Mas o incrível foi que as filhas de Ló se mantiveram puras (Gn 19.8). Ló teve temor a Deus e não deixou que o mal entrasse em sua casa. Ló guardou sua casa, blindou e fechou as portas. Para encerrar, aprenda: O mal age por concessão, só pode entrar portas adentro aquilo que seus moradores consentem. Ló fechou a porta e o profeta Eli permitiu. Ações diferentes provocam resultados distintos. Estamos entendidos?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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