Milton Marques de Oliveira

Milton Marques de Oliveira

Segunda, 03 Fevereiro 2020 20:06

PERDÃO

PERDÃO

“Não nos trata segundo os nossos pecados nem nos retribui de acordo com as nossas culpas.” (Sl 103.10)

 

Dos cento e cinquenta poemas registrados no livro de Salmos, pouco mais de setenta deles são atribuídos ao rei Davi. Os historiadores afirmam que diversas pessoas contribuíram na formação dos Salmos e muito embora estes poemas tenham sido escritos entre 400 e 1.400 antes do nascimento de Cristo, é certo que diversos salmos falam nitidamente da vinda de Jesus, são os chamados salmos messiânicos.

Salmo 103 aborda o perdão e a restauração do homem perante seu Criador, e sua ênfase está justamente na compaixão e misericórdia de Deus em perdoar as transgressões do homem. Segundo os estudiosos, a narrativa do versículo acima sugere a probabilidade deste poema ter sido escrito logo após o pecado de adultério do rei Davi com Bate-Seba (assim como o salmo de número 51), principalmente quando se observa a profundidade e o contexto do versículo acima.

Uma particularidade muito comum para muita gente é o sentimento de vingança. Aliás, um ditado muito conhecido compara a vingança a um prato de comida, que deve ser degustado frio e vagarosamente. Ou seja, num ambiente social onde ainda predominam as práticas da retaliação do mal pelo mal e a ausência do perdão, a visão humana predominante é que a vingança deve ser concretizada devagarinho, de forma que o vingador deguste cada detalhe da retaliação.

Compreenda que muito se fala sobre as práticas do perdão e muito se discorre sobre seus benefícios para o coração, principalmente para quem o concede e esquece as ofensas, todavia, veja que muitas pessoas estão distantes desta realidade quando jamais esquecem as ofensas recebidas. É como as pessoas tivessem caixas e as guardassem. É neste sentido que se torna muito comum que fatos passados, muitas das vezes esquecido pelo tempo, surgem num repente, causando aborrecimentos, trazendo amargura, rancores e, pior, destruindo relacionamentos. Basta abrir as caixas. Pense!

Veja que o rei Davi evidencia a grandeza de Deus quando diz que o próprio Deus não trata o homem segundo os suas transgressões. De maneira muito diferente do homem que gosta da vingança, Davi deixa claro que quando Deus perdoa o pecador e permite o retorno do culpado à sua presença (lembre-se que Deus é santo), o próprio Deus cancela a acusação. Noutras palavras, Deus não só perdoa o homem, como do erro cometido pelo mesmo homem, Deus faz questão de não mais se lembrar. Guarde isso!

No mundo secular, quando o assunto é ofensa, o que mais se fala é a vontade das pessoas em igualar o tratamento recebido. É o pagamento do mal pelo mal, da maldade pela maldade, da força pela força. Assim, do ponto de vista do ofendido, este carrega o firme desejo de fazer o mal a quem o feriu, concretizando a vingança. Governado pela carne e regido pelas suas emoções, o homem é incapaz de esquecer as afrontas que sofreu e justamente aqui ele planeja e consolida o mal (Sl 36.3-4). Reflita!

Contrário a este posicionamento humano, perceba que o perdão ofertado por Deus ao homem é completo. Completo no sentido de não só perdoar, mas acima de tudo do próprio Deus não se lembrar das transgressões do passado. “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” (Is 43.25). Ou seja, ao dizer que os pecados do homem não serão lembrados contra ele, Deus está deixando claro que não agirá contra a pessoa. Isso atende pelo nome de misericórdia!

Nesta mesma visão, saiba que foi por misericórdia que Jesus não tratou o ladrão na cruz conforme os crimes cometidos por ele, aliás, pode-se imaginar quantos crimes ele tenha praticado para receber o tratamento de ser crucificado, mas apesar do passado criminoso, ele foi tratado com misericórdia (Mt 27.38; Mc 15.27; Jo 19.18).

Num contexto mais amplo, o mais incrível é que Deus, por sua infinita misericórdia, mesmo conhecendo o homem e suas mazelas, mesmo conhecendo os péssimos caminhos trilhados, em nenhum momento o constrange! Veja bem que basta ao homem ter uma mudança de mentalidade e exteriorizar um arrependimento genuíno. Saiba que Deus é aquele que poupa o homem, não o tratando conforme ele merece, até porque, pela trajetória humana, pelos pensamentos maldosos e pelas constantes ofensas contra o Criador, ele bem que merecia umas reprimendas, da mesma forma que ele faz ao vingar o seu semelhante. Perfeito?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Segunda, 03 Fevereiro 2020 00:10

02/02/2020 - CULTO DE CELEBRAÇÃO A DEUS

Quarta, 29 Janeiro 2020 01:10

28/01/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 27 Janeiro 2020 14:07

RESPEITO

RESPEITO

“Quanto ao irmão Apolo, insisti que fosse com os irmãos para vos visitar. Todavia, ele não quis ir agora de modo algum. Irá, porém, assim que tiver uma boa oportunidade.” (1 Co 16.12)

 

Corinto era uma cidade grega, tinha um importante porto por onde chegavam e saíam muitas pessoas. Seus habitantes cultuavam a deusa Afrodite e segundo os historiadores, a cidade era conhecida pela luxúria e pelas mulheres que vendiam seus corpos, prestando desta forma, culto à Afrodite. Paulo é o autor das duas cartas à comunidade cristã que estava na cidade de Corinto, enviadas em um curto período de tempo entre a primeira e a segunda epístola.

A passagem acima está na parte final da primeira carta. Neste ponto Paulo faz citações de nomes de pessoas que lhe eram próximas, finaliza as últimas instruções, pede orações e deixa claro que Apolo, seu companheiro de ministério, não iria mais viajar até Corinto (1 Co 16).

Saiba que o ser humano é de uma complexidade sem tamanho. Uns são tranquilos, serenos, outros agitados e extrovertidos, tem aqueles que são mansos e humildes e tem também aqueles que são autoritários e que gostam de impor suas vontades. É fácil dizer que existem pessoas de todas as personalidades por aí, seja no ambiente familiar, seja nas lojas e empresas ou nos relacionamentos pessoais.  Em todo lugar tem gente e cada um tem sua característica. Guarde isso!

O apóstolo Paulo era muito conhecido dos cristãos pela sua coragem e bravura quando o assunto era prender aqueles que professavam a sua crença em Cristo. Pode-se afirmar que ele era um fariseu convicto, um homem autoritário e extremamente zeloso naquilo que acreditava (Gl 1.14). Na visão de Paulo, o cristianismo que anunciava a salvação pela graça e amor de Deus e que pregava um reino de paz e justiça, apresentava-se como abominação aos seus olhos, e neste contexto ele se tornou um perseguidor implacável contra os cristãos (Gl 1.13; 1 Co 15.9). Resumindo, Paulo era um homem cujas características o apontavam como corajoso, autoritário e que gostava de impor suas vontades.

Neste trecho da  carta aos coríntios, Paulo deixa claro que até insistiu que Apolo fosse visitá-los, mas como ele não quis ir naquele momento, Paulo entendia e respeitava a vontade dele. Parece incrível, mas perceba aqui um detalhe da mudança, a transformação que foi gerada no coração de Paulo após sua conversão (At 9.1-17). Outrora, era um homem seguidor do judaísmo, fiel cumpridor da lei de Moisés, valente e autoritário, mas naquele momento, se mostrou um homem sensato, amoroso e respeitador das vontades alheias. Quanta diferença a conversão verdadeira produz na mente do homem. Reflita!

Atente que as pessoas vivem nos dias atuais demonstrando que tudo que faz parte do seu modo de vida é o melhor. Neste contexto, suas ideias, sua cultura, sua igreja, seus livros de leitura, seu trabalho, seus projetos e suas atitudes são melhores que os de outras pessoas. Nada se compara. Gente assim não aceita o diferente justamente porque o que é diferente não está conforme sua visão de vida!

Atente que Paulo poderia muito bem impor a Apolo que ele fosse sim, na viagem a Corinto. Mas Paulo não só respeitou a vontade de Apolo de não viajar como deixou registrado na carta. Não mentiu sobre isso e ainda afirmou que Apolo iria quando sentisse vontade. Noutras palavras, o desejo de ir estava inteiramente nas mãos de Apolo e não na vontade de Paulo. Hoje podemos entender que não era momento de Apolo ir a Corinto em razão dos entreveros surgidos pelas preferências pessoais dos próprios membros daquela comunidade, mas isso não gerou em Paulo o desejo de impor sua vontade (1 Co 1.12). Entenda que houve respeito pela posição do outro!

Traga isso para os dias atuais e perceba o tamanho da perversidade que preenche a mente de muitas pessoas que ainda teimam em impor suas vontades na vida de tanta gente, manipulando e manobrando vidas como se elas fossem fantoches. Muitos não hesitam em impor o terror e o medo quando suas palavras de ordem não são aceitas, principalmente em ambientes eclesiásticos, familiares e/ou de casal, quando a proximidade torna a situação mais conflituosa. Pense!

“Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.” (1 Co 11. 1).  Palavras do transformado Paulo que agora enxergava aqueles que tinham opinião contrária com amor e respeito. Lembre-se que Cristo foi e continua sendo o maior exemplo em termos de amor pelo próximo e Paulo não só o acompanhou, como sugere que as pessoas o imitem. Anote aí: Respeitar a vontade alheia é também uma forma de amar o próximo. Viva assim!

Jesus Cristo filho de Deus, os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Terça, 21 Janeiro 2020 23:41

21/01/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 20 Janeiro 2020 13:05

HUMILDADE

HUMILDADE

“Mais tarde, entretanto, Eliseu perguntou a Geazi: “O que poderíamos fazer em favor dessa mulher”?” E Geazi respondeu: “Bem, ela não tem filho, e seu marido é bastante idoso” ( 2 Rs 4.14)

 

Outrora o livro de Reis era um grande volume, mas quando da tradução das Sagradas escrituras do hebraico para a língua grega, os rabinos judeus que fizeram a tradução acharam por bem fazer a divisão em dois volumes, como forma de facilitar a leitura e a compreensão das narrativas. Os dois volumes de Reis mostram as ações dos governos de Judá (Sul) e Israel (Norte).

Consta que o profeta Eliseu com frequência passava pela casa de uma mulher na região de Sunén, território da tribo de Issacar (Js 19.18). Desta amizade, houve por bem que atendendo ao pedido de sua esposa, seu marido fez uma reforma na casa e cedeu um cômodo ao profeta para que quando ele ali passasse, tivesse um lugar para descanso. Visando agradar a mulher, o profeta consultou se ela possuía alguma necessidade, inclusive se prontificou a falar ao rei ou mesmo ao capitão do exército em favor dela. Ela respondeu que estava tudo bem, mas Geazi, servo do profeta, foi usado por Deus e falou qual era a real necessidade daquela mulher (2 Rs 4.8-14).

Existem muitos sentimentos que ocupam o coração do homem, uns para o bem e outros para o mal. Como sentimentos bons têm-se o amor, a esperança, a paz, a paciência e tantos outros. Por sentimentos ruins têm-se a tristeza, a mágoa, o rancor, a angústia e a indiferença, mas certamente que a soberba é o sentimento campeão que teima em ocupar muitos corações. O homem soberbo se sente superior aos demais e o contrário da soberba é justamente a humildade, característica essa que ocupa os simples, aqueles que têm senso de realidade diferenciado. Pense!

Perceba a existência de muitas pessoas que são extremamente orgulhosas e com razão, pois dentro de suas atividades elas se destacam positivamente. Pesquisam, estudam e realizam com excelência alguma atividade relevante, portanto, não é errada essa admiração e demonstração pública este sentimento. Noutro extremo, há o lado perverso deste mesmo sentimento que deve ser combatido no homem, haja vista que ele está na base de muitas maldades que o coração pode fabricar, principalmente quando o orgulho faz com que o ser humano esqueça que existem outras pessoas com igual ou maior capacidade de realizações. Guarde isso!

Atente que antes deste episódio, o profeta Eliseu era um homem conhecido pela sua intimidade com o Senhor. Tinha sido discípulo de Elias e pelo próprio Elias havia sido ungido (1 Rs 19.16), havia sarado as águas de Jericó (2 Rs 2.21), havia multiplicado o azeite da casa de uma viúva (2 Rs 4.1-7) e recentemente havia sido lembrado por uma família e contemplado com um cômodo mobiliado, onde poderia descansar de suas viagens (2 Rs 4.8). Pode-se dizer que deveria ser um homem realizado, pois era nítido seu relacionamento com Deus.

A narrativa declara que Eliseu sentiu no coração, como forma de agradecimento, em fazer alguma coisa pela mulher que o ajudara. De imediato, talvez tenha pensado que ela precisasse da ajuda do rei em alguma situação ou mesmo que o oficial do exército pudesse também ofertar alguma ajuda. Mas atente que mesmo tenho estreito relacionamento com Deus, o profeta falhou em tentar saber o que ela precisava. Nada do que fora ofertado foi aceito. Mesmo sendo profeta, mesmo sendo homem cujo coração tinha estreita ligação com o Espírito de Deus, atente que ele não conseguiu acertar qual era necessidade que pudesse preencher o coração daquela mulher. Deus não revelou isso ao profeta. Pense!

“Bem, ela não tem filho, e seu marido é bastante idoso” ( 2 Rs 4.14). Coube a Geazi, servo do profeta, receber a revelação de Deus e mostrar a Eliseu qual era a realidade daquela mulher e a partir daí, Deus usou o profeta para equacionar e abençoar aquela família. Atente que não é dada aqui a indicação de que aquela mulher era estéril (evidência comum em todo o contexto bíblico para famílias em filhos) ou que não poderia ter filhos por qualquer outra causa, mas a causa parece ser outra: a idade do marido delineada na revelação de Deus a Geazi.

O incrível é que mesmo com todo o seu poder e soberania, Deus se importa em escolher homens e mulheres comuns do povo e os capacita para realizar seu propósito. Pela lógica do homem, a revelação deveria partir do profeta, mas isso não aconteceu e de maneira fantástica, o profeta não se sentiu melindrado e nem ficou irado com seu servo. De imediato ele entendeu a revelação e deu a promessa que, certamente, ela tanto desejava: um filho de um marido idoso e provavelmente com problemas de ordens físicas. Reflita!

Infelizmente, tem muitas pessoas altivas que não entendem que outras pessoas podem sim, serem instrumentos nas mãos de Deus. Eliseu não questionou o fato de a revelação ter sido dada ao servo e deu prosseguimento ao que Deus iria fazer para aquela família. Aprenda: com humildade, Eliseu compreendeu que Deus distribui os dons segundo a Sua graça, a fim de que todos - sentido de amplitude - sejam aperfeiçoados para a edificação do corpo de Cristo (Efésios 4.11-12). Viva isso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Domingo, 19 Janeiro 2020 23:44

19/01/2020 - CULTO DE ADORAÇÃO A DEUS

Quarta, 15 Janeiro 2020 00:32

14/01/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"

PUBLICIDADE