Minist�rio Ouvindo o Clamor das Na��es

DESPREZADOS

“Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por culpados; agora, pois, vamos e o anunciemos à casa do rei”(2 Rs.7.9).

Os dois livros de Reis formavam um único volume até que foram separados pelos setenta e dois rabinos judeus que fizeram a tradução das Sagradas Escrituras do hebraico para o grego. Essa tradução, conhecida por Septuaginta, é mais antiga tradução em grego do texto hebreu do Antigo Testamento. A separação dos livros tevepor fim a facilitar da compreensão e dar mais praticidade na leitura. Ambos os volumes trazem as histórias e ações dos governos do Norte (Israel) e do Sul (Judá).

O segundo volume de Reis é praticamente uma continuação do primeiro volume e traz a continuação da história dos reis durante o reino que foi dividido (Israel e Judá) até o período da deportação do povo de Israel e Judá para Assíria e Babilônia, respectivamente, além da narrativa abordar a vida dos profetas Elias e Eliseu.

“Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”. Esse ditado é muito conhecido e aborda algumas situações de perigo. Certamente que muita gente já passou por um caso de vida ou morte, onde a solução do evento praticamente era inexistente tal a complexidade do problema. Enfermidades, acidentes aéreos e automobilísticos, atos de violência, ataques de animais e tantas outras situações podem perfeitamente se enquadrar no ditado.

O contexto do versículo acima está dentro da narrativa de um ataque do exército sírio contra a cidade de Samaria, capital do reino de Israel. A narrativa dizia que a cidade estava cercada, não havia como entrar ou sair e a fome era tanta que até canibalismo houve para saciar o estômago (2 Rs 6.24-29). Naquele desespero, Deus usou o profeta Eliseu para anunciar que na manhã seguinte, haveria boas notícias para os habitantes de Samaria, muito embora houvesse quem não cresse nas palavras do profeta, todavia, independente da incredulidade ou da dúvida, saiba Deus agiu usando quatro homens desprezados por aquela sociedade para levar a notícia de libertação (2 Rs 7.1-2).

Perceba nos dias atuais que para cada notícia considerada ótima ou mesmo excelente, sempre surge alguém para tentar diminuir a verdade.  Vivemos muito disso atualmente. Pessoas negativas que tem prazer em semear a incredulidade, o desânimo, o fracasso, o fim e consequentemente a morte. Tem gente que vive plantando fracasso e dúvidas nos colegas, nos conhecidos e incrivelmente, até mesmo nos familiares. Alguém consegue um emprego, o pessimista diz que a empresa é ruim e que ela vai entrar em falência. Outro adquire um carro, o pessimista diz que a marca não presta. Tem aquele que passou no vestibular e agora vai estudar e graduar num determinado curso, e chega o pessimista e diz que o curso escolhido não é bom. Enfim, lembre-se que faz parte da natureza humana tentar menosprezar o sucesso alheio. Resumindo: há muita gente por aí que gosta mesmo de enterrar expectativas, afundar projetos e matar sonhos. Para estes a solução é fugir deles. Aprenda: Caminhe com pessoas tem possuem a mesma visão que você. Reflita!

Conforme o profeta havia falado, Deus providenciou o socorro ao povo de Samaria e os inimigos (sírios) foram alvoroçados por um barulho de carros de guerra e saíram correndo. Era Deus dando libertação e essa fuga dos inimigos chegou aos ouvidos de quatro leprosos, que depois de comerem e beberem do que os inimigos deixaram para trás, sentiram no coração em avisar e dar as boas notícias aos moradores da cidade. Era uma mensagem de libertação, era um recado de salvação para quem a morte era iminente (2 Rs 7.6-9).

Compreenda bem que a vida dos leprosos naquela época era péssima. Não podiam conviver na sociedade pelo receio da contaminação que era uma triste realidade, eram escorraçados de todo lugar e não podiam trabalhar e ter o próprio sustento, afinal de contas a doença não tinha cura. Noutras palavras, eram desprezados! “E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são;” (1 Co 1.28). Palavras do apóstolo Paulo que traduz perfeitamente essa narrativa de salvação aos samaritanos. Os leprosos eram homens desprezíveis, mas coube a eles serem instrumentos de Deus para anunciar a salvação ao povo que os desprezava, e que literalmente estavam se matando uns aos outros.

Traga essa situação para o tempo presente e atente para muitas pessoas cercadas pelo medo, pelos vícios das drogas, pela depressão e por tantas situações orquestradas pelo diabo. Veja que Israel padecia, mas Deus usou quatro homens desprezados para dar e anunciar a libertação. Hoje, evidentemente não há a lepra como naquela época, mas o cerco do diabo continua o mesmo, matando, destruindo e arruinando vidas.

Compreenda, portanto, que assim como aqueles leprosos, hoje você pode mudar a situação de alguém apenas anunciando a salvação por meio de Jesus Cristo. Saiba que Deus nunca usou as qualidades humanas como indicadores para fazer cumprir seus propósitos e nem olha para o homem pelo seu status ou nível social. Deus sempre olha pelo coração, pela obediência e pela ousadia. Ninguém dava nada pelos quatro, mas eles carregavam a mensagem de salvação.  Lembre-se: “Para levar a mensagem de Deus, basta tão somente ter um coração disposto a obedecer.” Amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

Milton Marques de Oliveira - Pr

PERPLEXIDADE

“Assim que Zacarias o viu, ficou perplexo e um grande temor o dominou completamente” (Lc 1.12)

Embora Lucas não estivesse entre os doze discípulos de Jesus, é certo que seu evangelho traz muitas informações que foram coletadas juntos àqueles que acompanharam Cristo em seu ministério (Lc 1.4). Sobre Lucas, os historiadores afirmam com muita propriedade que ele teve a medicina como atividade profissional e isso é inclusive mencionado por Paulo na carta aos Colossenses (Cl 4.14).Sabe-se ainda que ele acompanhou Paulo nas viagens missionárias, fato esse que lhe deu subsídios para fazer a narrativa de Atos dos Apóstolos, onde registrou o que hoje tem-se como a origem da igreja cristã que aflorava no mundo de então.

No Velho Testamento, o Espírito de Deus se manifestava por meio dos profetas ou por meio das teofanias, e essas manifestações eram temporais, ou seja, elas serviam a um propósito singular, quais seja advertência, encorajamento, disciplina, ânimo e direção a tomar, e logo depois o Espírito se retirava.

Assim, tem-se que cronologicamente, a última manifestação no Velho Testamento aconteceu por meio do profeta Malaquias (último livro do AT) e somente voltou a manifestar-se depois de longo período. Este espaço de tempo, tido pelos historiadores como mais de quatrocentos anos é conhecido como período interbíblico e ficou caracterizado como o silêncio de Deus aos homens, ou seja, as vozes dos profetas não se foram mais ouvidas.

Atente para os dias atuais e perceba quantas pessoas vivem uma fé cristã meio que mecânica. Uma fé vacilante e por que não dizer, uma fé sem expectativa do que Deus pode fazer. Por vezes as pessoas até receberam no passado alguma benção ou mesmo viveram um milagre, mas passados os dias, elas deixam de ter expectativas do sobrenatural de Deus e passam a desenvolver um cristianismo robótico. Pense!

Zacarias era casado com Izabel e formavam um casal de pessoas tementes a Deus que conduziam suas vidas de forma ordeira, honesta e íntegra. Aliás, pode-se dizer sem sombras de dúvidas que eles eram fiéis cumpridores dos mandamentos de Deus (Lc 1.6-7). Este mesmo Zacarias era de linhagem sacerdotal e naqueles dias estava cumprindo uma escala no templo, ou seja, ele cumpria uma escala que fora idealizada centenas de anos atrás pelo rei Davi (1 Cr 24.10).

Casado e sem filhos, por muitos anos Zacarias clamou a Deus por uma criança e ao entrar no templo, cumprindo a escala, ele foi surpreendido por uma manifestação divina e, naquele momento sobrenatural o anjo lhe trouxe a excelente notícia de que seria pai. Lucas narrou que Zacarias ficou perplexo, caiu em temor e pode-se até mesmo imaginar que ele ficou apavorado diante daquela situação. Certamente que ele jamais esperava que isso fosse acontecer, afinal de contas, já haviam se passado mais de quatrocentos anos sem nenhuma manifestação de Deus. Perplexidade e temor evidenciam que Zacarias entrou no templo sem nenhuma esperança de que Deus iria se manifestar.

Assim como Zacarias, perceba que existem centenas de milhares de crentes hoje em dia que também entram nas igrejas sem nenhuma expectativa de que algo sobrenatural vai acontecer. Não porque não acreditam, talvez eles até creem em Deus, afinal de contas estão indo numa igreja, mas simplesmente porque perderam a esperança, perderam a fé no sobrenatural e hoje vivem sem expectativas do que Deus pode fazer. Reflita isso!

Naquele momento Zacarias estava fazendo sua função, se Deus iria estar presente ou não, se ia manifestar ou não, isso para ele não era importante. O negócio de Zacarias era cumprir a escala, por isso Lucas deixou registrado que ele ficou apavorado, e, diga-se de passagem, com razão. Zacarias jamais vira um anjo mesmo sendo de família sacerdotal. Certamente que ele conhecia com profundidade todo o pentateuco, conhecia as tradições e estava acostumado a ouvir e contar as histórias do que Deus havia realizado pelo seu povo, mas naquele dia e naquela hora, ele entrou no templo unicamente para cumprir escala e queimar incenso e nada mais que isso.

Idêntica situação acontece no tempo presente. Muitos estão cumprindo escala nos templos.  Instrumentistas, cantores e cantoras, diáconos, pregadores, presbíteros e pastores estão vivendo tempo de escalas. Vão à igreja porque existe uma escala e assim como Zacarias, quando a manifestação sobrenatural de Deus acontece, ela provoca espanto, perplexidade e por que não dizer, provoca medo. Reflita!

Até então Zacarias vivia uma crise de não ter filhos somado ao fato do silêncio de Deus ao seu povo, mas guarde no seu coração que nenhuma crise e nenhum silêncio de Deus podem ser o estopim para quebrar a crença em um Deus vivo e presente. Compreenda, portanto, a importância e a necessidade de manter a chama da fé acesa, de forma que nenhum coração jamais perca a expectativa do que Deus pode fazer. Você entende isso?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

Milton Marques de Oliveira - Pr